“Ser capaz de prestar atenção a si mesmo é pré-requisito para ter a capacidade de prestar atenção aos outros; sentir-se bem consigo mesmo é a condição necessária para relacionar-se com os outros.” (Erich From, Ética e Psicanálise)
Um bom relacionamento interpessoal é hoje fundamental para se obter sucesso no campo profissional. De acordo com a revista Você S.A., 87% das organizações demitem profissionais por causa das atitudes pessoais, do temperamento, da maneira como se relacionam e da incapacidade de liderar equipes. Diante dessas informações o que podemos fazer para termos melhor desempenho nesta área?
O que será afinal esse tal de relacionamento interpessoal? Relacionar-se é entrar em contato, ouvir, dialogar. Neste processo de relacionar-se podemos agir de maneira positiva ou negativa. Agir positivamente significa ser otimista, disponível, colaborar para o bom desenvolvimento do trabalho e relacionar-se bem com as pessoas. Age negativamente aquele que nunca está disponível, que está sempre reclamando e dizendo que as coisas não vão dar certo, são pessimistas, egoístas e individualistas.
É importante que saibamos que relacionar-se bem não significa ser cínico, fingir que se gosta de alguém. No ambiente de trabalho convivemos com muitas pessoas e é difícil que tenhamos simpatia por todas. Para nos relacionarmos bem é importante em primeiro lugar o respeito. Posso não concordar com uma pessoa por muitos motivos, posso na verdade ter muitos ressentimentos e até mesmo evitar o contato com um ou com outro. Entretanto, preciso respeitá-lo. E na medida do possível tentar resolver os conflitos com essas pessoas.
Respeitar a opinião do outro, respeitar a vez de ouvir e a de falar, respeitar as diferenças de raça e de gênero. Entender que ser mulher, homem, branco, negro, não tira nem dá maiores direitos a ninguém.
Com a formação também é assim: ter curso superior ou não, ter especialização, ter mestrado, isso tudo não importa, pois ninguém é melhor ou pior do que o outro por ter formação. É certo que uma pessoa que tem curso superior, pós-graduação e que está sempre se atualizando, tem maiores chances no mercado de trabalho, mas ela não será mais ou menos pessoa, ser humano do que outra.
No que diz respeito às questões de gênero, sabemos por exemplo, que com as mulheres os homens tendem a ser mais educados, evitam determinado linguajar e têm um comportamento mais polido. Meninas são educadas diferentemente dos meninos. Menina usa saia, menino usa short, menino joga bola, menina brinca de boneca, para os meninos azul, para as meninas rosa. Entretanto, em se tratando de competência profissional e desempenho no trabalho, homem e mulher estão juntos destacando-se mais aquele que investe em sua carreira independente de seu sexo.
A capacidade de ser empático é um dos grandes diferenciais que um profissional pode e deve ter para se relacionar bem no trabalho. E o que é ser empático¿ É saber se colocar no lugar do outro, saber respeitar seus limites, suas dificuldades. Trata-se de ver as coisas sob o ponto de vista do outro.
Outro aspecto importante no relacionamento interpessoal é conhecer os seus sentimentos e externá-los. Se eu não disser para o outro o que eu sinto ele nunca poderá saber. E como saberemos como nos sentimos? Nos conhecendo mais. Paulo Gaudêncio diz que só podemos falar com o outro respeitando o que ele sente se soubermos sentir, se não sabemos o que sentimos, nunca saberemos o que o outro sente. A busca pelo autoconhecimento é nesse sentido, fundamental. E os caminhos para isso podem ser a busca por feedback sincero daqueles que estão ao nosso redor, ouvir o que eles têm a dizer sobre nós, procurar um profissional da área da psicologia para que se possa entender e conhecer suas motivações, potencialidades e dificuldades, etc.
Muitos profissionais têm hábitos que prejudicam muito a construção de boas relações. Um deles é o de falar mal dos outros. Marins no livro Superdicas para se tornar um profissional vencedor diz que algumas pessoas transformaram o falar mal em seu verdadeiro emprego. Falam mal dos chefes, dos subordinados, dos clientes, dos fornecedores. Tão preocupadas estão em falar dos outros que acabam não cuidando de seus próprios problemas, de suas dificuldades. Além disso, pessoas que falam muito dos outros, perdem a credibilidade. Você confiaria em alguém que só fala mal dos outros? “Um pessoa segura de si quando não pode falar bem de alguém não fala nada”!
Outra questão complicada é a inveja... Quando nos concentramos naquilo que o outro tem, no sucesso que o outro atingiu, gastamos tempo que poderia ser utilizado para atingir nossos objetivos e alcançar melhores resultados. Por isso, use toda a sua energia para conquistar aquilo que você deseja!
Uma pessoa de sucesso é tida normalmente como alguém que escuta mais do que fala, que respeita as opiniões alheias e tanto sabe dizer “eu não sei” como diz com freqüência “eu não compreendi”; é simples e objetiva: fala e age com simplicidade e tem muito foco em tudo o que faz.
Finalmente, ter um bom relacionamento interpessoal significa agir com respeito, se colocar no lugar do outro, evitar fofocas, não dar atenção às pessoas “do não”, assumir uma postura otimista, aprender com o outro, ao invés de invejá-lo, ensinar ao invés de censurar não tratar as pessoas como coisas, ter um comportamento ético, baseado no bom senso, buscar o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.
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