quinta-feira, 24 de junho de 2010

Afastamento por doença mental, falta de mão de obra qualificada e crise de confiança

Li esta semana na folha, uma informação alarmante: “Auxílios da Previdência Social por doenças como depressão saltam de 612 para 13.478”, ou seja, os afastamentos por doenças mentais aumentaram 22 vezes de 2006 a 2009. Depois, num artigo do Dimenstein, li que cerca de 70% das maiores empresas brasileiras se ressentem da falta de mão de obra qualificada. E na Você S.A. li um artigo interessante dizendo que a crise não é financeira e sim de confiança.

Penso na estreita relação que essas três informações têm. As empresas cada vez mais enxugam seu corpo de funcionários. Estes, afoitos por uma promoção e por aumento de salários, assumem cada vez mais responsabilidades com o pensamento: “Quem sabe assim me enxergam”. Nessa “brincadeira”, acabam muitas vezes assumindo atribuições para as quais não estão preparados e diante de tantos afazeres, também não podem se qualificar para desempenhar aquela função de maneira mais adequada. Assim, a pressão só aumenta. Resultado: angústia, dor no peito, irritabilidade, dificuldade para dormir, com noites de sono pouco reparadoras.

Atrelado a isso, temos pessoas insatisfeitas no trabalho, algumas vezes por falta de organização das empresas e de dificuldade de ver sentido no que se faz (isso rende outro texto).

Vamos lá! Pessoas com o tipo de comportamento descrito acima, inspiram confiança? E mais, ambientes competitivos como os que temos nas empresas, permitem o estabelecimento de relações de confiança? Difícil hein? Nesta hora, precisamos de um bom gestor, que saiba, de acordo com Mussak, citando Gasalla o caminho das pedras, a que se deu o nome de 10 Cs: “competência, clareza, consistência, cumprimento da palavra, comprometimento, coerência, confidencialidade, cumplicidade, consistências, e correspondência”. Mas aí, volta a questão da falta de mão de obra qualificada!

A idéia é a de que hoje, cada vez mais as pessoas procurem o “Jobs and Hobbies Combine” mas venhamos e convenhamos... muito poucos têm conseguido vencer esse desafio! Pois a jornada de trabalho pode continuar em casa! Senão pelo trabalho em si, pela cabeça: sobrecarregada com os problemas da empresa.

Então, termino este texto, que poderia ter páginas e mais páginas. Não quero parecer simplista, pois sabemos que todos esses problemas organizacionais têm muitas outras questões imbricadas. Mas arrisco dizer que o segredo é: cuidar do coração, do corpo, da mente e da formação profissional. Lembrando que a vida continua após o trabalho! Assim, possivelmente os ambientes das empresas e nossas relações, ficarão cada vez mais saudáveis.

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