segunda-feira, 22 de junho de 2020

Tudo é aprendizado - para quem está atento! ;)





Eu me lembro de certa vez, ao compartilhar com uma gestora uma situação particular da minha vida que me impedia de atender mais uma demanda além das várias que eu já estava abraçando. E nessa ocasião ela me disse: “Cynara, isso é coisa para você falar com seu marido”. Num primeiro momento eu pensei: “que insensível, pôxa, estou abrindo meu coração”.


Mas sabe, essa situação me ensinou duas coisas. Primeiro: ela estava me dizendo como a música tocava para ela. E me dando dicas preciosas sobre como eu deveria me relacionar com ela. E mais, se eu queria e estava preparada para me relacionar com pessoas desse tipo. Segundo: eu precisava melhorar a minha intuição e perspicácia, para aprender a ler melhor as pessoas, evitando que eu me sentisse tão vulnerável diante dessa situação.


Muitas coisas acontecem no contexto organizacional e nos dão dicas sobre como vamos precisar agir ou reagir dentro daquela cultura e jeito de ser dos gestores. Diga-se de passagem, nessa mesma história, eu fui mal avaliada justamente na fase em que eu mais me entreguei à organização. Disso, tirei vários outros aprendizados, que merecem outro texto.
Mas o fato é que nos relacionamentos de um modo geral, a gente vai recebendo dicas, sinais de como as coisas vão ser e de quem você vai precisar ser nesse contexto. E aí entra a sua decisão: “tô dentro” ou “tô fora”?


Precisamos estar sempre atentos ao que está acontecendo, qual é o nosso limite, quanto podemos ceder, o que não é possível negociar. Tem horas que o melhor vai ser “jogar a toalha” em outros momentos, unir todas as suas forças para mudar o jogo, associando-se às pessoas certas e desafiando o status quo.  


Mas se vitimizar e ficar lamentando ou julgando o comportamento dos outros, não vai resolver nada. O que a gente precisa é ter maturidade e consciência crítica. Maturidade para entender que as pessoas são como são e nada é para ou contra mim. Consciência crítica, para saber distinguir “alhos de bugalhos” e construir sua carreira, tomando decisões que lhe permitam crescer, desenvolver e contribuir para ambientes de trabalho mais humanos, onde se possa construir a confiança que permite a colaboração e crescimento mútuos.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

A quarentena de cada um



Alguns adaptaram suas casas ao Home office que não era Home Office, outros não puderam se adaptar, mas foram confinados mesmos assim. Muitos continuam indo trabalhar, por que não têm a opção do #fiquemecasa.

Todas as vezes que penso nos confinados e nos não confinados eu me lembro do Mito da Caverna de Platão. Quando saio do meu confinamento com meu cachorrinho,  fico pensando qual é a realidade de quem está do lado de fora da minha caverna. E eu tenho vontade de conversar com essas pessoas e saber como está sendo a vida delas.

Ainda farei isso, quero conversar com muitas pessoas que estão vivendo esta fase de forma bem diferentes da que estou. Mas só queria ressaltar que a gente tem, ou deveria lembrar de ser sensível sempre aos que vivem a vida de forma diferente de nós, seja por escolha, por falta ou por excesso de recursos. Cada um enxerga através da sua perspectiva, até que decide tirar os óculos ou sair da caverna e assim compreender a perspectiva do outro.

Agora, tenha em mente uma outra coisa importante: embora haja sim muito sofrimento no mundo e muitas outras perspectivas, você é você vivendo a sua vida e suas questões. Não seja o árbitro avaliador do menor ou do maior sofrimento. Olhe e aja de forma compassiva para os outros, mas olhe dessa mesma forma, para você também.

As coisas sempre foram diferentes para todos. Agora algumas questões se tornaram mais evidentes. Talvez porque tenhamos nos sensibilizado com algumas situações, talvez porque tenhamos nos atentado para benefícios que não percebíamos que tínhamos. Ou talvez por termos nos deparado com faltas que nem sabíamos que poderiam se tornar uma questão.

Talvez simplesmente tenhamos passado a ter mais tempo diante do silêncio, do distanciamento e de súbito, nossa consciência aumentou.

Mas é importante ainda lembrar que, a quarentena, o COVID e seus efeitos, não serão transformadores para quem não quiser sair do casulo. Alguns sairão como entraram nessa situação, como sonâmbulos, prisioneiros ou como zumbis. E isso é uma escolha.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

O céu e o mar dentro de mim



Dois mistérios que me seduzem muito. 
O céu e o mar me maravilham pela imensidão, beleza e mistério. 
O céu representa a falta de limites, os riscos de se viver sem disciplina e ao mesmo tempo, necessidade de romper barreiras e de voar rumo ao desconhecido, superando medos e o impossível. 
O mar representa a profundidade, o inconsciente, a força e ao mesmo tempo a calma que se pode experimentar em um mar aberto e sereno. 
E esses dois mistérios representam a minha essência: as vezes voo, as vezes mergulho. As vezes sou pássaro, as vezes sou peixe. 
E eles convivem bem dentro de mim.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Escolhas, resultados e responsabilidade




Os anos de 2018 e 2019 representaram grandes marcos na minha vida. Uma decisão tomada no final de 18 e outra em 19, promoveram inúmeras mudanças na minha jornada Um turbilhão de acontecimentos e sentimentos se sucederam.

Recebi amor, percebi estranheza por parte de algumas pessoas, ouvi comentários e considerações curiosas acerca da minha própria vida. Com o meu silêncio, ouvindo atentamente tudo e todos, percebi como podemos nos cegar com crenças e paradigmas arraigados que não se renovam. 

Procurei nesse período, ouvir como nunca, meu coração, meu corpo, meus anseios e meus desejos mais profundos. 

Continuo nesse mergulho interior. Percebo que aos 40 anos, pela primeira vez eu consigo olhar de forma compassiva, respeitosa e principalmente, orgulhosa para mim. Sim, eu tenho muitas virtudes e muito mérito. E aprendi que a primeira lealdade deve ser a mim mesma.

E vejam só, não é que eu não soubesse quem eu sou. A sensação que tenho é que eu acordei de um sonho. Despertei de uma vida que negligenciava meus desejos e minha força e com isso também minha responsabilidade.

Eu mudei muitas coisas na minha vida, e nesse movimento todo, o mais importante, foi a assunção de maior consciência e consequentemente de maior responsabilidade. Desenvolvi a habilidade de responder de forma madura e consciente pelas minhas escolhas e resultados.

Crescer dói. Amadurecer dói. Rever nossas crenças e paradigmas, nos permite atingir novos patamares e aqui eu chego aonde eu gostaria: nos faz assumir a responsabilidade por o que quer que seja nas nossas vidas. E para apoiar aqueles que quiserem seguir nessa jornada, eu criei o Programa responsHabilidade.

Eu mudei, meu blog mudou e criei uma nova página no Facebook para contar para vocês sobre o Programa responsHabilidade:


Vamos?

quinta-feira, 19 de março de 2020

Desenvolvimento espiritual e ações virtuosas







Quando eu comecei a buscar meu desenvolvimento espiritual, pensei que seria útil me dedicar a alguma prática religiosa. Minha primeira interação foi com o Catolicismo. Frequentei missas, busquei entender um pouco os ensinamentos da Bíblia e procurei inclusive, ter experiências em Paróquias distintas. Mas acabei não me identificando muito. Então busquei o Espiritismo. Li o Evangelho Segundo o Espiritismo, participei de algumas reuniões e senti bastante afinidade com a doutrina espírita. Depois de algum tempo, ainda não sentia que tocava o meu coração.

Posteriormente, na minha busca constante pelo meu aprimoramento, uma das minhas cunhadas me apresentou o Budismo. Eu tive muita simpatia e uma curiosidade crescente por esta filosofia. Li vários livros, passei a participar de alguns encontros, visitei alguns templos e fui me identificando cada vez mais.

Desde então, eu procuro praticar o que cada uma dessas experiências me ensinou. E o que eu quero compartilhar de mais especial nessa minha jornada, foi o que aprendi com o Budismo: teste. Veja se faz sentido para você. Se fizer sentido continue. Se não, busque outra alternativa. No fim, o que realmente importa é o que e como você coloca em prática o amor.

Em qualquer busca espiritual, seja vinculada a uma crença e prática religiosa ou não, deve estar implícita a ação virtuosa. Sem isso, serão apenas sermões, julgamentos, palavras ao vento. Na minha experiência, a busca pelo desenvolvimento espiritual passa necessariamente pela ampliação da consciência, da maturidade, da responsabilidade.

Quando aspiro o melhor para mim, eu preciso lembrar que vivo com outros seres e que tenho responsabilidade para com todos eles. A minha prática espiritual deve ser uma prática que traga impacto positivo para os outros ao meu redor.

Quanto mais eu me desenvolvo espiritual e intelectualmente, percebo a minha responsabilidade com os outros e o mundo.


E você?

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Missão Pessoal não é "modinha" e nem bobagem


Reescrevi minha missão recentemente, depois de uma provocação pela leitura do livro chamado "Chamamentos".
Se você ainda não sabe, quero lhe dizer: saber sua missão é fundamental para entender se você está no caminho certo, se dia-a-dia, você está vivendo a jornada que te levará aonde quer chegar e mais do que isso, se você está colocando seus dons a serviço do mundo.
A missão não é algo que você simplesmente decide, escreve e coloca num quadro. Missão é “por que estou aqui, o que eu quero e devo entregar por onde eu passar?” Missão é saber por que você faz o que faz. Por que você levanta da cama todos os dias, mesmo sem saber que sabe. 
A medida que a gente vai vivendo, nossa missão pode e deve sofrer alterações, porque os nossos motivos mudam. Ou porque a coisa fica mais clara... Eu mesma, como mencionei, revisei minha missão recentemente. O que reparei é que ela ficou mais específica. Mas, claro, não mudou sua essência. 
Vejam: 
Antes: “ajudar as pessoas a reconhecerem sua força e seu dever de ser e fazer as outras pessoas felizes. ”
Agora: “apoiar as pessoas no desenvolvimento da sua autoconsciência, permitindo que reconheçam seus dons e que possam, através deles, gerar riqueza intelectual, espiritual e financeira. ”
Sua missão tem a ver com o quê e como, você quer, pode e deve entregar ao mundo, para atingir a sua visão de futuro. 
As perguntas abaixo podem lhe ajudar bastante a refletir sobre sua visão, missão e valores:
·        Quando você pensa sobre o futuro, o que você vê? O que você quer encontrar? Qual o seu comprometimento com a sua visão de futuro?
·        Você sabe quais são os seus talentos, ou seus dons mais preciosos? Como faz uso deles?
·        Quais são os valores mais importantes para você? Aqueles inegociáveis?
·        Até hoje, quais foram as atividades profissionais (e outras em geral), que mais lhe permitiram expor sua expressão mais autêntica?
Lembre-se: missão pessoal não é "modinha" ou bobagem, trata-se de uma descoberta importantíssima, que lhe permite ter uma vida com muito mais significado!
E a propósito, nesta foto, estou eu, exercendo minha missão! ;
Enjoy! 

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Sobre baias, cavalos e pessoas


Algo sobre o qual queria escreve há muito tempo, é sobre o rompimento das paredes e a “Era das baias” nas organizações.
Já ouvi vários profissionais preocupados, ou esgotados, por não saberem como agir com as demandas que chegam, com os ruídos, risadas, interrupções a todo momento, que impactam drasticamente na produtividade.  
Os cavalos vivem em baias e têm características muito peculiares que os permite viver dessa forma. Todavia, devemos considerar, eles ficam nas baias no período de repouso.



Assim como vários outros projetos que poderiam ter tido êxito, mas não tiveram por falta de planejamento e cuidado com o processo de mudança, em muitas organizações, as baias não deram certo.

Algumas regras que deveriam ser dadas e seguidas, treinamentos e análises, simplesmente não foram consideradas:

  • Partir do pressuposto de que todas as pessoas sabem como viver nesses ambientes é no mínimo ingênuo.
  • Quando você trabalha num ambiente aberto com várias outras pessoas ao redor, você deve manter um tom de voz baixo.
  •  Algumas pessoas têm mais dificuldade para se concentrar, então, mesmo que a pessoa esteja ao seu lado, é gentil perguntar se ela pode falar naquele momento. Essas pessoas também merecem uma atenção especial, como dicas sobre como se manter concentradas nesses ambientes.
  • Quando você quer ter um “papo rápido” com alguém, pode atrapalhar quem está ao lado. Mais uma vez: procure usar um tom de voz baixo.
  •  Algumas pessoas têm grande dificuldade de concentração e por isso, precisam de apoio nessa transição. Da liderança e dos pares.

Alguns podem dizer quanto ao barulho, “é só usar fones de ouvido. ” Mas então eu pergunto: qual era o propósito das baias mesmo?


Por último, não há problema algum em dizer para as pessoas “agora não posso”, “podemos falar depois? ”... até porque, a qualidade do seu tempo com aquela pessoa, quando estiver realmente disponível para ela, será totalmente diferente!
Bem, que fique claro, não é um movimento contra as baias, apenas uma provocação à reflexão!

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...