Eu me lembro de certa vez, ao
compartilhar com uma gestora uma situação particular da minha vida que me impedia
de atender mais uma demanda além das várias que eu já estava abraçando. E nessa
ocasião ela me disse: “Cynara, isso é coisa para você falar com seu marido”.
Num primeiro momento eu pensei: “que insensível, pôxa, estou abrindo meu
coração”.
Mas sabe, essa situação me ensinou duas
coisas. Primeiro: ela estava me dizendo como a música tocava para ela. E me
dando dicas preciosas sobre como eu deveria me relacionar com ela. E mais, se
eu queria e estava preparada para me relacionar com pessoas desse tipo. Segundo:
eu precisava melhorar a minha intuição e perspicácia, para aprender a ler
melhor as pessoas, evitando que eu me sentisse tão vulnerável diante dessa
situação.
Muitas coisas acontecem no contexto
organizacional e nos dão dicas sobre como vamos precisar agir ou reagir dentro
daquela cultura e jeito de ser dos gestores. Diga-se de passagem, nessa mesma história,
eu fui mal avaliada justamente na fase em que eu mais me entreguei à organização.
Disso, tirei vários outros aprendizados, que merecem outro texto.
Mas o fato é que nos relacionamentos
de um modo geral, a gente vai recebendo dicas, sinais de como as coisas vão ser
e de quem você vai precisar ser nesse contexto. E aí entra a sua decisão: “tô
dentro” ou “tô fora”?
Precisamos estar sempre atentos
ao que está acontecendo, qual é o nosso limite, quanto podemos ceder, o que não
é possível negociar. Tem horas que o melhor vai ser “jogar a toalha” em outros
momentos, unir todas as suas forças para mudar o jogo, associando-se às pessoas
certas e desafiando o status quo.
Mas se vitimizar e ficar lamentando
ou julgando o comportamento dos outros, não vai resolver nada. O que a gente
precisa é ter maturidade e consciência crítica. Maturidade para entender que as
pessoas são como são e nada é para ou contra mim. Consciência crítica, para
saber distinguir “alhos de bugalhos” e construir sua carreira, tomando decisões
que lhe permitam crescer, desenvolver e contribuir para ambientes de trabalho mais
humanos, onde se possa construir a confiança que permite a colaboração e
crescimento mútuos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário