sábado, 3 de fevereiro de 2024

Relacionamentos: expectativas, maturidade e possibilidades

 




Não procure o bem fora se você não sabe o bem que tem. Esse foi um insight que tive um dia desses. Como vocês sabem, venho buscando vencer algumas ideias que o Mito do Amor Romântico nos trouxe, fazendo com que tivéssemos cada vez mais expectativas em relação a um amor que estaria guardado para nós em algum lugar. “Em algum lugar, a pessoa certa me espera.” Não, isso não é verdade.

O que é possível é o encontro de dois humanos imperfeitos que decidem se dedicar a uma relação construída dia a dia por essas duas pessoas. Elas estarão dispostas a compreender uma à outra, mesmo em seus momentos mais difíceis. Estarão dispostas a perdoar as falhas uma da outra e também a si mesmas.

E estarão conscientes quanto ao fato de que no amor não há garantias. O verbo deve ser praticado dia a dia. E ainda sim, o outro pode decidir partir. O amor só existe quando na possibilidade de partir, a pessoa escolhe ficar. E para as pessoas maduras e conscientes, essa escolha é feita todos os dias.

Sim, em algum lugar, há uma pessoa: madura, corajosa e intencionada a criar uma relação rica, verdadeira e próspera.

O Mito do Amor Romântico está associado à história do amor que o Romantismo, desde meados do século XVIII “plantou em nós”. Desde então, regras, normas e ideias sobre o amor começaram a nortear nossas vidas – em especial os relacionamentos amorosos. O que é muito marcante nessa perspectiva é a idealização do outro e principalmente uma expectativa ingênua, eu diria, até mesmo infantil, de que o outro lê, ou deveria ler nossos pensamentos; que o amor é fácil e mágico; que em algum lugar há a tal “tampa para cada panela.”

 

Silenciosamente, essas ideias entram nas nossas mentes e nossos corações e são potencialmente nocivas para a possibilidade da construção de relacionamentos maduros e sustentáveis. “Ah, isso é amor”, “Isso não é amor”, quanto essas ideias já passaram pela sua cabeça? O fato é que dois adultos, podem construir o seu jeito de se relacionar, que demandará honestidade, respeito, carinho, cuidado, boa vontade, AMOR! Mas apenas se pensarmos no amor como essa construção da qual eu venho falando e se compreendermos que nada está escrito em pedra, ou pelo menos não deveria, aí sim, nos veremos mais livres dessa idealização do amor, para algo humanamente possível.

 

Então, volto ao meu insight que trouxe no início desse post. Não procure o bem fora se você não sabe o bem que tem. Se você não encontrar amor suficiente dentro de ti, se não compreender que você não precisa ser completada(o) é provável que você encontre muitas pessoas com as quais estabelecerá relações imaturas, nas quais você espera muito do outro, porque se sente menor, ou carente de um afeto, que precisa em primeiro lugar, vir de dentro de ti, para você mesma(o).

 

Você com certeza deve ter ao seu lado, pessoas que lhe façam bem. Mas em primeiro lugar, seja você a pessoa a se fazer bem. A começar por não aceitar que alguém esteja com você pela metade. Você não PRECISA de alguém, você pode QUERER construir uma relação especial com alguém, na qual as duas pessoas estão inteiras, dispostas a se relacionar de uma forma respeitosa, com parceria, companheirismo e amor, principalmente esse amor verbo, do qual venho falando tanto.

 

Quando a gente aprende a se relacionar com o outro de uma forma mais madura, compreende que há que se ter espaço para a individualidade de cada um, afinal é como li outro dia “Se o casal é um só, um dos dois já deixou de existir.”

 

Vejo muitas pessoas presas a relacionamentos difíceis, complicados, às vezes até mesmo abusivos, porque elas não se percebem como alguém capaz de viver sem o outro, de ficar sozinhas, mesmo que por um período, apenas. Há na maioria das vezes, uma relação de dependência muito grande.

 

Reflita sobre isso! Precisamos desnaturalizar muitos padrões nas relações afetivas que não são “assim mesmo”. Relacionamentos são desafiadores, são coisas de gente adulta, madura e com muita vontade de construir. Não é fácil, mas também não é guerra e deve ser motivo de alegria. O sentimento e a percepção que precisa prevalecer para o casal é o de que estão crescendo, evoluindo, à medida que a relação avança!

 

Faz sentido? Deixe seu comentário! Ficarei feliz e grata em saber sua opinião!     

 

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Sobre abraçar árvores e pessoas



Quero falar nesse breve artigo, sobre duas formas de abraçar árvores.

Muitas vezes, quando eu me apresentava como psicóloga, alguém perguntava: “mas você não é daquelas que abraça árvores não, né? Uma expressão nada gentil para criticar psicólogas(os) “muito sensíveis”, que lidariam com as pessoas de forma muito condescendente, ou de forma pouco “firme”.

Engraçado que eu já cai nessa “brincadeira” e sempre me gabei de as pessoas em geral dizerem que eu pareço advogada e não psicóloga. E foi muito recentemente que eu percebi a grande bobagem nessa história toda. Até porque, o fato é que os psicólogos são muitas vezes mal vistos por uma falta de compreensão da disciplina e da prática da psicologia. Mesmo que eu precise admitir que tal como em todas as profissões, sempre tem uns “exemplares” que não contribuem para a categoria. 😊

Mas voltando ao fato de me dizerem com certa frequência que eu pareço uma advogada. Eu me considero sim, um camaleão nesse mercado tão complexo, que demanda sempre adaptabilidade, visão, pensamento crítico, resiliência e conforto com a mudança e ambiguidade. Adoto saberes de diversas disciplinas ao meu exercício profissional. E o que faz as vezes confundirem minha área de formação, são os estereótipos. 

Hoje, percebo que é possível conciliar meu carinho e cuidado com as pessoas com a postura séria e exigente que tenho diante de clientes, alunos, nos meus relacionamentos em geral e até comigo mesma. A propósito, esse tem sido um elogio comum na minha atividade profissional: “você trabalha sorrindo, tem brilho nos olhos e muito conteúdo.” “É bom sentir que você tem carinho por nós”. 

Quero destacar que ter carinho e consideração pelas pessoas, não as torna mais fracas, e sim mais fortes.

E quero está tudo bem em abraçar árvores! Mesmo que algumas pessoas achem isso estranho. Essa prática faz parte da minha conexão com a sabedoria da Terra, com o meu próprio ser. À medida que cuido de mim como o ser humano integral que sou, me torno alguém muito melhor para todas as atividades as quais me dedico.

Bom, vou ficando por aqui e deixo uma dica de leitura interessante sobre o crescente interesse por abraçar árvores 😊

E quero então lhe perguntar: como você vem cuidando de si mesma(o)? Qual é a sua disciplina base e quanto você tem cuidado do Ser que exerce seu trabalho?

“As árvores parecem criar um mundo diferente dentro de nós, não apenas em termos de vida selvagem, mas em esferas imaginárias onde as coisas parecem possíveis e que não seriam assim no mundo diário do trabalho." Fiona Stafford

"Em seus galhos mais altos o mundo sussurra. Suas raízes descansam no infinito. Mas elas não se perdem lá; elas lutam com toda a força que podem para um único propósito: realizar-se de acordo com suas próprias leis, para construir a sua própria forma, para representar a si mesmo. Nada é mais sagrado, nada é mais exemplar do que uma árvore, bela e forte." Herman Hesse

https://www.bbc.com/portuguese/vert-cul-41275018#:~:text=A%20express%C3%A3o%20%22tree%20hugger%22%20(,hippie%20sonhador%2C%20fora%20da%20realidade.

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Vaidade ou Autoapreciação?




Vaidade – “valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros.”

Dicionário Oxford

 

Estive refletindo sobre atitudes aparentemente equivalentes, mas que na verdade, são bem diferentes. Seriam vaidade e autoapreciação, sinônimos?

Acabei concluindo o seguinte:

 

A Vaidade está bastante vinculada ao ego, ou seja: você quer ser admirado(a) pelo outro, você quer mostrar sua força, sua beleza, sua potência, para o outro. Você quer convencer o outro sobre o seu valor.

 

Na autoapreciação, você reconhece suas forças e virtudes e se torna cada vez mais autoconfiante. Você não precisa o tempo todo da apreciação do outro. Você quer estar à vontade com quem você é se dispor à vida com autenticidade.

 

Nesse sentido, podemos inferir que a vaidade nos enfraquece, porque estamos a todo momento, buscando nos olhos do outro, o que deveria estar nas nossas mentes e nos nossos corações. Eu diria que ela até nos cega, porque querer provar aos outros as nossas qualidades e buscar sua aprovação o tempo todo, é um sinal de que estamos cegos e inseguros sobre o nosso real valor.

 

Quando estamos em paz conosco mesmos, quando sabemos quem somos e porque somos especiais, nos confortamos em seguir esse caminho, aprimorando nosso ser continuamente e fazendo bom uso das nossas qualidades. A admiração dos demais, virá por consequência das nossas atitudes naturais de expressão do nosso ser no mundo. Por isso, a autoapreciação liberta.

 

A vaidade olha no espelho

A autoapreciação olha para dentro

A vaidade cega, a autoapreciação eleva.

 

Bem, encerro este texto curto, com algumas dicas para que você possa desenvolver sua capacidade de autoapreciação, caso queira. Muitas características ou comportamentos da autoapreciação, podem lhe levar a achar que está sendo vaidoso(a), mas não caia nessa! 😊

 

1.       Aprenda a aceitar elogios! Já aconteceu de alguém elogiar sua roupa e você dizer que custou x reais no brechó da esquina? Ou que ficaria melhor em alguém mais alto ou mais magro?

2.       Reconheça sua própria beleza e virtudes, sem se comparar com os outros. Comparações são sempre injustas com todos os envolvidos.

3.       Se você tem o hábito de focar nos seus pontos fracos, comece a focar nos seus pontos fortes. Não se trata de ser perfeito, afinal ninguém é, mas de dar mais atenção às virtudes que você tem, que lhe tornam uma pessoa especial.

4.       Liste 10 características suas, das quais realmente goste. Procure perceber se experimenta algum desconforto ao admiti-las. Se o incomodo surgir, reconheça que todos têm virtudes e acolha-as com carinho e respeito.

 

Deixo por fim, uma citação importante da autora do livro: Autocompaixão, Kristin Neff

 

 “A apreciação das nossas qualidades é uma expressão de gratidão por tudo que nos moldou como indivíduos e como espécie. A autoapreciação humildemente honra toda a criação.” Autocompaixão – Kristin Neff

 

Boa jornada!

sexta-feira, 23 de junho de 2023

A forma como você vê o mundo, determina como atua nele

“Toda civilização desenvolve e ao mesmo tempo é continuamente criada a partir de certa visão de mundo, uma perspectiva ou forma pela qual um indivíduo, uma comunidade ou uma sociedade enxergam o mundo e interpretam a si mesmos e ao ambiente. Estas visões incluem os conhecimentos acumulados e os valores pessoais e culturais em dado momento histórico. A forma como vemos o mundo condiciona a maneira como nele atuamos.”

Guia prático - Dragon Dreaming


Quem acompanha meu trabalho e meus escritos por aqui, sabe que menciono sempre, o cuidado que precisamos ter com nossos paradigmas. Eles são mapas importantes que norteiam nossas formas de ver o mundo, de nos relacionar, fazer escolhas, ou seja: são nossas bússolas. Só que se ficarmos fechados dentro dos nossos modos de ver e fazer as coisas, corremos o risco de nos tornarmos ultrapassados, ineficientes e até infelizes, num mundo que muda tanto e nos desafia constantemente a nos transformar e adaptar a contextos diferentes.

Além disso, embora ter nossos mapas seja importante, alguns deles podem nos prejudicar caso não percebamos que ele pode estar incorreto. Neste texto, quero falar sobre a escassez e a abundância especificamente.

Estava aprofundando meus conhecimentos em uma metodologia de trabalho muito interessante, a Dragon Dreaming, e por “coincidência”, acabei tendo minha atenção desperta ao perfil da Yoon Jung Kim, que por sua vez, também me levou ao filósofo Pietro Ubaldi, tudo isso, me conectando ainda mais com a mentalidade da abundância. Vejam porquê!

Aprendemos ao longo das nossas carreiras que o importante é competir. Mas a aula que ensina que devemos competir apenas conosco mesmos, não aconteceu para muitos de nós. É preciso garantir sua trabalhabilidade, estudar sempre, se atualizar, contribuir com os outros, estabelecer redes fortes de relacionamento. Isso sim. Competir, com o seu eu do passado.

Então você pode estar se perguntando: mas e quando estou pleiteando uma oportunidade de trabalho? Sim, você precisa garantir que seja competitivo, mas não quer dizer que deva travar uma batalha com os concorrentes. Aliás, conheço casos incríveis de pessoas que foram aprovadas em processos seletivos, justamente por demonstrarem empatia e respeito aos outros candidatos. Eu mesma já tive essa experiência, como avaliadora e como candidata.

Com esse exemplo sobre a competição, quero introduzir o tema da abundância. Quanto mais colaboramos, mais ajudamos uns aos outros a alcançar seus sonhos e objetivos, assim, percebemos que há o suficiente para todos e podemos por isso, trabalhar para gerar mais oportunidades. O contrário acontece quando competimos demais, nesse caso, há menos geração de ideias, pouco trabalho em time, e claro, pouquíssimas oportunidades de crescimento.

O post da Yoon Jung Kim, que mencionei no início do texto, se referia a importância de focarmos na abundância, cooperando e ampliando nossas capacidades empáticas. Veja:

“Cooperar significa olhar para o outro procurando a forma que você pode somar à trajetória da pessoa. Ou seja, a cooperação é o cerne da empatia, o pilar de sustentação das relações saudáveis e produtivas. E nada traz mais resultado do que um ambiente de bem-estar e de comprometimento uns com os outros.” 

Yoon Jung Kim

Ver o mundo pelo paradigma da escassez, pode nos levar a agir de forma competitiva, egoísta, pessimista e pouco criativa. As pessoas que veem o mundo como escasso, acreditam que tudo é muito difícil, podem confiar pouco nos outros, desacreditar da possibilidade da transformação de pessoas e situações. Podemos ainda relacionar esse paradigma à mentalidade fixa, muito bem apresentada pela Carol Dweck no livro Mindset. As pessoas que têm mentalidade fixa, costuma se manter presas a velhos padrões, têm medo de errar, acreditam que inteligência e habilidade são coisas natas, evitam desafios por medo de revelar fraquezas. Não creem que esforços podem gerar mudanças e encaram os problemas sem muita esperança de poder resolvê-los.

Confiram o que o Dragon Dreaming fala sobre a competitividade:

“Se virmos o mundo como um sistema separado e competitivo, de ‘poder-sobre’ o outro para satisfazer as próprias necessidades, onde é natural que alguns percam para que outros ganhem, temos uma visão ‘ganha-perde’ e comportamentos condizentes com esta visão. Ocorre que, quando todos agem de forma a buscar o máximo para si, em detrimento de outros, em algum momento todos terão perdas, ou resultados inferiores àquele que obteriam se tivessem trabalhado juntos. Esta é uma situação de ‘perde-perde’.” Guia prático Dragon Dreaming

 

Quando pensamos e agimos pelo paradigma da abundância, então, tendemos a ser mais colaborativos, percebemos com mais facilidade a riqueza que cada ser humano tem, enxergamos as soluções para os problemas, ao invés de apenas lamentar porque as dificuldades existem. Aqui podemos comparar com a mentalidade de crescimento: acreditar no desenvolvimento de habilidades e da nossa inteligência, buscar aprendizado para superar nossas limitações, abraçar os erros como oportunidades de aprendizado e crescimento e enfrentar os problemas com entusiasmo, acreditando na solução.

Pois bem! Se nossos modelos mentais em relação ao mundo, definem as nossas condutas por aqui, convém ficarmos vigilantes e sermos capazes de avaliar quando é que nossos paradigmas antigos podem estar gerando comportamentos que prejudicam a nossa evolução como humanos e como membros dos diferentes grupos dos quais fazemos parte: família, grupos de amigos, empresa e outros.

Faz sentido? Deixe seu comentário ou sugestões e obrigada por estar aqui!  


 Esse texto, foi originalmente publicado no LinkedIn: A forma como você vê o mundo

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Os 3as para uma vida autoral

O autoconhecimento está associado a compreendermos quem somos, nossas preferências, nossos valores, nossos talentos, forças e principais virtudes, nossas dificuldades, necessidades de melhoria, uma jornada longa!

Para desenvolver o autoconhecimento de forma profunda, é muito importante a autorreflexão e a honestidade conosco mesmos. É preciso parar com alguma frequência e refletir sobre nossos comportamentos, nossas escolhas e resultados. Compreender nossas emoções e sentimentos, entender nossos processos, dificuldades, medos, erros e acertos.

Para intensificar as reflexões, tomar notas ou escrever um diário se mostra uma estratégia incrível.

Quanto mais vamos estabelecendo contato conosco mesmos, mais condições temos de realmente avaliar o nosso ser e o que é importante pra gente e não necessariamente para a maioria. Aqui é necessário um distanciamento dos outros, para que possamos ter essa diferenciação.

À medida que o autoconhecimento vai se desenvolvendo, vamos ampliando a autoconfiança, porque estamos tomando posse de todas as nossas virtudes e aceitando que ninguém é perfeito, e por isso, nossas falhas e dificuldades não diminuem nosso valor.

A autoconfiança está relacionada a perceber nosso valor e confiar nele, adotando uma postura que confirme nossas virtudes. É a capacidade de agir com segurança, confiando nas nossas capacidades.

Então, o autoconhecimento leva à autoconfiança e essa dupla, nos leva a sermos cada vez mais autênticos.

A autenticidade, por sua vez, está relacionada a ser fiel à nossa essência, a ter uma jornada autoral, agir com integridade, ter a coragem de ser quem se é e assim e construir uma vida conectada a esse ser. Ou seja, uma jornada de vida autêntica.

Como psicóloga, como profissional que trabalhou por anos ajudando as pessoas a encontrar mais satisfação e propósito com suas vidas e principalmente como alguém que aplicou os três as à própria vida, posso assegurar: quem se dedicar ao desenvolvimento dessas competências e se comprometer com suas descobertas e a utilização dessas informações e forças preciosíssimas, vai experimentar viver comandando o Curso da SUA vida.  


 

sábado, 3 de junho de 2023

O Curso da Minha Vida

 



Olá pessoal, eu sou a Cynara Bastos, a escritora por trás desse blog. Nesse post, quero contar um pouco sobre o Curso da Minha Vida, que tem importância determinante na criação do Curso da SUA vida, com inscrições abertas!

Eu leio muito, e sempre que possível utilizo meus aprendizados nas consultorias, mentorias, cursos e workshops que realizo. Além procuro associar minha experiência profissional, com todas essas leituras e produzir conteúdo por aqui, no blog “jornada responshabil”, no instagram @bastoscy, no Youtube https://bit.ly/conectecy e no LinkedIn https://bit.ly/3qfe6TV.

Eu amo escrever e compartilhar o que tenho aprendido. Adoro o meu trabalho e decidi que começaria a produzir alguns cursos online. Vocês poderão continuar, como sempre, aproveitando os conteúdos gratuitos, que são muuuitos. 

Mas agora, poderão acessar os cursos e mentorias, criados com muita dedicação e carinho que estão disponíveis no meu Hotmart Club: https://go.hotmart.com/D83248357K?dp=1 .

Bom, deixa eu lhes contar um pouco na minha história!

Ao longo da minha carreira, orientei muitas pessoas em seus processos de desenvolvimento, especificamente em suas jornadas profissionais. Mas a gente sabe que nunca uma coisa é só profissional ou pessoal, afinal o ser é um só.

Nos últimos tempos tendo voltado um pouco mais para mim mesma, meus processos, minhas escolhas e os resultados delas, vivi algumas experiências importantes. Eu me separei, mudei de cidade, assumi um novo desafio no trabalho, criei o que chamei a “self compassion journey” e meu feed no Instagram ficou tomado por essa hashtag: #selfcompassionjourney 😊.

Nessa jornada eu estava muito interessada em saber mais sobre mim e principalmente, como ser eu mesma, a provedora de tudo aquilo que eu precisasse dali em diante. Minha intenção também era saber quem eu era depois de quase 13 anos de casada e 40 anos recém completados.

Li muito e trabalhei com dedicação – como sempre, comecei a praticar novos esportes, viajei sozinha, conheci pessoas novas, fiz muitas coisas diferentes... e revi meus paradigmas e crenças. Eu desejava ampliar minha autoconsciência e minha consciência sobre o mundo, aprender ao máximo sobre como tirar os melhores ensinamentos de cada experiência. Nesse processo, a palavra, a qualidade, “maturidade” estava sempre presente.

Tudo o que eu pensava, todas as minhas reflexões, acabavam me levando à relevância dessa característica, do desenvolvimento dessa competência. E não foi somente na minha experiência pessoal. No meu trabalho, na faculdade em que eu trabalhava e depois com os meus clientes na minha consultoria, sócios, gestores de negócios diversos, líderes de todo tipo e seus times, a maturidade se mostrava como decisiva para forjar relações e estilo de gestão, que poderiam de forma determinante, contribuir para a elevação da performance e alcance dos resultados almejados.

O que eu percebi, é que a maturidade é a chave. Aonde quer que estejamos, seja qual for o nosso desafio. É através dela, que vamos adquirindo recursos para viver com mais sabedoria, com humildade e maior equilíbrio, diante dos altos e baixos da vida.

Fomos crianças um dia. Alguns tiveram suas necessidades atendidas, outros nem tanto. Alguns tiveram mais ou menos dificuldades. E com a maioria de nós, a criança ferida ficou. O que gerou um adulto fragilizado, às vezes mimado, carente, medroso e/ou intolerante. Nesse processo muitos comportamentos nocivos podem ter sido adotados de forma inconsciente. Se formos bem sinceros conosco mesmos, podemos identificar mais de uma situação (possivelmente várias) nas quais agimos tomados por essa criança. Tudo, sempre, na tentativa de sermos amados. E erramos. Natural.

Entretanto, embora os erros sejam parte da vida, precisamos aprender a identifica-los, admiti-los e compreender porque erramos, para que possamos evoluir e amadurecer.

Desde então, no meu trabalho pessoal, no meu processo terapêutico, no meu trabalho com meus parceiros e clientes, o que eu mais busco é identificar os traços da maturidade ou da falta dela, nas diversas situações que vivo e vivemos.

É curioso não? Muitas vezes, a gente se engana esbravejando contra o mundo e os outros, quando essa prática significa justamente ir contra a possibilidade de construir a vida enriquecedora que queremos. Precisamos ampliar nosso autoconhecimento dia a dia, e o ápice da nossa existência se dá, quando percebemos que nosso comportamento e nossas escolhas dão o tom das nossas vidas.

Bem quanto ao Curso da Minha Vida, sigo cuidando para que ele tenha a minha cara, o meu jeito e me leve para onde eu quero ir.

Agora me conta, e o seu? Como anda o Curso da SUA Vida? Qual a música que sua alma está tocando? 

Eu identifiquei os 3as necessários para adquirirmos cada vez mais maturidade e coragem para vivermos uma Vida mais Autêntica: autoconhecimento, autoconfiança e autenticidade.


Eles são os pilares do Curso da SUA vida! Te convido a conhecer a proposta neste link: https://bit.ly/42uH2Fa



quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Quanto tempo o tempo tem?

 



“Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo

Oração ao Tempo – Maria Gadú

Talvez nosso maior problema com a ansiedade seja nossa dificuldade de compreender, ou aceitar o tempo das coisas, de Deus ou do Universo e nossa insistência em viver em tempos passados ou futuros e quase nunca no presente.

Comecemos pelo “dar tempo ao tempo”: não dá para tirar a dor de dentro do peito à força, não adianta ficar abrindo a porta do forno para olhar o bolo, como isso fosse apressar seu cozimento, não dá para apressar o tempo para se adquirir competência em algum tema.

Sobre a experiência que leva à competência, veja o exemplo de Howard Gardner, por exemplo, que relata que demorou 10 anos para se tornar psicólogo, depois que se formou.

Quanto à superação da dor, pensemos no luto - esse é um processo que precisa ser vivido, para que possamos superar dor, entendendo que passamos por esses processos, não apenas quando uma pessoa querida ou animal de estimação morre, mas também quando relacionamentos são encerrados, quando passamos por uma demissão, quando acontece algum outro grande evento doloroso em nossas vidas.

Sigamos nossa reflexão: dei ao título desse texto o refrão da música da Marisa Monte, chamada “Quanto tempo”

“Quanto tempo o tempo tem, eu não sei não lembro muito bem. 

Mas aquele sentimento eu não esqueço.”

Quanto Tempo - Marisa Monte

É uma música “simples” mas que me fez refletir sobre o que é o tempo para mim, sobre a sensação que temos quando 1 minuto parece 1 hora, ou o contrário, sobre o fato de que alguns sentimentos a gente nunca mais esquece mesmo e ainda, nossa sábia capacidade de apagar as coisas menos importantes da memória.

Mas nos concentremos agora no fato de que “a dor passa, mas não passa ter doído”*, algumas coisas a gente não vai esquecer mesmo, vai ficar marcado, mesmo depois muito tempo. Isso tudo vai nos fortalecendo, criando experiência, gerando aprendizados que nos permitirão adquirir maturidade. 


A dor passa   


Acredito que qualquer coisa que precisemos forçar, insistir de forma excessiva, talvez seja o caso de deixar um pouco de lado. Talvez o esforço esteja no terreno e no momento errados. Talvez se deva “dar um tempo”, para refletir, para identificar problemas – e por que não, encontrar as soluções para a questão.

A gente precisa dar tempo ao tempo, dar tempo para uma ferida cicatrizar, dar tempo para uma resposta chegar, dar tempo para os outros processarem as situações e experiências vividas. Nós não temos todas as respostas prontas, ninguém tem. E cada um, precisa de um tempo maior ou menor para processar determinadas coisas. Tudo (e também todos) tem seu tempo.

E já que estamos falando do tempo, lembremos de quão precioso o tempo é, já que pelo menos nesta vida, há um prazo para terminar. Aproveitemos bem o nosso tempo. Não estou falando de produtividade desenfreada ou pura e simples, estou falando sobre aproveitar o tempo para o que é bom pra gente. Da melhor maneira possível. Meu convite aqui é: não faça nada para “matar” ou “passar” o tempo. Faça porque é útil para você, para descansar, para refletir, para lhe fazer crescer e evoluir. Lembremos do ócio criativo, tão bem explorado pelo Domenico de Masi.


    



Cuidemos então de respeitar o Sr. Tempo, de dar tempo ao tempo, de aproveitar bem o tempo que temos, de conhecer nossas necessidades e nossos processos, de respeitar o nosso jeito de ser e usar o nosso tempo, de compreender os outros e suas necessidades e de buscar uma experiência cada vez mais lucida e conectada com as nossas essências verdadeiras.

 

Antes de terminar, quero lembrar que a ideia “dar tempo ao tempo” também pode remeter à “o tempo cura”, e cura mesmo – mas não é como uma entidade mágica, nós precisamos nos esforçar, refletir, estudar, desenvolver o autoconhecimento, conhecer a situação, conhecer ou compreender as motivações dos outros envolvidos nas situações, as quais buscamos soluções.

“Valeu esperar, o tombo foi grande a volta também
Mas nada é impossível pra quem tem, cada vez
Mais força de vontade pra lutar.”

O Tempo - Maneva  

Façamos bom uso do nosso precioso tempo, que não passa, voa e bem rápido!

Por favor, deixe seu comentário e conte-nos o que é tempo para você, como você lida com o seu tempo e o que tempo já lhe ensinou! 

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...