Na semana passada comecei uma
provocação no Instagram sobre a nossa dificuldade em dizer não. Uma dinâmica
complexa no âmbito dos nossos relacionamentos que merece nossa atenção.
Afinal, porque a maioria das
pessoas têm receio de dizer não?
Medo de desagradar, de perder o
amor das pessoas, de ser incompreendido...
Sem perceber, no desejo de atender
as expectativas alheias a todo momento, perde-se a oportunidade preciosa de suprir
suas próprias expectativas e necessidades. Além da possibilidade de educar a si
mesmo e ao outro construindo relações maduras. Quando temos essa postura de tentar
atender todas as demandas dos outros, também há outras questões as quais
devemos jogar luz e refletir: será que não digo não por que eu mesmo tenho
dificuldade de aceitar o não? Será que faço mais do que posso ou deveria,
porque no fundo quero manter uma posição de poder e domínio? Ou mais: quando
faço tudo pelo outro, pelos grupos sociais dos quais faço parte: família,
trabalho, amigos, espero que façam tudo por mim também?
Depois que você fizer essa avaliação
de forma sincera, honesta e com muito cuidado, tenha em mente o seguinte:
Se você está o tempo todo
disponível para todas as demandas que surgem, é bem provável que aspectos importantes
sobre quem você é e o que é importante para você, estejam sendo negligenciados.
Então, procure identificar se suas escolhas e ações estão revertendo os resultados
que você almeja na sua vida. O que é mais importante hoje? Você tem encontrado
e reservado tempo para essas coisas?
Com que frequência você diz
coisas como: “Ah, eu adoraria fazer isso, mas não encontro tempo.” Não quer dizer
que seja necessariamente porque está dizendo sim demais para os outros. Pode
ser “simplesmente” falta de foco e dedicação, ou excesso de demandas no trabalho
e na jornada de casa. Mas quase sempre, a dificuldade em atingir os próprios objetivos
e garantir o seu bem-estar, passa por estar mais disponível aos outros do que a
si mesmo.
Outro aspecto interessante a
observar é a sua experiência com os “nãos” que recebe: muitas pessoas com baixa
autoestima, reagem aos “nãos” como se eles fossem uma constatação da sua falta
de valor. Ou ainda, como uma afronta! Então convém refletir se você tem garantido
a liberdade e respeitado a individualidade dos outros. Se percebe que a recusa
de uma ideia ou projeto no trabalho, não quer dizer que suas ideias não sejam
boas, ou que sua competência esteja sendo contestada.
E se principalmente, compreende que
se alguém não está disponível, seja para lhe ajudar em uma atividade, para lhe
fazer companhia em um evento, ou fazer qualquer programa com você, isso não
quer dizer que você não seja importante para ela. Nem tudo é sobre você! Às vezes
ela só está priorizando suas necessidades. De toda forma, tenha em mente que a
sua autoestima é fortalecida pelas suas próprias crenças em suas
características, valores e virtudes.
Antes de terminar, não posso deixar
de mencionar as pessoas que jogam muito com essa questão. Seja porque são
narcisistas, dominadoras ou imaturas (ou os três) e não aceitam ser contrariadas,
seja porque se sentem tão carentes, faltosas e incapazes, que acabam ficando num
estado de dependência que é ruim para todos os envolvidos.
Encerro propondo que você não
negocie o inegociável, estabeleça seus limites e respeite os limites dos outros.
Diga mais: “eu não vou”, “eu não quero”, “não estou confortável com isso”. E
aprenda a ouvir e compreender essas posições. Essas mensagens dizem muito sobre
a construção de relacionamentos ricos, maduros e prósperos. É claro que nas
nossas relações também faz parte fazermos concessões. Mas precisa haver um equilíbrio.
Senão, fica muito pesado e triste!
Faz sentido para você? Deixe seu comentário, compartilhe suas impressões e experiências! E obrigada por estar aqui!