O chamado “Desafio da Baleia Azul” vem tirando o sono de muitos pais e
educadores. Ainda não se sabe ao certo como e onde surgiu e nem como se pode
ter acesso ao “jogo”. Algumas fontes indicam que o Baleia Azul surgiu na
Rússia, onde foi registrada a primeira morte ligada ao desafio. Pelo que foi
divulgado na mídia, as pessoas que entram são “selecionadas” a partir de sua
participação em grupos e/ou redes voltadas para o tema de suicídio.
Hoje a preocupação é com esse jogo, mas há pouco tempo a inquietação
girava em torno do “jogo da asfixia”. Não demorará para que outra “brincadeira”
surja. O fato é que precisamos estabelecer relações mais próximas e respeitosas
com os jovens, baseadas na compreensão. Precisamos superar essa ideia de que
“adolescente é assim mesmo”, “essa fase vai passar”, justificando
comportamentos rebeldes e outros indesejáveis como a reclusão. A adolescência é
uma fase em que se vive muitos desafios, muitas mudanças físicas, novas
experiências e muita experimentação, dúvidas, descobertas e etc. Embora neste
período os jovens não queiram os pais por perto o tempo todo, eles precisam do
seu apoio, de se sentir amados e protegidos.
E infelizmente, o que tem acontecido é exatamente o contrário, os pais
estão cada vez mais distantes dos filhos. Vivemos hoje um distanciamento
emocional muito grande. Não estamos preparados para falar sobre a dor, sobre
questões existenciais mais complexas como a própria morte. Sobre a depressão por
exemplo, uma doença grave que precisa ser tratada.
São alarmantes os números relacionados à tentativa de autoextermínio
entre os jovens. Precisamos falar sobre isso. A solução para problemas difíceis
como esse, passam pelo diálogo, pela escuta e interesse genuíno por colaborar
propondo discussões acerca do tema dentro das escolas, das faculdades, nos
grupos de amigos e nas famílias.
Vivemos em uma era em que temos cada vez mais recursos para nos
conectarmos uns aos outros, mas curiosamente temos vivido mais desconectados.
Precisamos nos dispor e nos preparar para a verdadeira conexão com o outro.
Precisamos encontrar amparo e também oferecer amparo. Os filhos não querem
superpais e supermães, eles querem pessoas que se importem, que também falem sobre
os seus medos e dificuldades, o que todos precisam na verdade é de um pouco
mais de presença e de humanidade, o que representa agir pautando-se em valores
como a bondade, a benevolência a compaixão e a empatia genuínas.
Obs.: texto originalmente publicado no pulse pelo meu perfil do Linkedin: https://www.linkedin.com/pulse/baleia-azul-e-os-desafios-contempor%C3%A2neos-cynara-bastos
Obs.: texto originalmente publicado no pulse pelo meu perfil do Linkedin: https://www.linkedin.com/pulse/baleia-azul-e-os-desafios-contempor%C3%A2neos-cynara-bastos