segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Como escapar da Armadilha da Normalidade e se conectar ao seu Eu Verdadeiro?




Às vezes a pessoa até acha que sabe quem é. Mas ao longo da sua jornada teve que lidar com tantas expectativas com as suas próprias, com o seu desejo de ser amada, acolhida... Então ela vai construindo o seu ser muito influenciada e impactada por todas as relações que estabeleceu até aqui.

 

E não há nada de mal nisso, afinal, a gente se faz é no mundo mesmo, através das nossas relações interpessoais, do relacionamento intrapessoal e experiências em geral. Mas, o que é muito perigoso é se perder de si mesmo. Muitas pessoas sequer chegaram ao amago do seu ser. E por isso vão se distanciando de forma gradativa, de sua essência.

 

Essa falta de conexão consigo mesmo, pode provocar muitas dificuldades ao longo da vida. Insatisfação com as atividades cotidianas, sentimento de inadequação nas relações em geral, dificuldade para fazer boas escolhas, terceirização da própria vida...

 

Veja esse exemplo sobre escolhas na carreira:

 

Você já deve ter se deparado com histórias de pessoas que seguiram uma determinada carreira e de repente, depois de anos nessa atuação, decidem escolher outro caminho, totalmente diferente. Isso se dá por diversos motivos, mas quase sempre por essa pessoa ter podido acessar seu eu mais profundo e perceber o que faz seu coração vibrar.

 

É certo que a própria dinâmica do mundo em que vivemos também impacta muito. Dada a velocidade das mudanças e da não linearidade da vida e dos próprios processos evolutivos. Outro aspecto é o fato de que não somos os mesmos ao longo da vida. A gente vai se conhecendo mais e mais, vai identificando aspectos que gostaria de modificar, outros que deseja fortalecer. Cada novo dia, nova experiência é um momento para refletirmos e definirmos quem queremos ser.

 

Insisto tanto na sua busca pelo autoconhecimento, pelo seu autêntico, justamente para que você viva uma vida mais parecida com quem você é, com aquilo que você deseja e merece. E nesse processo é importante perceber que nada é “assim mesmo”. Nossa sociedade naturaliza coisas muito nocivas para a nossa saúde mental, bem-estar e desenvolvimento psíquico. Não há espaço para a expressão de quem se é em profundidade e diferenças. Então, você precisa com alguma frequência, identificar o que é que você de repente está tomando como natural, “normal” mas que na verdade não tem nada a ver com quem você é ou deseja e que muito menos, são coisas “normais”.

 

É bom refletir:

 

O seu trabalho, os seus relacionamentos, cada papel que você exerce, como você se sente em relação a tudo isso? Posso dizer que durante muito tempo da minha vida, achei que o trabalho era difícil mesmo, que diversas coisas que aconteciam nos meus relacionamentos íntimos eram “assim mesmo”, naturalizei absurdos, porque ia na crença de que o que “todo mundo estava vivendo” também era meu destino, meu fardo...

 

Mas descobri que não era!

 

Assim, eu comecei a modificar algumas coisas, comecei a dialogar mais com as pessoas mais próximas, destaquei o que me parecia bom, o que não parecia, sugeri mudanças em mim, no outro, nas relações, voltei para a terapia, aprofundei meus estudos e práticas sobre o autoconhecimento e o desenvolvimento integral do ser humano. Comigo aconteceu assim.

 

Agora, me conta?

 

Como você está lidando com essa tendência perigosa de achar que tudo é  normal”, menos a expressão da sua singularidade e a crença que de as coisas podem ser diferentes de como têm sido?  






👋Sou Cynara Bastos, psicóloga, mentora de líderes e docente em educação corporativa.


🧠Apoio profissionais a alcançarem um estado mental otimizado, integrando diferentes aspectos da inteligência para adquirir um nível elevado de autoconsciência, adaptabilidade e eficácia, utilizando seus recursos para evoluir para novas formas de liderança, sendo capazes de desenvolver melhores relacionamentos, explorar o ambiente de negócios identificando possibilidades e riscos, gerando ações e soluções se valendo de um novo alcance mental.


(11) 94469-0995
relacionamento@pantareidho.com

 

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Eros, Psique e você: autoconhecimento através da poesia de Fernando Pessoa


 

O lema ‘querer é poder’ é a superstição do homem moderno. Para sustentar essa crença, no entanto, o homem contemporâneo paga o preço de uma incrível falta de introspecção. Não consegue perceber que, apesar de toda a sua racionalização e eficiência, continua à mercê de ‘forças’ fora do seu controle. Seus deuses e demônios absolutamente não desapareceram; têm apenas novos nomes. E o conservam em contato íntimo com a inquietude, com apreensões vagas, com complicações psicológicas, com uma insaciável necessidade de pílulas, álcool, fumo, alimento e acima de tudo, com uma enorme coleção de neuroses.  

 

Conta a lenda que dormia

Uma princesa encantada

A quem só despertaria

Um infante, que viria

De além do muro da estrada.

 

Ele tinha que, tentado,

Vencer o mal e o bem,

Antes que já libertado,

Deixasse o caminho errado

Por o que à Princesa vem.

 

A princesa adormecida se espera, dormindo espera.

Sonha em morte a sua vida,

E orna-lhe a fronte esquecida, 

Verde, uma grinalda de hera.

 

Longe o infante, esforçado,

Sem saber que intuito tem,

Rompe o caminho fadado.

Ele dela é ignorado.

Ela para ele é ninguém.

 

Mas cada um cumpre o Destino –

Ela dormindo encantada,

Ele buscando-a sem tino

Pelo processo divino que faz existir a estrada.

 

E, se bem que seja obscuro

Tudo pela estrada fora

E falso ele vem seguro,

E vencendo estrada e muro,

Chega onde em sono ela mora.

 

E inda tonto do que houvera,

À cabeça, em maresia,

Ergue a mão e encontra hera

E vê que ele mesmo era

A princesa que dormia.

 

Convido-os a fazer uma viagem comigo através desse belo e poderoso poema do grande Fernando Pessoa. Minha intenção é fazer um paralelo entre ele e a nossa busca pelo autoconhecimento, autenticidade e o desenvolvimento da maturidade psíquica. Esse caminho precioso, que nos permite avançar na vida com sabedoria e coragem.

Ao longo das nossas jornadas, temos guias, mestres, pessoas e acontecimentos que podem favorecer o nosso despertar, entretanto o principal personagem nessa história somos nós mesmos.

“Vencer o mal e o bem” pode representar a busca pelas nossas virtudes e colocá-las a serviço das nossas melhores intenções, sem desperdiçá-las e sem ficarmos excessivamente encantados por elas a ponto de nos tornarmos narcisos à beira do lago, prestes a nos perdermos na vaidade e no orgulho.

Autoestima é poder, mas narcisismo é a morte de qualquer possibilidade de construção de relacionamentos ricos. “Vencer o mal e o bem” também pode representar os desafios que forjam nosso caráter com hombridade.

“Se espera, dormindo espera” a gente se espera e nem sabe disso, e a espera termina quando percebemos que a maioria das coisas que buscamos fora na verdade está dentro. “Retirar a hera” e tomar contato com quem verdadeiramente somos: sombra e luz, forças e fraquezas, virtudes e vícios eleva nossa autoconsciência e a capacidade de agirmos com maior autenticidade e claro, poder.

Se olharmos bem, durante muito tempo nas nossas vidas vivemos como o infante e a princesa. Parcialmente consciente sobre quem somos. “Ele dela é ignorado, ela pra ele é ninguém”.  Mas estamos salvos, porque “há um processo divino que faz existir a estrada” e há o infante que não desiste da sua jornada, ainda que ela às vezes lhe apreça confusa, complexa e sem sentido.

E de tanto buscar, e por não desistir de nós mesmos, “vencemos estrada e muro” e nos tornamos quem somos. O desafio continua, pois o ciclo da vida trará outros pleitos, mas agora, mais conscientes, maduros e autênticos, seguimos com autoconfiança e coragem!

 

Espero que este texto lhe tenha tocado como tocou a mim à medida que o escrevia. O processo do autoconhecimento é para a vida, sempre teremos algo mais a descobrir. Eros e Psique habitam nosso ser e quando reconhecemos e acolhemos esse poder, transformamos nossas vidas e com sorte, também impactamos tantas outras.

 

Obrigada por estar aqui! Deixe seus comentários e compartilhe este artigo se fizer sentido!

Você sabia que posso lhe apoiar nesse processo de autodescoberta e evolução?

Se quiser conhecer mais sobre a história de Eros e Psique: https://www.fafich.ufmg.br/~labfil/mito_filosofia_arquivos/eros_psique.pdf

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Você tem dificuldade de dizer não?


Na semana passada comecei uma provocação no Instagram sobre a nossa dificuldade em dizer não. Uma dinâmica complexa no âmbito dos nossos relacionamentos que merece nossa atenção.

Afinal, porque a maioria das pessoas têm receio de dizer não?

Medo de desagradar, de perder o amor das pessoas, de ser incompreendido...

Sem perceber, no desejo de atender as expectativas alheias a todo momento, perde-se a oportunidade preciosa de suprir suas próprias expectativas e necessidades. Além da possibilidade de educar a si mesmo e ao outro construindo relações maduras. Quando temos essa postura de tentar atender todas as demandas dos outros, também há outras questões as quais devemos jogar luz e refletir: será que não digo não por que eu mesmo tenho dificuldade de aceitar o não? Será que faço mais do que posso ou deveria, porque no fundo quero manter uma posição de poder e domínio? Ou mais: quando faço tudo pelo outro, pelos grupos sociais dos quais faço parte: família, trabalho, amigos, espero que façam tudo por mim também?

Depois que você fizer essa avaliação de forma sincera, honesta e com muito cuidado, tenha em mente o seguinte:

Se você está o tempo todo disponível para todas as demandas que surgem, é bem provável que aspectos importantes sobre quem você é e o que é importante para você, estejam sendo negligenciados. Então, procure identificar se suas escolhas e ações estão revertendo os resultados que você almeja na sua vida. O que é mais importante hoje? Você tem encontrado e reservado tempo para essas coisas?

Com que frequência você diz coisas como: “Ah, eu adoraria fazer isso, mas não encontro tempo.” Não quer dizer que seja necessariamente porque está dizendo sim demais para os outros. Pode ser “simplesmente” falta de foco e dedicação, ou excesso de demandas no trabalho e na jornada de casa. Mas quase sempre, a dificuldade em atingir os próprios objetivos e garantir o seu bem-estar, passa por estar mais disponível aos outros do que a si mesmo.   

Outro aspecto interessante a observar é a sua experiência com os “nãos” que recebe: muitas pessoas com baixa autoestima, reagem aos “nãos” como se eles fossem uma constatação da sua falta de valor. Ou ainda, como uma afronta! Então convém refletir se você tem garantido a liberdade e respeitado a individualidade dos outros. Se percebe que a recusa de uma ideia ou projeto no trabalho, não quer dizer que suas ideias não sejam boas, ou que sua competência esteja sendo contestada.

E se principalmente, compreende que se alguém não está disponível, seja para lhe ajudar em uma atividade, para lhe fazer companhia em um evento, ou fazer qualquer programa com você, isso não quer dizer que você não seja importante para ela. Nem tudo é sobre você! Às vezes ela só está priorizando suas necessidades. De toda forma, tenha em mente que a sua autoestima é fortalecida pelas suas próprias crenças em suas características, valores e virtudes.

Antes de terminar, não posso deixar de mencionar as pessoas que jogam muito com essa questão. Seja porque são narcisistas, dominadoras ou imaturas (ou os três) e não aceitam ser contrariadas, seja porque se sentem tão carentes, faltosas e incapazes, que acabam ficando num estado de dependência que é ruim para todos os envolvidos.

Encerro propondo que você não negocie o inegociável, estabeleça seus limites e respeite os limites dos outros. Diga mais: “eu não vou”, “eu não quero”, “não estou confortável com isso”. E aprenda a ouvir e compreender essas posições. Essas mensagens dizem muito sobre a construção de relacionamentos ricos, maduros e prósperos. É claro que nas nossas relações também faz parte fazermos concessões. Mas precisa haver um equilíbrio. Senão, fica muito pesado e triste! 

Faz sentido para você? Deixe seu comentário, compartilhe suas impressões e experiências! E obrigada por estar aqui!  

quinta-feira, 21 de março de 2024

A Inteligência Artificial pode se tornar um canal para a Intimidade Artificial?

 

 


"When we begin to make do with a simulation of reality we have been talking a lot about artificial intelligence but what about the other AI to what extent is artificial intelligence a conduit for artificial intimacy." Esther Perel

 

Então você sente aquele cansaço no fim do dia e tudo o que deseja é concluir o dia de trabalho para descansar. Quando enfim se encerra o dia, você liga a TV ou fica no celular, nas redes sociais, com a sua mente ocupada em algo que ao contrário do que se espera, gera mais desgaste e cansaço.

Além disso, você perde a preciosa possibilidade (se você não mora sozinho), de se conectar com as pessoas da sua família. Ou simplesmente – não que isso seja pouco, se conectar consigo mesmo, com a natureza, fazer atividades ao ar livre, uma simples caminhada, uma volta no quarteirão que seja, ou uma leitura valiosa...

Temos experimentado curiosidade e em muitos casos até mesmo receio diante dos avanços da Inteligência Artificial. Mas temos outro movimento sobre o qual poucos estão conscientes que é o da Intimidade Artificial. Você já ouviu falar sobre isso?  É um conceito trabalhado pela Esther Perel, que indica a falta de presença emocional e psicológica. Para estimular sua reflexão sobre o tema vou lhe fazer algumas perguntas:

Qual foi a última vez que você se conectou com as suas próprias emoções e sentimentos?

Qual foi a última conversa significativa, de conexão real no trabalho, com amigos ou em casa?

Quanto tempo do seu dia você tem se dedicado à reflexão sobre a sua vida, sobre você, para ouvir e conversar com as pessoas que você ama?

"De-risking and automating life is turning intimacy into a flat commercialized process that eliminates errors and it simultaneously is also atrophying the social muscles that we need to have successful relationships." Esther Perel

Avalie de forma muito honesta se você tem criado e permitido a intimidade real com as pessoas que são importantes para você. Você sente saudades da pessoa com quem você “divide a vida” mesmo morando na mesma casa e dormindo na mesma cama? Você tem conversado com seus filhos, pais, amigos, você sabe como realmente eles se sentem agora?

Talvez você tenha notado que algum colega no trabalho está diferente, com um comportamento incomum. Que tal convidá-lo para almoçar e perguntar como ele está? Que tal observar se você vem recusando a intimidade real, por medo de precisar se haver com tudo aquilo que te faz humano e também frágil, muitas vezes?

Parafraseando a brilhante Esther Perel, é preciso desautomatizar alguns processos nas nossas vidas, sob pena de perdermos a capacidade de desenvolver os músculos que precisamos para o sucesso nos relacionamentos!

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quarta-feira, 6 de março de 2024

Como está a sua capacidade crítica?

 

Temos acesso à informação como nunca, conteúdos de qualidade inestimável e também de qualidade duvidosa. As redes sociais deram voz a “influencers” de todo tipo, dos bons e úteis para a nossa sociedade a outros que sequer sabem sobre o que estão falando. (E esses últimos ainda tem milhares de seguidores.)

A capacidade de discernimento e crítica sempre foi importante, é claro. Mas se torna urgente no presente contexto.

Comece pela autocrítica: quanto você sabe sobre si mesmo? Quanto você é capaz de criticar sua conduta, suas escolhas, sua presença no mundo? Que tipo de ser humano você tem sido para si mesmo e para o seu entorno? Quanta maturidade e sagacidade você tem para avaliar os feedbacks que recebe? O que é importante observar e investir para a sua contínua evolução? Para que você não se torne obsoleto, desnecessário ou pior: uma influência nefasta para o mundo?

Quanto ao pensamento crítico: você é capaz de desenvolver suas próprias ideias sobre as questões centrais à sua volta? Ou tem apenas compartilhado, propagado as ideias de outros? Quanto você é capaz de criticar os pensamentos ou asserções das pessoas que você admira? Quem são as pessoas que você segue e por quê? Você tem o hábito de ler, ouvir podcasts ou assistir vídeos? Você consome conteúdo de fontes diversas?  Quanto você é capaz de se aprofundar nas suas pesquisas, discussões e interações em geral?

Perceba que a autocrítica e o pensamento crítico só podem existir na profundidade. E a superfície é um lugar muito inseguro e perigoso para se viver.

Não há nada mais terrível que a Ignorância” Goethe (1749-1832)

sábado, 3 de fevereiro de 2024

Relacionamentos: expectativas, maturidade e possibilidades

 




Não procure o bem fora se você não sabe o bem que tem. Esse foi um insight que tive um dia desses. Como vocês sabem, venho buscando vencer algumas ideias que o Mito do Amor Romântico nos trouxe, fazendo com que tivéssemos cada vez mais expectativas em relação a um amor que estaria guardado para nós em algum lugar. “Em algum lugar, a pessoa certa me espera.” Não, isso não é verdade.

O que é possível é o encontro de dois humanos imperfeitos que decidem se dedicar a uma relação construída dia a dia por essas duas pessoas. Elas estarão dispostas a compreender uma à outra, mesmo em seus momentos mais difíceis. Estarão dispostas a perdoar as falhas uma da outra e também a si mesmas.

E estarão conscientes quanto ao fato de que no amor não há garantias. O verbo deve ser praticado dia a dia. E ainda sim, o outro pode decidir partir. O amor só existe quando na possibilidade de partir, a pessoa escolhe ficar. E para as pessoas maduras e conscientes, essa escolha é feita todos os dias.

Sim, em algum lugar, há uma pessoa: madura, corajosa e intencionada a criar uma relação rica, verdadeira e próspera.

O Mito do Amor Romântico está associado à história do amor que o Romantismo, desde meados do século XVIII “plantou em nós”. Desde então, regras, normas e ideias sobre o amor começaram a nortear nossas vidas – em especial os relacionamentos amorosos. O que é muito marcante nessa perspectiva é a idealização do outro e principalmente uma expectativa ingênua, eu diria, até mesmo infantil, de que o outro lê, ou deveria ler nossos pensamentos; que o amor é fácil e mágico; que em algum lugar há a tal “tampa para cada panela.”

 

Silenciosamente, essas ideias entram nas nossas mentes e nossos corações e são potencialmente nocivas para a possibilidade da construção de relacionamentos maduros e sustentáveis. “Ah, isso é amor”, “Isso não é amor”, quanto essas ideias já passaram pela sua cabeça? O fato é que dois adultos, podem construir o seu jeito de se relacionar, que demandará honestidade, respeito, carinho, cuidado, boa vontade, AMOR! Mas apenas se pensarmos no amor como essa construção da qual eu venho falando e se compreendermos que nada está escrito em pedra, ou pelo menos não deveria, aí sim, nos veremos mais livres dessa idealização do amor, para algo humanamente possível.

 

Então, volto ao meu insight que trouxe no início desse post. Não procure o bem fora se você não sabe o bem que tem. Se você não encontrar amor suficiente dentro de ti, se não compreender que você não precisa ser completada(o) é provável que você encontre muitas pessoas com as quais estabelecerá relações imaturas, nas quais você espera muito do outro, porque se sente menor, ou carente de um afeto, que precisa em primeiro lugar, vir de dentro de ti, para você mesma(o).

 

Você com certeza deve ter ao seu lado, pessoas que lhe façam bem. Mas em primeiro lugar, seja você a pessoa a se fazer bem. A começar por não aceitar que alguém esteja com você pela metade. Você não PRECISA de alguém, você pode QUERER construir uma relação especial com alguém, na qual as duas pessoas estão inteiras, dispostas a se relacionar de uma forma respeitosa, com parceria, companheirismo e amor, principalmente esse amor verbo, do qual venho falando tanto.

 

Quando a gente aprende a se relacionar com o outro de uma forma mais madura, compreende que há que se ter espaço para a individualidade de cada um, afinal é como li outro dia “Se o casal é um só, um dos dois já deixou de existir.”

 

Vejo muitas pessoas presas a relacionamentos difíceis, complicados, às vezes até mesmo abusivos, porque elas não se percebem como alguém capaz de viver sem o outro, de ficar sozinhas, mesmo que por um período, apenas. Há na maioria das vezes, uma relação de dependência muito grande.

 

Reflita sobre isso! Precisamos desnaturalizar muitos padrões nas relações afetivas que não são “assim mesmo”. Relacionamentos são desafiadores, são coisas de gente adulta, madura e com muita vontade de construir. Não é fácil, mas também não é guerra e deve ser motivo de alegria. O sentimento e a percepção que precisa prevalecer para o casal é o de que estão crescendo, evoluindo, à medida que a relação avança!

 

Faz sentido? Deixe seu comentário! Ficarei feliz e grata em saber sua opinião!     

 

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Sobre abraçar árvores e pessoas



Quero falar nesse breve artigo, sobre duas formas de abraçar árvores.

Muitas vezes, quando eu me apresentava como psicóloga, alguém perguntava: “mas você não é daquelas que abraça árvores não, né? Uma expressão nada gentil para criticar psicólogas(os) “muito sensíveis”, que lidariam com as pessoas de forma muito condescendente, ou de forma pouco “firme”.

Engraçado que eu já cai nessa “brincadeira” e sempre me gabei de as pessoas em geral dizerem que eu pareço advogada e não psicóloga. E foi muito recentemente que eu percebi a grande bobagem nessa história toda. Até porque, o fato é que os psicólogos são muitas vezes mal vistos por uma falta de compreensão da disciplina e da prática da psicologia. Mesmo que eu precise admitir que tal como em todas as profissões, sempre tem uns “exemplares” que não contribuem para a categoria. 😊

Mas voltando ao fato de me dizerem com certa frequência que eu pareço uma advogada. Eu me considero sim, um camaleão nesse mercado tão complexo, que demanda sempre adaptabilidade, visão, pensamento crítico, resiliência e conforto com a mudança e ambiguidade. Adoto saberes de diversas disciplinas ao meu exercício profissional. E o que faz as vezes confundirem minha área de formação, são os estereótipos. 

Hoje, percebo que é possível conciliar meu carinho e cuidado com as pessoas com a postura séria e exigente que tenho diante de clientes, alunos, nos meus relacionamentos em geral e até comigo mesma. A propósito, esse tem sido um elogio comum na minha atividade profissional: “você trabalha sorrindo, tem brilho nos olhos e muito conteúdo.” “É bom sentir que você tem carinho por nós”. 

Quero destacar que ter carinho e consideração pelas pessoas, não as torna mais fracas, e sim mais fortes.

E quero está tudo bem em abraçar árvores! Mesmo que algumas pessoas achem isso estranho. Essa prática faz parte da minha conexão com a sabedoria da Terra, com o meu próprio ser. À medida que cuido de mim como o ser humano integral que sou, me torno alguém muito melhor para todas as atividades as quais me dedico.

Bom, vou ficando por aqui e deixo uma dica de leitura interessante sobre o crescente interesse por abraçar árvores 😊

E quero então lhe perguntar: como você vem cuidando de si mesma(o)? Qual é a sua disciplina base e quanto você tem cuidado do Ser que exerce seu trabalho?

“As árvores parecem criar um mundo diferente dentro de nós, não apenas em termos de vida selvagem, mas em esferas imaginárias onde as coisas parecem possíveis e que não seriam assim no mundo diário do trabalho." Fiona Stafford

"Em seus galhos mais altos o mundo sussurra. Suas raízes descansam no infinito. Mas elas não se perdem lá; elas lutam com toda a força que podem para um único propósito: realizar-se de acordo com suas próprias leis, para construir a sua própria forma, para representar a si mesmo. Nada é mais sagrado, nada é mais exemplar do que uma árvore, bela e forte." Herman Hesse

https://www.bbc.com/portuguese/vert-cul-41275018#:~:text=A%20express%C3%A3o%20%22tree%20hugger%22%20(,hippie%20sonhador%2C%20fora%20da%20realidade.

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...