quarta-feira, 1 de abril de 2015

Sobre nossas declarações cotidianas

Diariamente, sem que possamos perceber, nós emitimos mensagens ao mundo. Ao acordar, por exemplo, você pode pensar: “Ah! Estou morrendo de sono... queria dormir mais um pouco”... e pronto! Mensagem entregue! Você terá um dia de muito desânimo e bocejos. Então você se levanta, vai tomar banho e lembra: “nossa, tenho uma reunião em um lugar péssimo para estacionar, e não vou achar vaga”. Mensagem entregue! Você dará mil voltas procurando uma vaga e vai acabar parando no estacionamento mais caro da região.  

Diariamente, a cada pensamento, você emite uma mensagem ao mundo. Isso serve para o que você pensa sobre si mesmo, sobre os outros, sobre os acontecimentos e todas as outras coisas. Já reparou como algumas pessoas esbanjam confiança, costumam ter muita “sorte” atingindo todos os seus objetivos, ou pelo menos a maioria?

Essas pessoas certamente têm uma imagem positiva de si mesmas e são otimistas em relação ao futuro.  Pensamento positivo? Isso mesmo. Mas não é só pensamento. É uma forte crença em si mesmo e na sua capacidade de realizar aquilo que almeja. Trata-se de um trabalho diário de perseverança e de foco naquilo que é mais importante.

Vamos pensar noutra situação: você vai apresentar um projeto no qual vem trabalhando há algum tempo. Então, às vésperas do grande dia, você se pega pensando: “acho que não estou preparado, eu nem sou tão bom assim, não conseguirei vendê-lo”... Qual a chance de dar certo? Mas se ao contrário, você prova a si mesmo que está preparado e que tem condição de fazer uma excelente apresentação, eu duvido que você não obtenha êxito.

Esta ideia pode parecer simplista, mas é real e funciona. Para o bem e para o mal. Posto isso, sugiro que você faça uma reflexão profunda sobre quem é você e sobre o que tem dito ao mundo sobre si mesmo. Em seguida, comece a dizer ao mundo objetivamente o que você quer e por que merece receber o que almeja. Experimente! 




quarta-feira, 25 de março de 2015

A Execução de intenções pela utilização do Escudo de intenções

Recentemente incluí em meu trabalho em desenvolvimento humano, uma ferramenta bastante interessante chamada “Escudo de intenções”. Trata-se de uma grande aliada para o autogerenciamento e consequente execução de nossas intenções.

Todos nós temos nossas intenções (vontade, desejo, propósito). No início do ano, por exemplo, estamos normalmente cheios de intenções motivadas pelos mais diversos temas: saúde, prosperidade, amor, etc..

Ocorre que para garantirmos a execução de nossas intenções é preciso planejar: como, quando, onde e os recursos necessários para o êxito.  Isso basta? Não! É necessário ter em mente por que você tem essa intenção e a quais valores seus esse objetivo está associado. E pasmem! Isso também não basta... sabem por quê? Porque ao longo do caminho, obstáculos aparecerão. Coisa bem natural em qualquer percurso. Antever esses obstáculos é utilizar o Escudo de intenções.  

Quando você decide emagrecer, ou adotar uma alimentação mais saudável, você pode se deparar com várias situações que podem lhe atrapalhar. Estudos indicam que se você adota uma postura positiva diante desses desafios, pode ser muito útil. Por exemplo: Você tem uma reunião num restaurante onde você sabe que terá muitas opções inadequadas ao seu intento. Assim, você pensa: “Vou fazer um bom prato de salada para começar” ao invés de: “Não poderei comer o que eu gosto”! Alguém pode lhe oferecer uma sobremesa... então, você responde: “Não como sobremesa”. Ao invés de “Não posso comer sobremesa”, o que evocaria uma ideia de privação.

Para a execução de sua intenção, é necessário que você se proteja de situações que podem lhe atrapalhar. E com o Escudo de intenções você protege sua intenção dos possíveis boicotes ou obstáculos. Pense no seu maior objetivo hoje. O que pode acontecer e lhe impedir ou atrasar o cumprimento de sua meta? O que você pode fazer em relação a isso? Esse será seu escudo!


Quer saber mais? Entre em contato! 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Legado ou Herança?


Herança: aquilo que se transmite por hereditariedade”.
“Legado: Dádiva deixada em testamento / Aquilo que alguém transmite a outrem”.


A primeira vez que pus a pensar sobre isso, foi através de uma provocação de uma pessoa a quem sou muito grata pelos ensinamentos transmitidos... Desde então, tenho vivido para deixar um legado. Qual a diferença entre legado e herança?

A ideia principal é a seguinte: “deixar um legado” é como deixar um exemplo, é ser lembrado pela sua integridade, por sua contribuição ao mundo. Quanto mais íntegra eu for, quanto mais eu contribuir para o mundo, para os outros, quanto mais eu realizar, aprender e ensinar o que eu tenho aprendido, mais útil ou benéfico será o meu legado. Deixar uma herança seria deixar bens materiais. Nada contra deixar uma herança. Apenas acredito que um legado tem um valor que não se pode medir e que nunca será perdido.  Inclusive, ouso dizer que se deixarmos uma herança e também um legado (tal como estou dizendo aqui) a possibilidade de se perder os bens materiais pode ser bem menor.

Algumas pessoas em minha história de vida me deixaram muitos legados... Minha avó materna, D. Nenzinha, era uma guerreira, trabalhou incansavelmente para criar 4 filhas e 4 filhos dignamente e deixar uma sementinha de amor em cada um deles. Um das filhas é minha mãe, que nos ensina muitas coisas diariamente, mas fundamentalmente a sermos honestos e íntegros e a amarmos uns aos outros, a sermos boas pessoas para nós e para os outros. Minha avó paterna, D. Dilma, era outra guerreira, que superou muitos desafios, mantendo sua integridade, amou incondicionalmente seu filho, netos e netas e ajudou muitas pessoas.

Podemos deixar um legado por onde quer que passemos, através do nosso trabalho, das relações que estabelecemos e em todo e qualquer lugar. Ao que parece, quanto mais sintonizados com nossos valores e propósitos de vida, maior a possibilidade de deixarmos exemplos positivos para as próximas gerações. Acredito fortemente que uma vida pautada em valores e propósito é a construção de um legado que perdurará por muitos e muitos anos depois que não estivermos mais nesse mundo.

É fato que não faz mal receber uma herança, bens materiais... Mas um legado é algo que não se esgota, pelo contrário, faz multiplicar ações virtuosas pelo mundo.  

quarta-feira, 4 de março de 2015

Sobre o homem e nossos desafios



Há pelo menos 50 anos, um pouco antes de sua morte, Jung disse o seguinte à um profissional que o entrevistava:


"Uma coisa é certa; uma grande mudança de nossa atitude psicológica é iminente. Isso é certo. Porque precisamos de mais, precisamos de mais psicologia. De um maior entendimento da natureza humana, pois o único perigo real existente é o próprio homem. Ele é o grande perigo, e lamentavelmente não temos consciência disso. Não sabemos nada sobre o homem, é muito pouco. Sua psique deveria ser estudada, pois somos a origem de todo mal vindouro".


De lá pra cá, avançamos muito no que diz respeito ao estudos sobre o homem e a dinâmica psíquica, mas receio que estejamos procurando respostas para os maiores problemas que temos vivido fora de nós, quando na verdade, a resposta está em nossas ações, em nossas relações. Mesmo correndo o risco de parecer repetitiva volto a dizer: acredito fortemente que se cada um de nós se comprometer a ser o melhor que puder, a buscar novos conhecimentos, a compartilhar o que tem aprendido e adotar uma postura de colaboração e compaixão genuínas, será possível fazermos deste mundo um lugar melhor para nós e para os que virão.




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Resiliência: diferentes perspectivas

Estudando sobre a resiliência descobri coisas interessantes e por isso compartilho...

Entre as décadas de 70 e 80, pesquisadores norte-americanos e ingleses voltaram sua atenção para as pessoas - em especial crianças, que passavam por severas dificuldades, mas permaneciam saudáveis. Chamaram-nas de invulneráveis e o fenômeno de invulnerabilidade. Posteriormente, esse termo foi substituído por resiliência.

Entre os pesquisadores ingleses e norte-americanos precursores dos estudos sobre a resiliência, e os brasileiros e outros falantes da língua latina, há diferenças na maneira de se entender e apresentar as origens do tema e também em suas concepções de resiliência. Os pesquisadores brasileiros de um modo geral, afirmam que a ideia por traz do termo veio da física, mais especificamente do tema sobre resistência dos materiais, sendo que os pesquisadores norte-americanos e ingleses, nunca mencionaram qualquer relação com esta disciplina.

Verifica-se que dicionários da língua portuguesa e inglesa apresentam significativas diferenças ao explicarem o termo.  Se procurarmos a palavra resiliência no dicionário da língua portuguesa, encontramos: “Resiliência [do ingl. resilience] S.f. 1. Fís. Propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de uma deformação elástica. 2. Fig. Resistência ao choque”. Importante ressaltar que até 1990 o termo nem fazia parte do vocabulário coloquial brasileiro. Já nos dicionários da língua inglesa, as palavras resilience e resiliency ao que tudo indica, já faziam parte do vo­cabulário coloquial de falantes desta língua há mais de 30 anos, com uma significação menos “técnica”, menos ligada à física, e mais relacionada a fenômenos humanos.

Um artigo de estudantes da UFMG (informações ao final deste texto) mostra que na verdade o conceito da física chamado resiliência não é o mais adequado para denominar o que se chama de resiliência no campo de pesquisa brasileiro e latino, sendo mais adequado neste caso o conceito de “elasticidade”. O artigo mencionado explica mais detalhadamente a razão.

Para os falantes da língua inglesa, a palavra já era conhecida – fora do âmbito da resistência dos materiais – e provavelmente foi escolhida por ser considerada adequada para designar os fenômenos que eram estudados e que abrangiam capacidade de resistên­cia a pressões e estresses.

A resiliência no entendimento dos latinos (incluindo brasileiros) está relacionada à resistência ao estresse, mas também aos processos de recuperação e superação de abalos emocionais causados pelo estresse.

Pensando sobre essas definições, a de origem anglo-saxônica e a de origem latina, eu fico pensando se é realmente possível passar por grandes reverses na vida e permanecer impassível. Acredito que é totalmente possível passar por situações adversas e superá-las e que podemos lançar mão de diversas estratégias e recursos para isso, mas tenho dúvidas se a resiliência tal como entendida pelos norte-americanos realmente existe, ou se na verdade essas pessoas que se apresentam resistentes ao estresse, não têm suas marcas internas. Creio que podemos sempre escolher entre sucumbir ou seguir em frente. Mas tudo o que vivemos, positivo ou negativo, deixa marcas em nós e não há como fugirmos disso.

Adoto então o seguinte conceito de resiliência: a capacidade de superar e enfrentar adversidades de forma saudável. Saber buscar e utilizar recursos e estratégias para a superação de problemas e outras situações estressantes, sem se entregar.


Artigo mencionado: A construção do conceito de resiliência em psicologia: discutindo as origens - Disponível em: www.scielo.br/paideia  

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Coaching pra quê?



Achei importantíssimo um artigo da Káritas Ribas na Revista Coaching Brasil. Pensando sobre a febre de coaching que nos assola, ela discorre sobre o que denomina “Coaching de plástico”. Processos engessados, realizados por profissionais pouco capacitados. Isso também me fez pensar sobre as pessoas que buscam coaching apenas porque "está na moda". 

Infelizmente é uma realidade o enorme número de pessoas no mercado dizendo que são coaches. Algumas sequer fizeram algum tipo de formação, outras fizeram uma formação mediana e outros podem até ter feito uma boa formação, mas acham que só isso basta.

Quando fiz minha formação, lembro-me bem do meu instrutor nos chamar atenção o tempo todo sobre a necessidade de o coach ser um profissional estudioso do desenvolvimento humano incluindo disciplinas como filosofia, psicologia, sociologia, entre vários outros temas. Isso fez muito sentido pra mim e faz para vários outros coaches sérios que conheço.

Uma formação seja ela qual for, pede que você estude constantemente. Eu como psicóloga, nunca parei de estudar e procurar aprender com outros profissionais da área. Foi assim quando me especializei em gestão de pessoas e também quando me formei em coaching. Mas parece que tem muitas pessoas por aí querendo enquadrar seus clientes em processos de coaching engessados, como a Káritas menciona:

“Processos de Coaching de Plástico são aqueles onde o coach tem a ilusão de que muni­do de fichas com perguntas “po­derosas” pré-programadas, ou uma lista delas é possível levar um ser humano à desenvolver sua potência, atingir sua meta e transformar-se. Tudo isso em no máximo 10 encontros”.

Outra questão que me chama atenção é a procura por coaching apenas por que “está na moda”. Coaching é para quem quer crescer. É para quem está disposto a despir-se de máscaras, a abrir-se, a rever-se, a quebrar velhos paradigmas e assim seguir em busca daquilo que faz sentido para si mesmo. Coaching não é coach pergunta, coachee responde. Coaching não é uma fôrma, onde se coloca todo tipo de pessoas. Há que se preservar e respeitar a individualidade de cada um. O coach não é um sabe tudo, que traz respostas. Ele é um provocador. Mas até mesmo para provocar é preciso cuidado, conhecimento. Entender o tempo de cada um. Lançar mão de recursos (não apenas ferramentas modelo) que façam sentido para o coachee.


O coaching é uma das abordagens mais interessantes que eu já conheci e tenho tido a alegria e o prazer de ouvir coisas maravilhosas de meus clientes ao longo de seus processos e após viverem esta experiência.  E tenho plena consciência de que esse é um trabalho de parceria: minha formação e meu comprometimento são fundamentais, mas os resultados obtidos são fruto do empenho do coachee.  

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Para um Feliz Ano Novo



“A vida como a vejo, não é um lugar, mas uma viagem. Tudo está em fluxo, e é assim que tem de ser. A vida flui. Podemos morar sempre no mesmo número da rua, mas nunca é o mesmo homem que mora lá”. Henry Ford

Final de ano é sempre assim: ano que vem farei isso e aquilo, não farei aquilo outro mais... promessas e mais promessas, sonhos, desejos, expectativas e esperança...

Muitos de nós já passamos por aquela situação em que apesar de tantos sonhos e promessas, nada aconteceu. Tenho aprendido com a vida, com meus clientes e meus estudos que não é atoa que muita coisa que a gente queria não acontece. Às vezes porque a gente não queria e achava que queria, às vezes porque faltou foco, às vezes porque no fundo nada daquilo fazia sentido. Não adianta ter uma meta, é preciso saber por que você quer aquilo, não adianta querer mudar algo, é necessário ter força e motivo para mudar nossos antigos comportamentos. 

Então eu proponho e desejo um ano com muito propósito para cada um de nós. Escrevi muito o ano passado sobre buscar e fazer o que mais importa pra você. Acho que todos compreenderam que eu não estava fazendo uma ode ao “faça o que quiser” de forma egoísta e irresponsável. Eu apenas gostaria de chamar a atenção de todos para a importância das viagens internas, do diálogo interno, como caminho para o autoconhecimento e descoberta do que faz a vida fazer sentido para cada um. Acredito que seremos melhores para nós e para o mundo em que vivemos, quando nossas vidas realmente fizerem sentido.
“Quando uma pessoa entende melhor quem é e o que mais lhe importa, suas resoluções de ano-novo são mais facilmente identificáveis, e ela terá uma boa chance de realizar algumas delas”.

Então, acredito que para termos um Feliz Ano Novo, será bastante importante pensar: O que eu quero em 2015? Por que eu quero isso? Isso tem relação com quais valores meus? O que eu preciso para alcançar o que almejo? Isso depende de quem?

Hyrum Smith, diz que quando a gente cresce, perde uma das coisas mais importantes que tínhamos quando éramos crianças, a capacidade de investigação... aquela mania do “por quê?”. Então, reflita, reflita, pergunte por quê. Depois que tudo estiver muito claro pra você, trace um plano e siga em frente! Estou certa de que atingirá seus objetivos!


E se precisar de ajuda nesse processo, conte comigo!

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...