terça-feira, 18 de novembro de 2014

Encontrando nossas missões


Eu gostava muito da medicina e sempre me senti honrado com os pacientes que confiavam em mim para tratar deles e de seus entes queridos. Mas escrever foi minha paixão desde menino. Sinto-me incrivelmente feliz e privilegiado por, pelo menos por enquanto, poder viver dos meus livros. É um sonho realizado. 
Hosseini - Autor de O Caçador de Pipas

Eu tive sorte. Tive sempre ao meu lado pessoas que me encorajaram a buscar o que eu queria mesmo que isso significasse fazer o que a maioria não estava fazendo. Isso me permitiu escolher os caminhos que faziam sentido pra mim. Mas, é claro, foi preciso que eu tivesse bastante responsabilidade para utilizar esta liberdade. E continua sendo.

Hoje estou certa de que minha missão é apoiar as pessoas em seus processos de descobertas e desenvolvimento. Falando num sentido mais amplo, minha missão é: a partir do desenvolvimento das pessoas, promover o desenvolvimento das organizações e sociedades, visando a construção de um cultura de paz, baseada na colaboração e no respeito mútuos, obtendo assim excelentes resultados em qualidade de vida e produtividade.  

Embora eu tenha encontrado a minha missão e saiba que reúno habilidades e competências para exercê-la, não paro de pensar e buscar meios para que possa exercê-la de forma cada vez melhor. Através do meu trabalho como psicóloga e coach, junto aos meus clientes, posso exercer diariamente essa missão. Com a prática da leitura e por minha curiosidade, aprendo coisas novas e aprofundo alguns conhecimentos. Através da escrita em meu blog e em outros locais, compartilho o que tenho aprendido, o que também representa para mim o exercício de meu propósito de vida.

Cada um de nós tem um mundo de possibilidades dentro de si e é muito importante não perdermos isso de vista. Podemos conhecer e exercer nossa missão de diversas maneiras. Você sentirá que está cumprindo sua missão quando estiver fazendo algo que lhe faz se sentir fluindo... A psicologia positiva chama esse estado de Flow, um estado de gratificação em que entramos quando nos concentramos completamente no que estamos fazendo. Sabe aquela atividade que te envolve tanto, que quando você percebe, o tempo voou? É disso que estou falando. Uma boa dica para chegar à sua missão é pensar sobre suas potencialidades, sobre o que gosta de fazer, sobre o que faz melhor em sua vida.

Alguns livros e programas de desenvolvimento pessoal podem ajudá-lo muito nisso. Para o Ken Robison (O elemento chave) por exemplo, sua missão está onde seu talento se encontra com sua paixão. Para o Hyrum Smith (O que mais importa), descobrir o que mais importa, os valores que governam sua vida, permitirá que você tenha uma vida com sentido. Stephen Covey dirá que seguir os “Sete hábitos” é um caminho interessantíssimo.  

Você pode ler esses livros, buscar programas de desenvolvimento pessoal como o coaching, passar por uma terapia, etc.. Você tem mil maneiras para viver uma vida com sentido! O importante é que entre em contato consigo mesmo, que se reconheça e que trabalhe por aquilo que faz sentido pra você!


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sobre a paciência


“Quando se respeita o tempo das coisas – e, em especial, quando você consegue acatar o seu próprio tempo – é natural reagir com serenidade e compaixão com o outro e consigo mesmo”.
Leandro Quintanilha


Gostei muito de um artigo que li sobre a paciência na revista Bons Fluídos deste mês e por isso me pus a escrever um pouco sobre esta postura. Tenho pensado muito que tudo aquilo que desejamos em nossas vidas somente será possível quando prestarmos atenção em nossos comportamentos e os mudarmos ou adaptarmos na medida do possível e necessário.

Se estamos muito impacientes por exemplo, é necessário pensarmos sobre o que provoca a impaciência. Aí vamos passear no tema da Inteligência Emocional, algo que cada vez mais me chama a atenção. Pensando sobre o que pode ter causado a impaciência,  se estamos falando de pessoas, talvez a gente perceba que o sentimento (estado) veio porque essa pessoa estava num ritmo diferente do nosso,  ou não deu a devida importância a algo, ou feriu algum de nossos valores. Se estivermos nos referindo a coisas ou situações, a impaciência pode ter sido ocasionada por algo que não aconteceu na hora em que desejávamos, ou fomos surpreendidos por um acontecimento indesejado... De uma forma ou de outra, seria útil pensar: a impaciência trouxe algum benefício?

Existe uma técnica metagognitiva que consiste em conhecer o próprio ato de conhecer, ou seja, avaliar aquilo que acreditamos saber, pensando sobre aquilo que pensamos. Esse me parece um bom caminho para compreender o que sentimos e assim, nos conduzir a uma condição mais serena nas diversas situações que vivemos. De acordo com especialistas a técnica nos auxilia também a nos tornarmos mais flexíveis em relação aos nossos próprios pontos de vista.

Um dos significados da palavra paciência no dicionário Aurélio é: “Perseverança tranquila”. Interessante não? A impaciência pode parecer em certa medida, um propulsor, algo que poderia funcionar como proatividade. Mas esse não me parece um pensamento correto. A paciência é o que nos permite seguir em frente, mesmo quando algo dá errado no percurso. Esse estado me remete à serenidade, ao respeito e a compreensão de que as vezes as coisas não saem como gostaríamos, mas mesmo assim é possível e necessário perseverar.  

Além disso, a atitude paciente nos permite aceitar e respeitar aqueles que pensam e agem de forma diferente da nossa, a manifestar nosso ponto de vista de forma respeitosa e a saber esperar o tempo das coisas. Afinal, como explica a psicóloga Patrícia Gebrim, a impaciência costuma ser um sintoma associado à frustração de quem alimenta a ilusão de que pode controlar todos os aspetos da vida. “A busca por controle é um tentativa de evitar o sofrimento. Mas isso gera estado de tensão constante, uma vez que, por mais que nos esforcemos, a vida sempre nos surpreende”.


Um pouco de serenidade e paciência me parece muito útil para dias mais produtivos física e emocionalmente. A meditação pode ser um bom caminho para isso.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A busca da felicidade pela busca de sentido

Já escrevi algumas vezes sobre a felicidade, mas o tema me parece sempre importante e interessante, posto que afinal, estamos todos buscando e desejando felicidades. Vejam as datas comemorativas por exemplo: não conheço uma pessoa que não deseje felicidades ou “tudo de bom”! E que não esteja fazendo isto ou aquilo buscando a tão sonhada felicidade. 

Tenho lido um pouco sobre o tema, sobre associações do tema ao processo de coaching – como escrevi recentemente, e principalmente sobre a associação ao processo de autoconhecimento seja lá como este se der.

Estou certa de que um dos caminhos para a felicidade é sim o processo de leitura e descoberta interior. À medida que entramos em contato com nossos sentimentos, crenças e valores mais profundos, torna-se possível nos conectarmos com aquilo que faz sentido para cada um de nós. De posse disso, podemos entender porque algumas pessoas ficam felizes com algo que outras não ficam. Porque algumas pessoas tendo “tudo o que queriam” sucumbem à tristeza e a falta de vontade de viver. 

Parece-me que como Oscar Wilde acreditava, “viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. Todos fazem mais ou menos as mesmas coisas buscando os mesmos resultados. Nadando no rio da vida, seguindo a correnteza. Entretanto, somos todos diferentes e eu não posso esperar atingir determinados níveis de satisfação com aquilo que deixou outra pessoa satisfeita. Mas já viram como são recebidas as pessoas que vivem de forma “diferente”?  Ser diferente é para os corajosos. E para aqueles que sabem que ser você mesmo é o melhor que você pode fazer pra si mesmo e para os outros! E como saber se você é você mesmo? Estabelecendo seu diálogo interior!

O fato é que enquanto associarmos a felicidade a fatores externos e a coisas efêmeras, mais infelizes nos sentiremos.

Espero que me entendam bem: há coisas, situações e pessoas que realmente nos trazem alegria, mas olhe para dentro de você mesmo para encontrar a felicidade quando essas coisas e pessoas não estiverem mais por perto.  Quando você estiver apenas consigo mesmo. Sua felicidade está no sentido da sua vida. 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O Tempo como eu o vejo




“Aproveitar o tempo! (...)
Mas o que é o tempo para que eu o aproveite? (...)
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos
Aproveite-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?"
Álvaro de Campos

Ontem tive uma oportunidade interessante de pensar sobre o tempo participando do RUA, um programa muito legal da Rede Ubuntu. 

Em meio aos meus pensamentos, ocorreu-me que o tempo é o único, que pode ser passado, presente e futuro. Mas quando pensei mais um pouco, cheguei à conclusão de que eu também sou passado, presente e futuro. Assim, me ocorreu outra coisa: eu sou o tempo! O tempo existe para mim, enquanto eu existo. Eu sou meu passado: histórias vividas, emoções, lembranças, erros e acertos. Sou o meu presente: esperanças, possibilidades, ação. Eu sou o meu futuro, posto que o futuro se faz agora, em cada momento presente.

Às vezes eu digo que não tenho tempo para isso ou aquilo. Mas na verdade, eu sempre tenho tempo, ocorre que estabeleço prioridades diariamente, mesmo quando decido não fazer nada. O tempo existiu e existe sempre, o tempo sou eu que faço!

Esse pensamento veio de reflexões puramente minhas, não refletem a opinião da Ubuntu, mas se quiserem saber mais sobre a rede e o RUA, abaixo algumas informações:


* A Ubuntu é uma rede colaborativa de pessoas e organizações focadas no desenvolvimento do EUpreendedorismo, um conceito criado por eles e que é a base de seu trabalho e de sua filosofia de trabalho. Conheça mais em: www.redeubuntu.com.br

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Coaching Traz Felicidade?



Estava lendo um artigo que nos convida a refletir sobre a associação do Coaching à felicidade e sobre o quanto isso pode ser perigoso...

Saber quais são nossos sonhos/desejos, o que nos motiva, o que faz sentido para nós mesmos é para mim um dos maiores ganhos que alguém pode ter. Pois entrar na onda do “todo mundo ficaria feliz com isso”, pode nos fazer almejar coisas que não necessariamente nos trarão satisfação.

O livro “O poder de viver seus valores” de Hyrum Smith é um dos livros que eu mais recomendo aos meus clientes. E é também um dos que mais me ajudou em meu próprio processo de desenvolvimento, me possibilitando perceber o que mais importa em minha vida, assim como a missão que me move nesse mundo. O que é essencial para não nos perdermos naquela ideia de que “fulano está feliz com isso, então eu também quero”. Ou ainda: “com isso terei dinheiro, e assim, ficarei feliz”.

Trabalho com o coaching numa perspectiva ontológica, no “sentido do ser”, buscando inicialmente apoiar meu cliente a descobrir ou redescobrir seus valores, crenças, forças, pontos de melhoria e sonhos. De forma que, quando partimos para o plano de ação em busca do resultado almejado, ele está bem mais convicto sobre aquilo que realmente quer. De posse disso, eu diria que é quase impossível não atingir seu objetivo.

Todavia, o processo pode ser demorado e dispendioso. E temos que compreender que o atingimento de uma meta material, financeira, etc., não trará felicidade. Pois já sabemos, conforme Seligman nos ensina, que “a crença de que existem maneiras rápidas de alcançar felicidade, alegria, entusiasmo, conforto e encantamento, em vez de conquistar esses sentimentos pelo exercício de forças e virtudes pessoais, cria legiões de pessoas que, em meio a grande riqueza, definham espiritualmente”.

Desta forma, em minha opinião, o coaching se mostra como uma importantíssima ferramenta para o desenvolvimento pessoal. E a qualidade do trabalho dependerá da competência do coach e principalmente do empenho do coachee, seja na disposição para a mudança, para a revisão de seus modelos, para pensar diferente e assumir o protagonismo de sua vida.

“A felicidade é um hábito mental cultivado ao longo dos anos na medida em que amadurecemos mentalmente. Uma vez que aprendemos a reconhecer o que gera e o que não gera equilíbrio interno desenvolvemos a sabedoria intuitiva capaz de nos orientar em nossas escolhas de direção. Se não estivermos habituados a nos sentir felizes, nossa mente insatisfeita voltará sempre a se manifestar”. Bel César

Para finalizar, se o coachee ficará mais ou menos feliz, após um processo de coaching, não poderemos afirmar. Pois trata-se de um sentimento subjetivo. E como disse o autor do artigo que mencionei, Renato Ricci, "como coaches, não podemos cair na armadilha de sermos um instrumento de tornar as pessoas mais felizes, essa escolha não nos pertence”. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O Poder do Contexto ou o Poder da Beleza

 Li um livro recentemente que se chama O Ponto da Virada. Ele trata da questão de como pequenas coisas podem fazer uma grande diferença. O Ponto da virada é aquele ponto em que um produto ou questão social vira uma epidemia. Segundo o autor Malcom Gladwell, existem três regras que regem as epidemias, são eles: A Regra dos Eleitos, O Fator de Fixação e o Poder do Contexto.

Gostaria de compartilhar com vocês um pensamento que me ocorreu ao ler sobre sobre a ideia do "Poder do Contexto". Gladwell acredita que o contexto exerce mais influência sobre nós do que podemos imaginar. Para exemplificar, menciona a "Teoria das Janelas Quebradas", cunhada pelos criminologistas James Q Wilson e George Kelling, argumentando que se uma janela está quebrada e não é consertada, quem passa por ali conclui que ninguém importa com aquilo e que não há ninguém no controle. De acordo com eles, em uma cidade, problemas relativamente insignificantes, como pichação, desordem em locais públicos e mendicância agressiva, são o equivalente das janelas quabradas - convites para crimes mais graves.

Fazendo um comparativo com BH, lembrei-me da Praça da Liberdade, da Praça Raul Soares e da Praça da Estação antes da revitalização. Sobre a primeira, lembro-me da minha infância - para passear lá à  noite era necessária uma boa dose de coragem, pois era muito escura, um tanto quanto suja e cheia de ratos. Hoje, as pessoas levam suas famílias e animais de estimação para passear e sempre há um evento cultural no espaço. Quanto à Praça Raul Soares, lembro-me bem que eu não passava no meio daquela praça por nada nesse mundo... tinha muito medo de ser abordada por um assaltante lá no meio e não ter como fugir. Hoje, esse sentimento já não me acompanha. No caso da Praça da Estação, "rezava" pra eu não ter que ir ou passar por lá. Hoje  dá gosto ver a limpeza e a beleza daquele lugar. Contudo, não quero "dar uma de Poliana" e dizer que depois do processo de revitalização não há mais crime em BH e que é totalmente seguro andar por estas praças, mas estou convicta de que a incidência de eventos desconfortáveis, certamente caiu. E aqui, gostaria de dar luz ao Poder da Beleza! Estou falando do sentido mais puro da palavra Beleza, e não de qualquer futilidade que possa estar associada a esta palavra. Falo da beleza das flores, das árvores, do cuidado, da preservação e do amor.  Beleza: Coisa Bela, muito agradável ou muito gostosa. (Aurélio).

Concluo meu pensamento com a ideia de que "O Poder do Contexto" mencionado por Malcom nos faz refletir então sobre o poder da Beleza e sobre o poder das ações virtuosas que acabam gerando a beleza nas relações e no mundo...

quinta-feira, 27 de março de 2014

Sobre os destinos da humanidade e a responsabilidade de cada um

“Seja você a mudança que quer ver no mundo”.
Dalai Lama

As pessoas que acreditam que “a humanidade está condenada” são a meu ver , as que estão menos dispostas a promover alguma mudança por meio de suas próprias ações. Ou ainda que se proponham a fazer algo, não acreditam no próprio poder.

Daniel Golemann  em seu livro “Foco”, diz que o “foco triplo” (foco no interior, no outro e no exterior), pode nos ajudar a nos tornarmos bem-sucedidos, mas com que objetivo? Devemos perguntar a nós mesmos: à serviço do que exatamente estamos usando quaisquer que sejam nossos talentos? Se nosso foco serve apenas para nossos objetivos pessoais – interesse próprio, recompensa imediata e o nosso pequeno grupo - , no longo prazo, todos nós, como espécie, estamos condenados.

Posto isto, devo dizer: a humanidade está condenada? Sim e não. Sim se continuarmos agindo de forma egoísta e indiferente.

Aqueles que não querem ou não acreditam que podem fazer algo pela humanidade, podem ajudar muito se pelo menos não praticarem o mal. É como disse o Dalai Lama: Sejam boas pessoas, não sejam pessoas más; façam o que é favorável, não façam o que é desfavorável”. Acredito profundamente na “Corrente do Bem” e amo aquele filme com este título. O bem que se faz aqui, chegará onde menos se espera se a corrente não for quebrada.

Fiquei pensando sobre quantas coisas podemos fazer para contribuir... Cada um de nós pode separar seu lixo e também produzir menos lixo, buscar em sua rotina diária ações mais sustentáveis, alimentar uma pessoa ou um animal com fome, denunciar maus-tratos à pessoas e animais, evitar as “pequenas” corrupções cotidianas, votar com responsabilidade e consciência, apoiar alguém que esteja buscando um emprego, ensinar algo que aprendeu, apoiar um colega que esteja com dificuldades no trabalho, ajudar instituições com trabalho voluntário ou doação de objetos ou dinheiro, oferecer os ouvidos e os braços a um amigo ou  amiga que esteja sofrendo, adotar uma postura íntegra, estabelecer relações ganha-ganha, ser compassivo e amoroso consigo e com os outros... Percebem? Nós podemos tanto!

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...