Estava lendo um artigo que nos
convida a refletir sobre a associação do Coaching à felicidade e sobre o quanto
isso pode ser perigoso...
Saber quais são nossos sonhos/desejos,
o que nos motiva, o que faz sentido para nós mesmos é para mim um dos maiores
ganhos que alguém pode ter. Pois entrar na onda do “todo mundo ficaria feliz
com isso”, pode nos fazer almejar coisas que não necessariamente nos trarão
satisfação.
O livro “O poder de viver seus
valores” de Hyrum Smith é um dos livros que eu mais recomendo aos meus
clientes. E é também um dos que mais me ajudou em meu próprio processo de
desenvolvimento, me possibilitando perceber o que mais importa em minha vida,
assim como a missão que me move nesse mundo. O que é essencial para não nos
perdermos naquela ideia de que “fulano está feliz com isso, então eu também
quero”. Ou ainda: “com isso terei dinheiro, e assim, ficarei feliz”.
Trabalho com o coaching numa perspectiva
ontológica, no “sentido do ser”, buscando inicialmente apoiar meu cliente a descobrir
ou redescobrir seus valores, crenças, forças, pontos de melhoria e sonhos. De
forma que, quando partimos para o plano de ação em busca do resultado almejado,
ele está bem mais convicto sobre aquilo que realmente quer. De posse disso, eu
diria que é quase impossível não atingir seu objetivo.
Todavia, o processo pode ser
demorado e dispendioso. E temos que compreender que o atingimento de uma meta
material, financeira, etc., não trará felicidade. Pois já sabemos, conforme
Seligman nos ensina, que “a crença de que existem maneiras rápidas de alcançar felicidade,
alegria, entusiasmo, conforto e encantamento, em vez de conquistar esses
sentimentos pelo exercício de forças e virtudes pessoais, cria legiões de
pessoas que, em meio a grande riqueza, definham espiritualmente”.
Desta forma, em minha opinião, o
coaching se mostra como uma importantíssima ferramenta para o desenvolvimento
pessoal. E a qualidade do trabalho dependerá da competência do coach e principalmente
do empenho do coachee, seja na disposição para a mudança, para a revisão de
seus modelos, para pensar diferente e assumir o protagonismo de sua vida.
“A felicidade é um hábito mental cultivado ao longo dos anos na medida em
que amadurecemos mentalmente. Uma vez que aprendemos a reconhecer o que gera e
o que não gera equilíbrio interno desenvolvemos a sabedoria intuitiva capaz de
nos orientar em nossas escolhas de direção. Se não estivermos habituados a nos
sentir felizes, nossa mente insatisfeita voltará sempre a se manifestar”. Bel
César
Para finalizar, se o coachee
ficará mais ou menos feliz, após um processo de coaching, não poderemos
afirmar. Pois trata-se de um sentimento subjetivo. E como disse o autor do artigo
que mencionei, Renato Ricci, "como coaches, não podemos cair na armadilha de
sermos um instrumento de tornar as pessoas mais felizes, essa escolha não nos
pertence”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário