quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Coaching Traz Felicidade?



Estava lendo um artigo que nos convida a refletir sobre a associação do Coaching à felicidade e sobre o quanto isso pode ser perigoso...

Saber quais são nossos sonhos/desejos, o que nos motiva, o que faz sentido para nós mesmos é para mim um dos maiores ganhos que alguém pode ter. Pois entrar na onda do “todo mundo ficaria feliz com isso”, pode nos fazer almejar coisas que não necessariamente nos trarão satisfação.

O livro “O poder de viver seus valores” de Hyrum Smith é um dos livros que eu mais recomendo aos meus clientes. E é também um dos que mais me ajudou em meu próprio processo de desenvolvimento, me possibilitando perceber o que mais importa em minha vida, assim como a missão que me move nesse mundo. O que é essencial para não nos perdermos naquela ideia de que “fulano está feliz com isso, então eu também quero”. Ou ainda: “com isso terei dinheiro, e assim, ficarei feliz”.

Trabalho com o coaching numa perspectiva ontológica, no “sentido do ser”, buscando inicialmente apoiar meu cliente a descobrir ou redescobrir seus valores, crenças, forças, pontos de melhoria e sonhos. De forma que, quando partimos para o plano de ação em busca do resultado almejado, ele está bem mais convicto sobre aquilo que realmente quer. De posse disso, eu diria que é quase impossível não atingir seu objetivo.

Todavia, o processo pode ser demorado e dispendioso. E temos que compreender que o atingimento de uma meta material, financeira, etc., não trará felicidade. Pois já sabemos, conforme Seligman nos ensina, que “a crença de que existem maneiras rápidas de alcançar felicidade, alegria, entusiasmo, conforto e encantamento, em vez de conquistar esses sentimentos pelo exercício de forças e virtudes pessoais, cria legiões de pessoas que, em meio a grande riqueza, definham espiritualmente”.

Desta forma, em minha opinião, o coaching se mostra como uma importantíssima ferramenta para o desenvolvimento pessoal. E a qualidade do trabalho dependerá da competência do coach e principalmente do empenho do coachee, seja na disposição para a mudança, para a revisão de seus modelos, para pensar diferente e assumir o protagonismo de sua vida.

“A felicidade é um hábito mental cultivado ao longo dos anos na medida em que amadurecemos mentalmente. Uma vez que aprendemos a reconhecer o que gera e o que não gera equilíbrio interno desenvolvemos a sabedoria intuitiva capaz de nos orientar em nossas escolhas de direção. Se não estivermos habituados a nos sentir felizes, nossa mente insatisfeita voltará sempre a se manifestar”. Bel César

Para finalizar, se o coachee ficará mais ou menos feliz, após um processo de coaching, não poderemos afirmar. Pois trata-se de um sentimento subjetivo. E como disse o autor do artigo que mencionei, Renato Ricci, "como coaches, não podemos cair na armadilha de sermos um instrumento de tornar as pessoas mais felizes, essa escolha não nos pertence”. 

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