“Quando se respeita o tempo das coisas
– e, em especial, quando você consegue acatar o seu próprio tempo – é natural
reagir com serenidade e compaixão com o outro e consigo mesmo”.
Leandro Quintanilha
Gostei muito de um artigo que li sobre
a paciência na revista Bons Fluídos deste mês e por isso me pus a escrever um pouco sobre esta postura. Tenho pensado
muito que tudo aquilo que desejamos em nossas vidas somente será possível
quando prestarmos atenção em nossos comportamentos e os mudarmos ou adaptarmos na
medida do possível e necessário.
Se estamos muito impacientes por exemplo, é
necessário pensarmos sobre o que provoca a impaciência. Aí vamos passear no
tema da Inteligência Emocional, algo que cada vez mais me chama a atenção. Pensando
sobre o que pode ter causado a impaciência, se estamos falando de pessoas, talvez a gente
perceba que o sentimento (estado) veio porque essa pessoa estava num ritmo diferente
do nosso, ou não deu a devida
importância a algo, ou feriu algum de nossos valores. Se estivermos nos referindo
a coisas ou situações, a impaciência pode ter sido ocasionada por algo que não
aconteceu na hora em que desejávamos, ou fomos surpreendidos por um acontecimento
indesejado... De uma forma ou de outra, seria útil pensar: a impaciência trouxe
algum benefício?
Existe uma técnica metagognitiva
que consiste em conhecer o próprio ato de conhecer, ou seja, avaliar aquilo que
acreditamos saber, pensando sobre aquilo que pensamos. Esse me parece um bom
caminho para compreender o que sentimos e assim, nos conduzir a uma condição mais
serena nas diversas situações que vivemos. De acordo com especialistas a
técnica nos auxilia também a nos tornarmos mais flexíveis em relação aos nossos
próprios pontos de vista.
Um dos significados da palavra
paciência no dicionário Aurélio é: “Perseverança tranquila”. Interessante não?
A impaciência pode parecer em certa medida, um propulsor, algo que poderia
funcionar como proatividade. Mas esse não me parece um pensamento correto. A
paciência é o que nos permite seguir em frente, mesmo quando algo dá errado no
percurso. Esse estado me remete à serenidade, ao respeito e a compreensão de
que as vezes as coisas não saem como gostaríamos, mas mesmo assim é possível e
necessário perseverar.
Além disso, a atitude paciente nos
permite aceitar e respeitar aqueles que pensam e agem de forma diferente da
nossa, a manifestar nosso ponto de vista de forma respeitosa e a saber esperar
o tempo das coisas. Afinal, como explica a psicóloga Patrícia Gebrim, a
impaciência costuma ser um sintoma associado à frustração de quem alimenta a
ilusão de que pode controlar todos os aspetos da vida. “A busca por controle é
um tentativa de evitar o sofrimento. Mas isso gera estado de tensão constante,
uma vez que, por mais que nos esforcemos, a vida sempre nos surpreende”.
Um pouco de serenidade e paciência
me parece muito útil para dias mais produtivos física e emocionalmente. A
meditação pode ser um bom caminho para isso.