terça-feira, 14 de outubro de 2014

A busca da felicidade pela busca de sentido

Já escrevi algumas vezes sobre a felicidade, mas o tema me parece sempre importante e interessante, posto que afinal, estamos todos buscando e desejando felicidades. Vejam as datas comemorativas por exemplo: não conheço uma pessoa que não deseje felicidades ou “tudo de bom”! E que não esteja fazendo isto ou aquilo buscando a tão sonhada felicidade. 

Tenho lido um pouco sobre o tema, sobre associações do tema ao processo de coaching – como escrevi recentemente, e principalmente sobre a associação ao processo de autoconhecimento seja lá como este se der.

Estou certa de que um dos caminhos para a felicidade é sim o processo de leitura e descoberta interior. À medida que entramos em contato com nossos sentimentos, crenças e valores mais profundos, torna-se possível nos conectarmos com aquilo que faz sentido para cada um de nós. De posse disso, podemos entender porque algumas pessoas ficam felizes com algo que outras não ficam. Porque algumas pessoas tendo “tudo o que queriam” sucumbem à tristeza e a falta de vontade de viver. 

Parece-me que como Oscar Wilde acreditava, “viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. Todos fazem mais ou menos as mesmas coisas buscando os mesmos resultados. Nadando no rio da vida, seguindo a correnteza. Entretanto, somos todos diferentes e eu não posso esperar atingir determinados níveis de satisfação com aquilo que deixou outra pessoa satisfeita. Mas já viram como são recebidas as pessoas que vivem de forma “diferente”?  Ser diferente é para os corajosos. E para aqueles que sabem que ser você mesmo é o melhor que você pode fazer pra si mesmo e para os outros! E como saber se você é você mesmo? Estabelecendo seu diálogo interior!

O fato é que enquanto associarmos a felicidade a fatores externos e a coisas efêmeras, mais infelizes nos sentiremos.

Espero que me entendam bem: há coisas, situações e pessoas que realmente nos trazem alegria, mas olhe para dentro de você mesmo para encontrar a felicidade quando essas coisas e pessoas não estiverem mais por perto.  Quando você estiver apenas consigo mesmo. Sua felicidade está no sentido da sua vida. 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O Tempo como eu o vejo




“Aproveitar o tempo! (...)
Mas o que é o tempo para que eu o aproveite? (...)
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos
Aproveite-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?"
Álvaro de Campos

Ontem tive uma oportunidade interessante de pensar sobre o tempo participando do RUA, um programa muito legal da Rede Ubuntu. 

Em meio aos meus pensamentos, ocorreu-me que o tempo é o único, que pode ser passado, presente e futuro. Mas quando pensei mais um pouco, cheguei à conclusão de que eu também sou passado, presente e futuro. Assim, me ocorreu outra coisa: eu sou o tempo! O tempo existe para mim, enquanto eu existo. Eu sou meu passado: histórias vividas, emoções, lembranças, erros e acertos. Sou o meu presente: esperanças, possibilidades, ação. Eu sou o meu futuro, posto que o futuro se faz agora, em cada momento presente.

Às vezes eu digo que não tenho tempo para isso ou aquilo. Mas na verdade, eu sempre tenho tempo, ocorre que estabeleço prioridades diariamente, mesmo quando decido não fazer nada. O tempo existiu e existe sempre, o tempo sou eu que faço!

Esse pensamento veio de reflexões puramente minhas, não refletem a opinião da Ubuntu, mas se quiserem saber mais sobre a rede e o RUA, abaixo algumas informações:


* A Ubuntu é uma rede colaborativa de pessoas e organizações focadas no desenvolvimento do EUpreendedorismo, um conceito criado por eles e que é a base de seu trabalho e de sua filosofia de trabalho. Conheça mais em: www.redeubuntu.com.br

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Coaching Traz Felicidade?



Estava lendo um artigo que nos convida a refletir sobre a associação do Coaching à felicidade e sobre o quanto isso pode ser perigoso...

Saber quais são nossos sonhos/desejos, o que nos motiva, o que faz sentido para nós mesmos é para mim um dos maiores ganhos que alguém pode ter. Pois entrar na onda do “todo mundo ficaria feliz com isso”, pode nos fazer almejar coisas que não necessariamente nos trarão satisfação.

O livro “O poder de viver seus valores” de Hyrum Smith é um dos livros que eu mais recomendo aos meus clientes. E é também um dos que mais me ajudou em meu próprio processo de desenvolvimento, me possibilitando perceber o que mais importa em minha vida, assim como a missão que me move nesse mundo. O que é essencial para não nos perdermos naquela ideia de que “fulano está feliz com isso, então eu também quero”. Ou ainda: “com isso terei dinheiro, e assim, ficarei feliz”.

Trabalho com o coaching numa perspectiva ontológica, no “sentido do ser”, buscando inicialmente apoiar meu cliente a descobrir ou redescobrir seus valores, crenças, forças, pontos de melhoria e sonhos. De forma que, quando partimos para o plano de ação em busca do resultado almejado, ele está bem mais convicto sobre aquilo que realmente quer. De posse disso, eu diria que é quase impossível não atingir seu objetivo.

Todavia, o processo pode ser demorado e dispendioso. E temos que compreender que o atingimento de uma meta material, financeira, etc., não trará felicidade. Pois já sabemos, conforme Seligman nos ensina, que “a crença de que existem maneiras rápidas de alcançar felicidade, alegria, entusiasmo, conforto e encantamento, em vez de conquistar esses sentimentos pelo exercício de forças e virtudes pessoais, cria legiões de pessoas que, em meio a grande riqueza, definham espiritualmente”.

Desta forma, em minha opinião, o coaching se mostra como uma importantíssima ferramenta para o desenvolvimento pessoal. E a qualidade do trabalho dependerá da competência do coach e principalmente do empenho do coachee, seja na disposição para a mudança, para a revisão de seus modelos, para pensar diferente e assumir o protagonismo de sua vida.

“A felicidade é um hábito mental cultivado ao longo dos anos na medida em que amadurecemos mentalmente. Uma vez que aprendemos a reconhecer o que gera e o que não gera equilíbrio interno desenvolvemos a sabedoria intuitiva capaz de nos orientar em nossas escolhas de direção. Se não estivermos habituados a nos sentir felizes, nossa mente insatisfeita voltará sempre a se manifestar”. Bel César

Para finalizar, se o coachee ficará mais ou menos feliz, após um processo de coaching, não poderemos afirmar. Pois trata-se de um sentimento subjetivo. E como disse o autor do artigo que mencionei, Renato Ricci, "como coaches, não podemos cair na armadilha de sermos um instrumento de tornar as pessoas mais felizes, essa escolha não nos pertence”. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O Poder do Contexto ou o Poder da Beleza

 Li um livro recentemente que se chama O Ponto da Virada. Ele trata da questão de como pequenas coisas podem fazer uma grande diferença. O Ponto da virada é aquele ponto em que um produto ou questão social vira uma epidemia. Segundo o autor Malcom Gladwell, existem três regras que regem as epidemias, são eles: A Regra dos Eleitos, O Fator de Fixação e o Poder do Contexto.

Gostaria de compartilhar com vocês um pensamento que me ocorreu ao ler sobre sobre a ideia do "Poder do Contexto". Gladwell acredita que o contexto exerce mais influência sobre nós do que podemos imaginar. Para exemplificar, menciona a "Teoria das Janelas Quebradas", cunhada pelos criminologistas James Q Wilson e George Kelling, argumentando que se uma janela está quebrada e não é consertada, quem passa por ali conclui que ninguém importa com aquilo e que não há ninguém no controle. De acordo com eles, em uma cidade, problemas relativamente insignificantes, como pichação, desordem em locais públicos e mendicância agressiva, são o equivalente das janelas quabradas - convites para crimes mais graves.

Fazendo um comparativo com BH, lembrei-me da Praça da Liberdade, da Praça Raul Soares e da Praça da Estação antes da revitalização. Sobre a primeira, lembro-me da minha infância - para passear lá à  noite era necessária uma boa dose de coragem, pois era muito escura, um tanto quanto suja e cheia de ratos. Hoje, as pessoas levam suas famílias e animais de estimação para passear e sempre há um evento cultural no espaço. Quanto à Praça Raul Soares, lembro-me bem que eu não passava no meio daquela praça por nada nesse mundo... tinha muito medo de ser abordada por um assaltante lá no meio e não ter como fugir. Hoje, esse sentimento já não me acompanha. No caso da Praça da Estação, "rezava" pra eu não ter que ir ou passar por lá. Hoje  dá gosto ver a limpeza e a beleza daquele lugar. Contudo, não quero "dar uma de Poliana" e dizer que depois do processo de revitalização não há mais crime em BH e que é totalmente seguro andar por estas praças, mas estou convicta de que a incidência de eventos desconfortáveis, certamente caiu. E aqui, gostaria de dar luz ao Poder da Beleza! Estou falando do sentido mais puro da palavra Beleza, e não de qualquer futilidade que possa estar associada a esta palavra. Falo da beleza das flores, das árvores, do cuidado, da preservação e do amor.  Beleza: Coisa Bela, muito agradável ou muito gostosa. (Aurélio).

Concluo meu pensamento com a ideia de que "O Poder do Contexto" mencionado por Malcom nos faz refletir então sobre o poder da Beleza e sobre o poder das ações virtuosas que acabam gerando a beleza nas relações e no mundo...

quinta-feira, 27 de março de 2014

Sobre os destinos da humanidade e a responsabilidade de cada um

“Seja você a mudança que quer ver no mundo”.
Dalai Lama

As pessoas que acreditam que “a humanidade está condenada” são a meu ver , as que estão menos dispostas a promover alguma mudança por meio de suas próprias ações. Ou ainda que se proponham a fazer algo, não acreditam no próprio poder.

Daniel Golemann  em seu livro “Foco”, diz que o “foco triplo” (foco no interior, no outro e no exterior), pode nos ajudar a nos tornarmos bem-sucedidos, mas com que objetivo? Devemos perguntar a nós mesmos: à serviço do que exatamente estamos usando quaisquer que sejam nossos talentos? Se nosso foco serve apenas para nossos objetivos pessoais – interesse próprio, recompensa imediata e o nosso pequeno grupo - , no longo prazo, todos nós, como espécie, estamos condenados.

Posto isto, devo dizer: a humanidade está condenada? Sim e não. Sim se continuarmos agindo de forma egoísta e indiferente.

Aqueles que não querem ou não acreditam que podem fazer algo pela humanidade, podem ajudar muito se pelo menos não praticarem o mal. É como disse o Dalai Lama: Sejam boas pessoas, não sejam pessoas más; façam o que é favorável, não façam o que é desfavorável”. Acredito profundamente na “Corrente do Bem” e amo aquele filme com este título. O bem que se faz aqui, chegará onde menos se espera se a corrente não for quebrada.

Fiquei pensando sobre quantas coisas podemos fazer para contribuir... Cada um de nós pode separar seu lixo e também produzir menos lixo, buscar em sua rotina diária ações mais sustentáveis, alimentar uma pessoa ou um animal com fome, denunciar maus-tratos à pessoas e animais, evitar as “pequenas” corrupções cotidianas, votar com responsabilidade e consciência, apoiar alguém que esteja buscando um emprego, ensinar algo que aprendeu, apoiar um colega que esteja com dificuldades no trabalho, ajudar instituições com trabalho voluntário ou doação de objetos ou dinheiro, oferecer os ouvidos e os braços a um amigo ou  amiga que esteja sofrendo, adotar uma postura íntegra, estabelecer relações ganha-ganha, ser compassivo e amoroso consigo e com os outros... Percebem? Nós podemos tanto!

segunda-feira, 17 de março de 2014

Sobre as mudanças


As mudanças são constantes na vida – é fato. Viver é estar sempre preparado para passar por processos de mudança do meio em que vivemos e em nós mesmos. Todavia é necessário muito cuidado com a mudança interna ou pessoal. Esta deve acontecer quando se desenvolveu satisfatoriamente o autoconhecimento e a autoestima. Caso contrário, corre-se o risco de ficar a mercê daqueles que acham que você deve ser assim ou assado, perdendo sua identidade, para agradar a um ou outro. Desta forma, é imperioso em minha opinião, saber aonde se quer chegar e quem você é!

Você já pensou sobre seus valores? Sobre os valores que governam a sua vida?

Anthony Robbins, autor do livro “Desperte o gigante interior” diz que algumas pessoas são acometidas pela Síndrome do Niágara: “Acredito que a vida é como um rio e que a maioria das pessoas salta no rio da vida sem ter decido aonde quer chegar. Assim, logo são apanhadas pela correnteza: dos acontecimentos, dos medos, dos desafios. Quando chegam a bifurcações, não decidem conscientemente para onde querem ir, ou qual a direção certa em seu caso. Apenas seguem o fluxo. Tornam-se uma parte da massa de gente que se deixa dirigir pelo ambiente, e não por seus próprios valores. Como resultado, sentem que perderam o controle”.


Desta forma, refletir sobre os nossos valores, sobre os papéis que assumimos em nossas vidas e nossa missão pessoal, é importantíssimo para que possamos viver com integridade. Certos do que somos e do que almejamos, teremos força para continuarmos sendo aquilo que somos e coragem para mudar quando for preciso.  

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dar uma lição ou aprender uma lição?

... “Ao não tomar algo como pessoal – mesmo que isso o afete e seja o propósito do outro -, mais conscientes e lúcidas serão sua posição e ações”.  
                                               Louis Burlamaqui

Estive pensando que eu sempre fui cheia de certezas sobre como agir quando alguém era grosseiro comigo ou se comportava de maneira contrária ao que eu esperava. Sentia que eu não deveria “deixar barato”... Aquela ideia de não levar desaforo pra casa ou coisa que o valha...

Mas tenho tido muitas experiências interessantes, entre elas a leitura de alguns livros. Um deles é o Flua cujo autor é o Louis Burlamaqui. Neste livro ele diz que uma das posturas que devemos assumir é a de “não tomar nada como pessoal”. Isto me tocou profundamente e tenho certeza de que é um dos maiores desafios que coloquei pra mim.

Sabe aquelas horas que a gente se sente ofendido, agredido, com palavras ou gestos de outros? Não foi pessoal. Só se torna pessoal se a gente deixar. Tenho lido muito sobre a ideia de que criamos o mundo, de que o pensamento e o que escolhemos sentir diz muito mais do que a situação em si. E isso é a mais pura verdade. Ocorre que acreditar nisso e tomar consciência disso é um grande desafio! É uma total quebra de paradigma!

Um exemplo muito simples aconteceu esta semana comigo. Eu estava sendo atendida por uma pessoa que começou o atendimento de forma muito agressiva. Imediatamente eu comecei a sentir aquele impulso de “não vou aceitar que ela me maltrate, ou que me desrespeite”! Mas desta vez, ao mesmo tempo eu pensei: isso é dela, que fique com ela. Então o atendimento transcorreu sem maiores dificuldades e eu me senti ótima!

Tudo bem, você pode pensar: “Não é simples assim, existem situações mais complexas”. Ok, mas a situação será o que você deixar que ela seja! Não é mágica, não é milagre. Tente e veja como é possível!
Além disso, tenho pensado que aprender uma lição, pode ser muito melhor que “dar uma lição”. Aliás, se for pra dar uma lição, que seja de serenidade e compaixão! Sendo assim, quando eu estiver vivendo uma situação em que a atitude de outra pessoa me levar a sentir emoções negativas, farei o exercício de “não tomar como pessoal” lembrando que não tomar como pessoal não quer dizer ser passivo.


Sugiro que experimente também!

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...