sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eros e Psiquê - Fernando Pessoa

Conta a lenda
que dormia uma princesa encantada
A quem só despertaria
Um infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à princesa vem.

A pricesa adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela pra ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino que faz existir a estrada.

E se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada a fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça em maresia,
Ergue a mão e encontra hera
E vê que ele mesmo era
A princesa que dormia.

Minha experiência com o PPC

Se esse espaço se propõe a ser um espaço de troca, não posso deixar de falar mais detalhadamente sobre o PPC (Personal & Professional Coaching). Falei anteriormente sobre a turma, sobre o instrutor e noutra oportunidade comentei sobre a importância dos Staffs.

Mas o que me faz escrever agora é o sentimento que tive desde que retornei a Uberlândia depois do primeiro módulo do curso em BH. É interessante porque apesar de me considerar uma pessoa dedicada, perseverante e capaz, parece que as minhas melhores e maiores qualidades estavam adormecidas... Falar sobre isso me faz lembrar o poema Eros e Psiquê do Pessoa, que vou deixar aqui no blog para vocês entenderem do que falo. O que ocorreu é que parece que acordei de um sonho.

Tenho aproveitado melhor meu tempo e esta semana fiz coisas que eu andava adiando há algum tempo. O que parece é que consigo enxergar as coisas com mais clareza. E que estou conseguindo gerenciar melhor minha vida. Pouco tempo? Pode ser, o que prova que o processo pode ser melhor ainda!

Há uns dois anos assisti a uma palestra sobre Coaching e nesta ocasião pareceu algo muito distante e pouco palpável. Talvez não fosse a hora. Bem, o que quero dizer é que hoje percebo que a ferramenta é eficaz!

Hoje eu realmente acredito que o Coach pode ajudar as pessoas a atingir seus objetivos, a melhorar sua performance, a ter mais qualidade de vida, entre várias outras coisas... e o mais importante: ser mais feliz!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PPC SBCOACHING

Não posso deixar de expressar meu sentimento de enorme satisfação por estar cursando o Personal & Professional Coaching da Sociedade Brasileira de Coaching. Turma interessante, metodologia instigante e instrutor brilhante!

Momento de reflexão e crescimento para uma vida mais plena através do autoconhecimento e realização de sonhos!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dica sobre comentários

Pessoal, não é necessário selecionar o perfil para postar um comentário ok?

Educação em tempos de tecnologia da informação

Já não é a primeira vez que vejo um profissional da área de TI dizer que as crianças pequenas (ensino infantil) não devem ter acesso ao computador ou que se não há como evitar, que seja utilizado em doses homeopáticas.

Lendo um artigo na folha sobre a pedagogia Waldorf que focaliza a educação em três esferas: o fazer, o sentir e o pensar, achei bastante interessante a proposta, cuja ordem é evitar ao máximo a tela. Esta metodologia de ensino só passa a usar o computador no ensino médio.

Valdemar Setzer, referência no movimento Waldorf e professor titular do Departamento de Ciência da Computação da USP, é radicalmente contra crianças verem televisão ou usarem computador: “a infância é o momento da imaginação, que é tolhida pelas imagens já prontas”. Ele acredita que o vídeo pode até ser usado como forma de ilustrar algum tema estudado na escola, mas por um período curto.

Depois de ler a triste notícia de que algumas escolas estariam adaptando computadores para o uso de crianças de menos de três anos, fiquei feliz por saber que mesmo sem investir em tecnologia e privilegiando trabalhos manuais, a pedagogia Waldorf atrai cada vez mais adeptos no Brasil!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Gentileza

Fiquei conhecendo hoje a história do falecido Sr. José Datrino, popularmente conhecido como Profeta Gentileza. E só agora fui entender a música da Marisa Monte intitulada “Gentileza”: “Apagaram tudo / pintaram tudo de cinza, a palavra no muro / ficou coberta de tinta”. Nesta ocasião, ela estava se referindo aos poemas do Gentileza, que pintou 56 pilastras no viaduto do Caju no Rio, que tem uma extensão de 1,5 Km mais ou menos. Em dada ocasião, de acordo com a revista Bons fluídos onde li uma reportagem sobre ele, a Cia de Limpeza Urbana do Rio apagou as pinturas do Profeta. Depois de 10 anos, à partir da iniciativa de alguns artistas plásticos houve uma restauração das mensagens que ele havia deixado nas pilastras.

Após alguns “sinais” que o Sr. Datrino entendeu como indicativos de que ele deveria assumir sua verdadeira missão na Terra, deixou sua família e sua profissão para levar palavras de amor, bondade e respeito ao próximo e pela natureza. Tornou-se um andarilho e sua principal vestimenta foi uma bata branca comprida, repleta de apliques e cata-ventos espetados em cima de seu estandarte para “arejar” a cabeça das pessoas. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: “Sou maluco para te amar e louco para te salvar”.

É certo que na sociedade em que vivemos, com os valores que aprendemos, é bastante estranho ver um sujeito que abdicou de tudo para andar pela cidade do Rio, para incentivar a gentileza e deixar mensagens de amor, bondade e respeito para as pessoas. Mas Gentileza era louco? Não sabemos, e nunca saberemos, pois para avaliarmos sua sanidade, precisaríamos de uma lente que nos fizesse ver o mundo como ele o via.

Em uma das três internações em manicômios, pelas quais O Profeta passou, um médico teria lhe perguntado: “Você veio aqui para ser curado ou para nos curar? Gentileza acusava o amor pelo dinheiro de ser a origem de todos os males.

Quis trazer um pouco da história do Profeta Gentileza, para que possamos pensar: Será que para sermos mais gentis, bondosos e para respeitarmos os outros e a natureza, precisamos deixar nossa “sanidade” de lado?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Globalização da Compaixão

Lendo um artigo de uma jornalista da revista Bons Fluídos sobre a Libéria, conheci uma triste realidade: dos 3,5 milhões de habitantes do país, 2,9 milhões não têm acesso a instalações sanitárias e apenas uma em cada quatro pessoas tem água tratada, enquanto apenas uma entre sete tem condições saudáveis de higiene.

Sobre as mazelas de grande parte do continente africano eu ouço muito falar, através de jornais e filmes, mas sinceramente, destas estatísticas eu não sabia. E isso me fez pensar na tal globalização. Não me oponho a esse fenômeno, mas o que me ocorre é que deveríamos também globalizar a compaixão! Vejam só, no Brasil, dos seus 193milhões de habitantes, quantos não têm um banheiro? 1,5 milhões. Nosso país pode ser bastante deficitário sobre vários aspectos, mas penso que está na hora de começarmos a olhar para fora também.

Ao pensar sobre isso, me ocorreu uma coisa muito séria e importante: costumo separar as coisas de casa (roupas, sapatos, objetos) para doar e dou sempre para a minha ajudante – que por ser diarista, e ter uma agenda cheia, costuma receber outras doações de outras casas, ou mando para um abrigo de meninas de Uberlândia. Desta vez decidi que as coisas vão para Pernambuco. Quantas pessoas estão lá sem casa, sem comida, sem o mínimo para viverem?

Precisamos expandir nossos pensamentos, muitas coisas parecem tão simples não é? Separar coisas para doar e dar para alguém é uma delas, mas hoje percebi que até para isso precisamos ter bom senso e refletir sobre a melhor coisa a fazer com as doações.

Quem sabe um dia as coisas vão para a Libéria não?

Se a globalização é um fenômeno de integração econômica, política, social e cultural, porque não globalizamos a compaixão? Entenda-se aqui a palavra compaixão – este sentimento, não como algo assistencialista e relacionado a “dó” ou “pena”, mas sim como um sentimento de incômodo, de infelicidade, pelas dificuldades dos outros menos favorecidos, um legítimo sentimento de condolência.

Vamos pensar sobre isso?

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...