Lendo um artigo de uma jornalista da revista Bons Fluídos sobre a Libéria, conheci uma triste realidade: dos 3,5 milhões de habitantes do país, 2,9 milhões não têm acesso a instalações sanitárias e apenas uma em cada quatro pessoas tem água tratada, enquanto apenas uma entre sete tem condições saudáveis de higiene.
Sobre as mazelas de grande parte do continente africano eu ouço muito falar, através de jornais e filmes, mas sinceramente, destas estatísticas eu não sabia. E isso me fez pensar na tal globalização. Não me oponho a esse fenômeno, mas o que me ocorre é que deveríamos também globalizar a compaixão! Vejam só, no Brasil, dos seus 193milhões de habitantes, quantos não têm um banheiro? 1,5 milhões. Nosso país pode ser bastante deficitário sobre vários aspectos, mas penso que está na hora de começarmos a olhar para fora também.
Ao pensar sobre isso, me ocorreu uma coisa muito séria e importante: costumo separar as coisas de casa (roupas, sapatos, objetos) para doar e dou sempre para a minha ajudante – que por ser diarista, e ter uma agenda cheia, costuma receber outras doações de outras casas, ou mando para um abrigo de meninas de Uberlândia. Desta vez decidi que as coisas vão para Pernambuco. Quantas pessoas estão lá sem casa, sem comida, sem o mínimo para viverem?
Precisamos expandir nossos pensamentos, muitas coisas parecem tão simples não é? Separar coisas para doar e dar para alguém é uma delas, mas hoje percebi que até para isso precisamos ter bom senso e refletir sobre a melhor coisa a fazer com as doações.
Quem sabe um dia as coisas vão para a Libéria não?
Se a globalização é um fenômeno de integração econômica, política, social e cultural, porque não globalizamos a compaixão? Entenda-se aqui a palavra compaixão – este sentimento, não como algo assistencialista e relacionado a “dó” ou “pena”, mas sim como um sentimento de incômodo, de infelicidade, pelas dificuldades dos outros menos favorecidos, um legítimo sentimento de condolência.
Vamos pensar sobre isso?
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