A amígdala cortical é uma região
do cérebro onde ficam nossos registros emocionais. Ela funciona como um
depósito de nossa memória emocional. Para se ter um exemplo do que essa região
significa, basta dizer que os animais que tem a amígdala seccionada ou retirada
não são capazes de sentir medo nem
raiva, perdem o impulso de competir ou cooperar. Estudos mostram que o
funcionamento desta estrutura e sua interação com o neocórtex estão no centro
da inteligência emocional.
Você provavelmente já viveu uma
situação em que teve uma reação exagerada a um determinado acontecimento e
depois pensou: “Não sei o que deu em mim”! Por que fiz aquilo? Ou... “Eu não
queria fazer aquilo, quando vi já tinha feito”, “Me arrependo por ter agido
daquela forma.”
Nas palavras de Goleman, a amígdala
é um verdadeiro alarme do seu cérebro. Assim como um alarme de uma empresa soa
quando há perigo, a amígdala reconhece as situações – medo, perigo, raiva – e
envia mensagens instantâneas às principais áreas do cérebro. Uma importante
pesquisa de LeDoux, revela que embora o neocórtex (aquela parte pensante do
nosso cérebro)costume receber os sinais sensoriais em primeira mão, para analisá-los
e enviá-los as outras regiões como a amígdala, existem alguns caminhos neurais
de sentimentos que o contornam, e tomam o caminho direto da amígdala. Esses são
os nossos sinais mais primitivos e poderosos. E esta estrutura, de posse desse
sinais que podem chegar diretamente dos nossos sentidos, dá uma resposta antes
que eles sejam plenamente registrados e analisados pelo neocórtex.
Essas respostas emocionais de
emergência dadas pela amígdala são o que se denomina “Sequestros Emocionais”. Quando
ela dá a resposta sem a “razão” do neocórtex, corremos grande risco de termos reações
exageradas, até porque as fortes lembranças emocionais registradas datam de nossos primeiros anos de vida.
“Como essas primeiras lembranças
emocionais se estabelecem numa época anterior àquela em que as crianças podem
verbalizar sua experiência, quando essas lembranças são disparadas na vida
posterior não há um conjunto adequado de pensamentos articulados sobre a
resposta que se apodera de nós.” Um dos motivos pelos quais ficamos tão
aturdidos com nossas explosões emocionais, portanto, é que elas muitas vezes
remontam a um tempo inicial em nossas vidas, quando tudo era desconcertante e
ainda não tínhamos palavras para compreender os fatos. Temos os sentimentos
caóticos, mas não as palavras para as lembranças que os formaram.”
Em meu trabalho como psicóloga e
coach, tenho recebido recorrentes demandas sobre desenvolver o equilíbrio
emocional. E isso me deixa muito satisfeita, pelo genuíno interesse das pessoas
pelo assunto e a possibilidade de trabalhar esse aspecto tão importante do
desenvolvimento humano, junto às pessoas que me procuram. O sequestro emocional
é uma das maiores queixas que ouço. Pessoas que desejam agir de forma equilibrada,
que almejam se conscientizar de seus sentimentos e adquirir mais recursos para
lidar com as vicissitudes da vida. Para isso, o desenvolvimento da inteligência
emocional é fundamental. E esse exercício começa por reconhecer os nossos
sentimentos, aceitá-los, compreendê-los e aprendermos a dar repostas mais equilibradas
que nos permitem atingir uma comunicação eficaz, relacionamentos mais
respeitosos e férteis, e a paz de espírito, sabendo que estamos agindo conscientes
sobre os nossos sentimentos e com a serenidade necessária para os nossos
desafios diários e para o alcance de melhores resultados em todas as áreas de
nossas vidas.
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