sábado, 23 de novembro de 2019

Fake News e Conforto Cognitivo


“Por milênios, muito do que era considerado ´notícia´ e ´fato´ nas redes sociais humanas eram narrativas sobre milagres, anjos, demônios e bruxas, com ousados repórteres dando cobertura ao vivo diretamente das mais profundas fossas do submundo. Temos zero evidência cientifica de que Eva foi tentada pela serpente, que almas dos infiéis ardem no inferno depois que morrem ou que o criador do universo não gosta quando um brâmane casa com um intocável – mas bilhões de pessoas têm acreditado nessas narrativas durante milhares de anos.” Yuval Harari

Recentemente li o livro 21 lições para o século 21, do Yuval Harari. Leitura imprescindível eu diria. Para qualquer sapiens! J

Uma das suas recomendações é nossa responsabilidade por identificar e expor nossos vieses e preconceitos. Precisamos outrossim investigar as fontes de informação que acessamos. Ele nos faz um alerta: se queremos informação confiável, devemos ter cuidado com o que chega fácil. No que diz respeito aos assuntos que nos interessam, devemos ler literatura científica sobre o tema. Além disso, Harari destaca a importância de ampliarmos nossas discussões, de conversarmos com pessoas e grupos distintos dos que habitualmente nos relacionamos. E aqui entra a minha leitura do livro Rápido e Devagar, do Kahneman, em que ele traz o conceito do conforto cognitivo

O conforto cognitivo é caracterizado por uma sensação agradável. Ele é tanto a causa como a consequência de uma sensação agradável. De acordo Kahneman, quando estamos de bom humor, quando gostamos do que ouvimos, confiamos em nossa intuição, sentimos que a situação é familiar, tendemos a experimentar esse conforto cognitivo.

Então eu me pergunto e pergunto a vocês também: quanto do alastramento das fake news pode estar associado a esse “conforto”? Um jeito de fazer as pessoas acreditarem em algo, é a repetição frequente de uma ideia ou pensamento, de acordo com o Kahneman a familiaridade não é muito distinguível da verdade.  E Harari nos diz que “Uma mentira dita uma vez continua uma mentira, mas uma mentira dita mil vezes, torna-se verdade. ”

Fica a dica: o fato de algo parecer familiar ou confortável, deve ser um sinal de alerta para nós. Afinal os estudos indicam que tendemos a acreditar em algo que foi repetido com frequência, pela sensação de familiaridade – conforto cognitivo que isso provoca.

Conversar com pessoas cuja opinião é diferente da nossa, buscar mais informações acerca de um determinado tema, beber de outras fontes de informação e conhecimento, é fundamental! Só assim poderemos ampliar nossa visão e nossos horizontes!

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Sopradores de Brasa




Disse o Leonardo Wolk que coaching é a arte de soprar brasas. Eu aprendi bem isso. 

E entendi que todo desenvolvedor humano, toda pessoa que ama alguém e quer vê-lo crescer, deve ser um soprador de brasas. Porque a faísca, a brasa, existe  dentro de cada um de nós e muitas vezes, só o que a gente precisa é soprar a brasa, ou encontrar alguém que sopre a nossa. 

E vejam então que legal: ascender a fogueira é movimento coletivo, já que ninguém consegue soprar a própria brasa. Eu conheço vários sopradores de brasa. E também muita gente que anda escondendo suas faíscas, deixando a brasa amansar. 

Eu desejo que você encontre alguém em seu caminho, que seja esse soprador de brasas amigo, que ascenda sua fogueira e que com ela, você mesmo ilumine seu próprio caminho e os dos demais!

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

1998 a 2019 | Uma breve história sobre a minha carreira


Tudo começou em 1998, com 18 anos, quando tive a minha primeira oportunidade de trabalho. Minhas experiências nos primeiros três anos foram sempre no comércio, especialmente no negócio do vestuário.
Depois de um longo período no comércio, fui trabalhar como secretária num escritório de advocacia, por indicação de uma amiga, Juliana Ribas que eu conheci numa das lojas na qual trabalhei. Nessa ocasião ficou impossível pagar a faculdade e precisei trancar. Foi uma fase bem dolorosa para mim. Mas também foi uma época em que aprendi bastante, um dos meus chefes, o Abel Chaves, era uma pessoa extremamente sensível e dedicada e me dava muitos toques na escrita, por exemplo.
Depois de dois anos, consegui voltar para a faculdade e foi quando também sai desse escritório e fui trabalhar numa empresa de Engenharia, por indicação do meu irmão, Caio Moreira Bastos, que prestava um serviço lá. Lá eu conheci o Marcio Santos, que um dia me disse que "eu era diferente". Nesta época eu tinha um grande desejo de fazer estágio na minha área, mas era difícil pois as vagas de estágio pagavam pouco e eu precisava pagar minha faculdade. Nesse período eu comecei a fazer bijuterias com sementes e outros recursos naturais, consegui passar na prova de estágio do TJMG e também fui estagiar na prefeitura de BH. O negócio das bijuterias me rendeu uma boa grana e o estágio no TJMG também remunerava bem.
Quando os estágios terminaram eu voltei a precisar de um novo trabalho e minha mãe conversou com uma conhecida sua, para que eu trabalhasse na sua livraria. Depois eu vi que era uma papelaria, com um trabalho extremamente operacional e nada desafiador, para uma estudante de psicologia. Mas era a opção que eu tinha naquele momento. Lembro que encontrei com uma amiga, dos tempos de shopping e ela me disse que estava decepcionada por me ver ali, pois em suas palavras “aquele não era um lugar para mim”. Fiquei muito envergonhada na época, ao invés de me sentir impelida a buscar algo melhor, o primeiro sentimento que me veio foi de menos valia. E fiquei bem triste. Depois dessa experiência, que acabou sendo muito ruim, fui estagiar na clínica escola da faculdade e continuei com o negócio das bijous.
Formei, me casei e me mudei para Uberlândia, quando depois de um ano, consegui uma oportunidade numa instituição que foi uma grande escola para mim, nesta eu entrei por indicação de um casal muito querido, com o qual fiz amizade nesta cidade. Conquistei pessoas, idealizei e concretizei projetos e depois de quase três anos, decidi atuar na clínica da psicologia e consegui também um cargo de Psicóloga Social na Prefeitura de Uberlândia.  
Depois dessa experiência, decidi que eu queria trabalhar no Programa de Prevenção à Criminalidade do estado de Minas Gerais. Estudei bastante e consegui ser aprovada, quando então passei a fazer parte da equipe de atendimento aos egressos do sistema prisional. Foi uma experiência muito rica, conheci muita gente querida, uma delas inclusive, foi quem me ajudou na minha transferência para Belo Horizonte, Saulo Moraes. Outra é minha grande amiga Rafa.
Em BH, desenvolvi um trabalho importante neste mesmo programa, mas senti que minhas ambições financeiras não estavam alinhadas ao que eu podia esperar de retorno dessa atividade. E vi que faria sentido investir na atividade como coach, formação que eu havia concluído neste mesmo ano, 2011. Então fui buscar empresas onde eu pudesse ter oportunidade como Coach, e fui apresentada peala minha ex-supervisora do TJMG, Laudi Regina, uma amiga querida, para a Efigênia Wend, que posteriormente me apresentou para a Astrid Vieira. Trabalhei por quase três anos em duas áreas distintas desta empresa, aprendi bastante com as duas diretoras e minhas colegas, hoje também amigas, Syntia Ribeiro e Alessandra Leão.
Foi quando então, depois de uma experiência como consultora de DHO autônoma e posteriormente retornando à empresa de consultoria, veio a oportunidade de vir para o Ibmec, onde estou há quase 4 anos, construindo, colaborando e contribuindo muito, para o desenvolvimento dos nossos alunos, aprendendo bastante com todos à minha volta!
No início desse semestre, após algumas mudanças na minha vida, assumi o Ibmec Carreiras de SP, e aqui estou!
Tive um desejo enorme de contar essa história desde ontem, quando lembrei da minha colega me dizer que a tal da papelaria “não era lugar para mim.”, o meu chefe dizer que eu era “diferente”, e de tantas outras frases, conversas e experiências, que denotam confiança, amizade e interesse, que forjaram a profissional que eu sou hoje.
Depois de 21 anos desde a minha primeira experiência profissional, posso dizer: cada momento, cada segundo vivido, valeu a pena até hoje. Eu tive a sorte de precisar passar por muitos lugares diferentes antes de chegar até aqui. E por isso, me sinto mais confiante para todos os desafios que estão por vir. Na minha trajetória profissional, uma das coisas que eu mais me orgulho, foram os laços e pontes que construí!
Ps. a foto é para dizer, que a minha história profissional carrega a força do amarelo: otimismo, alegria e prosperidade. E também uma cor que inspira a criatividade, as atividades mentais e raciocínio. Nesse dia as portas decidiram se vestir de amarelo como eu! :)

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Mundo conectado, Humanos desconectados e Humanidade desconectada





“As pessoas vivem vidas cada vez mais solitárias num planeta cada vez mais conectado. Muitas rupturas sociais e políticas de nossa época podem ser atribuídas a esse mal-estar.”
                                                                                                           Yuval Harari

A sensação que dá é a de que a internet das coisas, é o modus operandi da maioria dos seres humanos nas diversas redes de conexão disponíveis. Estamos ligados uns aos outros, tal como as coisas se conectam, mas não como humanos que somos, com as habilidades e formas que temos de nos conectarmos verdadeiramente.

Tenho conversado bastante com meu círculo de humanos J, sobre o fato de que, embora tenhamos cada vez mais formas para nos conectarmos, estamos vivendo cada vez menos conectados. Muito desconectados de nós mesmos e dos outros.  Há uma surdez emocional muito grande.

As pessoas não estão conseguindo escutar e muito menos dar voz ao seu espaço interno, não conseguem perceber seus próprios corpos e necessidades e vão seguindo a correnteza, sem o exercício importantíssimo de refletir sobre o que têm feito e quem têm sido. A tríade Ser Fazer e Ter, se confunde, se inverte e muitos tentam tudo para Ter, esquecendo-se do exercício importantíssimo do Ser e do Fazer.

Por estarem tão cegas para si mesmas, acabam também ficando muito cegas para os outros e assim, se tornam incapazes de estabelecer relações genuínas, profundas e valiosas com os outros. Todos querem receber, poucos querem oferecer. Muitos vivem uma vida absurdamente pobre de sentimentos e experiências significativas, optando pela superfície. Na superfície de si mesmos e dos outros.
Ao refletir sobre o tema das redes sociais, Yuval Harari diz que “Talvez as pessoas precisem mesmo, é de ferramentas para se conectarem com suas próprias experiências”. Mas elas ficam absortas aos perfis/pessoas que seguem aqui e ali e se atem à experiência dos outros – que não necessariamente está expressa em sua verdade, competindo para parecerem mais felizes, mais afortunadas ou o que quer que seja.
 “Pessoas separadas de seus corpos, sentidos e entorno físico sentem-se alienadas e desorientadas (...) Mas não são capazes de viver felizes se estiverem desconectados dos seus corpos. Se você não se sente em casa dentro do seu corpo, nunca se sentirá em casa dentro do mundo.”

A conexão às redes sociais e a pessoas que estão do outro lado do globo, despende energia que poderia ser gasta para conhecer seu vizinho de porta. Não há problema algum em conhecer e interagir com pessoas em outras cidades, estados e nações, isso é maravilhoso. Mas muitas vezes, isso acontece às expensas de se conhecer quem está do nosso lado.

“Está mais fácil falar com meu primo na Suíça, mas está mais difícil falar com meu marido no café da manhã, porque ele está constantemente olhando para o seu smartphone e não para mim.”

É preciso muito cuidado para que possamos usar todos os recursos tecnológicos de forma a promover nossas vidas e relações à patamares melhores. Devemos estar atentos aos nossos corpos, às nossas necessidades, às nossas mentes, ao nosso espaço interior. Aprofundar o nosso autoconhecimento, ampliar nossa consciência e abrir os olhos, a mente e o coração, para relacionamentos que conectam de verdade: #cuidado #colaboração #crescimento #empatia.




segunda-feira, 29 de julho de 2019

O que você tem feito da sua existência?




Quero compartilhar uma reflexão interessante que tive neste fim de semana...
Quando eu tinha uns 16 anos, tive um namorado muito especial. Aquele “menino bom” que toda mãe e pai querem para a filha. J

Por ironia do destino, por fatalidade, por irresponsabilidade, ou por o que quer que seja, ele veio a falecer muito jovem, com 18 anos. Seu nome era Erik. Numa viagem, voltando do carnaval na praia com alguns amigos, um acidente grave de carro culminou com sua morte.

Eu fiquei bem triste. Muito triste mesmo. Porque ele era muito jovem e também muito especial.
Hoje, mais de vinte anos depois, eu me pego lembrando dele... hoje foi uma música e um trecho de um livro que eu li, noutros momentos, é só pensar que adolescentes que éramos, ele (pasmem) me ensinava a ser mais paciente com meus avós.

E especialmente nesta noite, me ocorreu algo muito instigante... eu pensei o que diria para ele se pudesse encontrá-lo agora. Eu pensei muito hoje, no fato de que eu estou viva. E comecei a pensar se eu tenho tratado e construído a minha vida da forma que ela e eu merecemos. O Erik morreu com 18 e eu tive a “sorte” de estar viva com 40.

Vejam só: a vida é realmente um sopro. De verdade. Hoje eu estou viva, amanhã posso estar morta. Ou como diria o Monteiro Lobato:     “A vida, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais”.

Na minha viagem filosófica cotidiana, entendi que sou imensamente privilegiada simplesmente por estar viva e que tenho por isso o DEVER de fazer bom uso da minha existência. Então, faço-lhe esta provocação: o que você tem feito pela benção de estar vivo(a)?

sábado, 20 de julho de 2019

Autoconhecimento através do processo de assessment




O autoconhecimento se coloca como um grande aliado na busca por mais satisfação e melhores resultados no trabalho e em todas as outras áreas da vida. Uma das maneiras de se aprofundar o autoconhecimento é passar por avaliações de personalidade ou comportamento, que são possíveis através das ferramentas de assessment.

As opções são inúmeras e se você nunca viveu essa experiência, recomendo fortemente. Todavia, é bom tomar alguns cuidados.

Não caia na ideia de que quanto mais você fizer, melhor. Isso é bobagem. Procure uma organização e um profissional sério e conte com a expertise desse especialista para lhe indicar uma, ou duas boas opções. Desta forma, você poderá ter uma experiência enriquecedora, que lhe permitirá entender um pouco mais alguns aspectos da sua personalidade e comportamento e inclusive, traçar um PDI (Plano de Desenvolvimento Individual).

Os instrumentos de assessment também são muito utilizados nos processos seletivos. E, quando utilizados adequadamente, servem para conhecer mais profundamente o perfil do candidato, além de identificar o fit cultural. Seja num processo seletivo, ou num projeto de PDI, não existe certo e errado nos resultados. Quanto mais sincero(a) você for, melhor para você. Mesmo que seu perfil não esteja alinhado ao que a empresa busca. Afinal, a chance que teria de você não se adaptar e ser infeliz, seria grande.

Infelizmente alguns instrumentos não têm embasamento científico, ou são muito superficiais. É bom ter cuidado com isso. E ainda existem os profissionais que lidam com os resultados de forma preconceituosa, inadequada e irresponsável. Quantas vezes eu ouvi pessoas me contarem do sofrimento que experimentaram, ao receberem uma devolutiva que reforçou suas fraquezas e sequer considerou suas forças, ou que suas características foram caracterizadas como boas ou ruins, meramente. Por isso, reforço, se você for se submeter a um processo de assessment, por inciativa própria, para alavancar seu desenvolvimento, escolha muito bem a organização e/ou o profissional que irá lhe apoiar nesse intento.

E para continuar desenvolvendo seu autoconhecimento, continue se fazendo perguntas, entendendo o que você sente, o que lhe motiva, quais são os seus valores, exercite seu diálogo interno e preste atenção ao impacto que causa nas pessoas e ambientes ao seu redor.

Caso queira saber mais sobre instrumentos e projetos de assessment, faça contato! cynarabastos@yahoo.com.br


quarta-feira, 17 de abril de 2019





Não tente nenhum atalho, a única forma de fazer é ser. Como bem nos ensinou Lao Tsé. O que quer que você queira Fazer ou Ter, lembre-se: primeiro você precisa SER!

Normalmente quando se pergunta para uma criança o que ela quer ser quando crescer,  nunca se está perguntando de verdade o que ela quer ser. De um modo geral, falamos sempre sobre o que ela quer fazer: sua profissão. E ao dizer o que quer fazer, é interpelada sobre o que pode obter com esse fazer.

Penso que deveríamos estimular as crianças e jovens a construir um eu forte, que saiba quem é, que reconheça seus valores e forças, que saiba identificar seus pontos de melhoria e que saiba se unir às pessoas que lhe permitirão ser um ser humano melhor a cada dia. Vejo uma mudança tímida neste modo de pensar o desenvolvimento das crianças. Ainda não chegamos no ponto em que os jovens são questionados sobre que tipo de gente eles querem ser. E devemos cuidar disso, pois, o que define o fazer e o ter é o que se é.

Para alcançar algo eu preciso ser o tipo de pessoa capaz de atingir aquilo. Preciso adotar os comportamentos que me levarão aonde  quero chegar.

Quantos de nós acabam se confundindo entre o Ser o Fazer e o Ter, tentando fazer antes de ser ou ter antes de fazer. O fluxo natural deve ser: SER - FAZER - TER.



Quanto maior a sua consciência sobre quem você é, maior a condição de fazer escolhas certeiras, de optar por atividades que sejam uma ponte para a expressão genuína do seu Ser e maior a possibilidade de obter aquilo que você quer. Não existe atalho, não existe um caminho mais fácil. Sem olhar para dentro de você, a trilha nunca será tão prazerosa como ela pode ser.

Um livro do Osho muito bom, que se chama Vivendo perigosamente – a aventura de quer quem você é. É disso que estou falando! Vale a leitura!   


Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...