terça-feira, 28 de abril de 2015

Quando as mudanças mudam a gente



Tenho me ocupado um pouco com estudos no campo da Psicologia Positiva. Já falei sobre ela aqui no blog noutros posts – que se preocupa em estudar o que causa a felicidade e o bem-estar, como viver com mais qualidade de vida.

A leitura que estou fazendo atualmente é “O jeito Harvard de ser feliz” livro do Shawn Achor. Esta leitura tem me suscitado muitos pensamentos e como sempre, compartilho aqui com vocês.

Hoje li um texto de uma ex-executiva de uma grande editora, que me fez pensar mil coisas associadas à Psicologia Positiva. Esta mulher passou por um grande desafio que foi sua demissão depois de mais de 20 anos numa mesma empresa. Era uma grande executiva desta organização. O que me chamou atenção sobre a história dela, foi como ela reagiu. Com positividade, enxergando possibilidades. Um pouco antes do acontecido ela teve um insight e se pôs a pensar sobre o que faria se fosse demitida (o que aconteceu 12 dias depois). É claro que houve sofrimento. Mas ela fez algo importantíssimo: parou para pensar e revisar sua vida, em seguida resolveu dar vida a um grande sonho seu. E não é que deu certo? Hoje é dona de uma pousada no Nordeste do país e está superfeliz com os resultados que vem obtendo.

O fato é que mesmo quando parece que as coisas estão péssimas e que não há mais nada a ser feito, existem possibilidades de superação da adversidade. E a forma como você enxerga a situação faz toda a diferença.

Dou-lhes um exemplo em minha vida: lembro-me de uma vez quando estudante, depois de vivenciar uma situação bastante desconfortável, de minha psicóloga me perguntar sobre coisas significativas que haviam acontecido em minha vida entre os meus 0 e 7 anos. Conversei sobre isso com minha mãe, já que não era possível que eu me lembrasse de tudo. Nessa conversa eu fiquei sabendo de coisas que me deixaram muito triste. Falei sobre isso com pessoas de confiança, além de minha psicóloga. Com o tempo, processei o ocorrido e DECIDI que eu não iria PERMITIR que o fato de eu ter vivido algumas coisas tristes em minha infância me fizessem viver como uma vítima da vida. Então, eu passei a experimentar uma série de coisas maravilhosas. Aquilo que acontece quando você assume o protagonismo da sua jornada e adota uma postura positiva diante da vida!


O estudo sobre a Psicologia Positiva vem confirmar algo que tenho experimentado em minha vida: a felicidade é um exercício! Pratique! E veja que ela pode e deve existir antes do tal “sucesso” e não depois!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Sobre nossas declarações cotidianas

Diariamente, sem que possamos perceber, nós emitimos mensagens ao mundo. Ao acordar, por exemplo, você pode pensar: “Ah! Estou morrendo de sono... queria dormir mais um pouco”... e pronto! Mensagem entregue! Você terá um dia de muito desânimo e bocejos. Então você se levanta, vai tomar banho e lembra: “nossa, tenho uma reunião em um lugar péssimo para estacionar, e não vou achar vaga”. Mensagem entregue! Você dará mil voltas procurando uma vaga e vai acabar parando no estacionamento mais caro da região.  

Diariamente, a cada pensamento, você emite uma mensagem ao mundo. Isso serve para o que você pensa sobre si mesmo, sobre os outros, sobre os acontecimentos e todas as outras coisas. Já reparou como algumas pessoas esbanjam confiança, costumam ter muita “sorte” atingindo todos os seus objetivos, ou pelo menos a maioria?

Essas pessoas certamente têm uma imagem positiva de si mesmas e são otimistas em relação ao futuro.  Pensamento positivo? Isso mesmo. Mas não é só pensamento. É uma forte crença em si mesmo e na sua capacidade de realizar aquilo que almeja. Trata-se de um trabalho diário de perseverança e de foco naquilo que é mais importante.

Vamos pensar noutra situação: você vai apresentar um projeto no qual vem trabalhando há algum tempo. Então, às vésperas do grande dia, você se pega pensando: “acho que não estou preparado, eu nem sou tão bom assim, não conseguirei vendê-lo”... Qual a chance de dar certo? Mas se ao contrário, você prova a si mesmo que está preparado e que tem condição de fazer uma excelente apresentação, eu duvido que você não obtenha êxito.

Esta ideia pode parecer simplista, mas é real e funciona. Para o bem e para o mal. Posto isso, sugiro que você faça uma reflexão profunda sobre quem é você e sobre o que tem dito ao mundo sobre si mesmo. Em seguida, comece a dizer ao mundo objetivamente o que você quer e por que merece receber o que almeja. Experimente! 




quarta-feira, 25 de março de 2015

A Execução de intenções pela utilização do Escudo de intenções

Recentemente incluí em meu trabalho em desenvolvimento humano, uma ferramenta bastante interessante chamada “Escudo de intenções”. Trata-se de uma grande aliada para o autogerenciamento e consequente execução de nossas intenções.

Todos nós temos nossas intenções (vontade, desejo, propósito). No início do ano, por exemplo, estamos normalmente cheios de intenções motivadas pelos mais diversos temas: saúde, prosperidade, amor, etc..

Ocorre que para garantirmos a execução de nossas intenções é preciso planejar: como, quando, onde e os recursos necessários para o êxito.  Isso basta? Não! É necessário ter em mente por que você tem essa intenção e a quais valores seus esse objetivo está associado. E pasmem! Isso também não basta... sabem por quê? Porque ao longo do caminho, obstáculos aparecerão. Coisa bem natural em qualquer percurso. Antever esses obstáculos é utilizar o Escudo de intenções.  

Quando você decide emagrecer, ou adotar uma alimentação mais saudável, você pode se deparar com várias situações que podem lhe atrapalhar. Estudos indicam que se você adota uma postura positiva diante desses desafios, pode ser muito útil. Por exemplo: Você tem uma reunião num restaurante onde você sabe que terá muitas opções inadequadas ao seu intento. Assim, você pensa: “Vou fazer um bom prato de salada para começar” ao invés de: “Não poderei comer o que eu gosto”! Alguém pode lhe oferecer uma sobremesa... então, você responde: “Não como sobremesa”. Ao invés de “Não posso comer sobremesa”, o que evocaria uma ideia de privação.

Para a execução de sua intenção, é necessário que você se proteja de situações que podem lhe atrapalhar. E com o Escudo de intenções você protege sua intenção dos possíveis boicotes ou obstáculos. Pense no seu maior objetivo hoje. O que pode acontecer e lhe impedir ou atrasar o cumprimento de sua meta? O que você pode fazer em relação a isso? Esse será seu escudo!


Quer saber mais? Entre em contato! 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Legado ou Herança?


Herança: aquilo que se transmite por hereditariedade”.
“Legado: Dádiva deixada em testamento / Aquilo que alguém transmite a outrem”.


A primeira vez que pus a pensar sobre isso, foi através de uma provocação de uma pessoa a quem sou muito grata pelos ensinamentos transmitidos... Desde então, tenho vivido para deixar um legado. Qual a diferença entre legado e herança?

A ideia principal é a seguinte: “deixar um legado” é como deixar um exemplo, é ser lembrado pela sua integridade, por sua contribuição ao mundo. Quanto mais íntegra eu for, quanto mais eu contribuir para o mundo, para os outros, quanto mais eu realizar, aprender e ensinar o que eu tenho aprendido, mais útil ou benéfico será o meu legado. Deixar uma herança seria deixar bens materiais. Nada contra deixar uma herança. Apenas acredito que um legado tem um valor que não se pode medir e que nunca será perdido.  Inclusive, ouso dizer que se deixarmos uma herança e também um legado (tal como estou dizendo aqui) a possibilidade de se perder os bens materiais pode ser bem menor.

Algumas pessoas em minha história de vida me deixaram muitos legados... Minha avó materna, D. Nenzinha, era uma guerreira, trabalhou incansavelmente para criar 4 filhas e 4 filhos dignamente e deixar uma sementinha de amor em cada um deles. Um das filhas é minha mãe, que nos ensina muitas coisas diariamente, mas fundamentalmente a sermos honestos e íntegros e a amarmos uns aos outros, a sermos boas pessoas para nós e para os outros. Minha avó paterna, D. Dilma, era outra guerreira, que superou muitos desafios, mantendo sua integridade, amou incondicionalmente seu filho, netos e netas e ajudou muitas pessoas.

Podemos deixar um legado por onde quer que passemos, através do nosso trabalho, das relações que estabelecemos e em todo e qualquer lugar. Ao que parece, quanto mais sintonizados com nossos valores e propósitos de vida, maior a possibilidade de deixarmos exemplos positivos para as próximas gerações. Acredito fortemente que uma vida pautada em valores e propósito é a construção de um legado que perdurará por muitos e muitos anos depois que não estivermos mais nesse mundo.

É fato que não faz mal receber uma herança, bens materiais... Mas um legado é algo que não se esgota, pelo contrário, faz multiplicar ações virtuosas pelo mundo.  

quarta-feira, 4 de março de 2015

Sobre o homem e nossos desafios



Há pelo menos 50 anos, um pouco antes de sua morte, Jung disse o seguinte à um profissional que o entrevistava:


"Uma coisa é certa; uma grande mudança de nossa atitude psicológica é iminente. Isso é certo. Porque precisamos de mais, precisamos de mais psicologia. De um maior entendimento da natureza humana, pois o único perigo real existente é o próprio homem. Ele é o grande perigo, e lamentavelmente não temos consciência disso. Não sabemos nada sobre o homem, é muito pouco. Sua psique deveria ser estudada, pois somos a origem de todo mal vindouro".


De lá pra cá, avançamos muito no que diz respeito ao estudos sobre o homem e a dinâmica psíquica, mas receio que estejamos procurando respostas para os maiores problemas que temos vivido fora de nós, quando na verdade, a resposta está em nossas ações, em nossas relações. Mesmo correndo o risco de parecer repetitiva volto a dizer: acredito fortemente que se cada um de nós se comprometer a ser o melhor que puder, a buscar novos conhecimentos, a compartilhar o que tem aprendido e adotar uma postura de colaboração e compaixão genuínas, será possível fazermos deste mundo um lugar melhor para nós e para os que virão.




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Resiliência: diferentes perspectivas

Estudando sobre a resiliência descobri coisas interessantes e por isso compartilho...

Entre as décadas de 70 e 80, pesquisadores norte-americanos e ingleses voltaram sua atenção para as pessoas - em especial crianças, que passavam por severas dificuldades, mas permaneciam saudáveis. Chamaram-nas de invulneráveis e o fenômeno de invulnerabilidade. Posteriormente, esse termo foi substituído por resiliência.

Entre os pesquisadores ingleses e norte-americanos precursores dos estudos sobre a resiliência, e os brasileiros e outros falantes da língua latina, há diferenças na maneira de se entender e apresentar as origens do tema e também em suas concepções de resiliência. Os pesquisadores brasileiros de um modo geral, afirmam que a ideia por traz do termo veio da física, mais especificamente do tema sobre resistência dos materiais, sendo que os pesquisadores norte-americanos e ingleses, nunca mencionaram qualquer relação com esta disciplina.

Verifica-se que dicionários da língua portuguesa e inglesa apresentam significativas diferenças ao explicarem o termo.  Se procurarmos a palavra resiliência no dicionário da língua portuguesa, encontramos: “Resiliência [do ingl. resilience] S.f. 1. Fís. Propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de uma deformação elástica. 2. Fig. Resistência ao choque”. Importante ressaltar que até 1990 o termo nem fazia parte do vocabulário coloquial brasileiro. Já nos dicionários da língua inglesa, as palavras resilience e resiliency ao que tudo indica, já faziam parte do vo­cabulário coloquial de falantes desta língua há mais de 30 anos, com uma significação menos “técnica”, menos ligada à física, e mais relacionada a fenômenos humanos.

Um artigo de estudantes da UFMG (informações ao final deste texto) mostra que na verdade o conceito da física chamado resiliência não é o mais adequado para denominar o que se chama de resiliência no campo de pesquisa brasileiro e latino, sendo mais adequado neste caso o conceito de “elasticidade”. O artigo mencionado explica mais detalhadamente a razão.

Para os falantes da língua inglesa, a palavra já era conhecida – fora do âmbito da resistência dos materiais – e provavelmente foi escolhida por ser considerada adequada para designar os fenômenos que eram estudados e que abrangiam capacidade de resistên­cia a pressões e estresses.

A resiliência no entendimento dos latinos (incluindo brasileiros) está relacionada à resistência ao estresse, mas também aos processos de recuperação e superação de abalos emocionais causados pelo estresse.

Pensando sobre essas definições, a de origem anglo-saxônica e a de origem latina, eu fico pensando se é realmente possível passar por grandes reverses na vida e permanecer impassível. Acredito que é totalmente possível passar por situações adversas e superá-las e que podemos lançar mão de diversas estratégias e recursos para isso, mas tenho dúvidas se a resiliência tal como entendida pelos norte-americanos realmente existe, ou se na verdade essas pessoas que se apresentam resistentes ao estresse, não têm suas marcas internas. Creio que podemos sempre escolher entre sucumbir ou seguir em frente. Mas tudo o que vivemos, positivo ou negativo, deixa marcas em nós e não há como fugirmos disso.

Adoto então o seguinte conceito de resiliência: a capacidade de superar e enfrentar adversidades de forma saudável. Saber buscar e utilizar recursos e estratégias para a superação de problemas e outras situações estressantes, sem se entregar.


Artigo mencionado: A construção do conceito de resiliência em psicologia: discutindo as origens - Disponível em: www.scielo.br/paideia  

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Coaching pra quê?



Achei importantíssimo um artigo da Káritas Ribas na Revista Coaching Brasil. Pensando sobre a febre de coaching que nos assola, ela discorre sobre o que denomina “Coaching de plástico”. Processos engessados, realizados por profissionais pouco capacitados. Isso também me fez pensar sobre as pessoas que buscam coaching apenas porque "está na moda". 

Infelizmente é uma realidade o enorme número de pessoas no mercado dizendo que são coaches. Algumas sequer fizeram algum tipo de formação, outras fizeram uma formação mediana e outros podem até ter feito uma boa formação, mas acham que só isso basta.

Quando fiz minha formação, lembro-me bem do meu instrutor nos chamar atenção o tempo todo sobre a necessidade de o coach ser um profissional estudioso do desenvolvimento humano incluindo disciplinas como filosofia, psicologia, sociologia, entre vários outros temas. Isso fez muito sentido pra mim e faz para vários outros coaches sérios que conheço.

Uma formação seja ela qual for, pede que você estude constantemente. Eu como psicóloga, nunca parei de estudar e procurar aprender com outros profissionais da área. Foi assim quando me especializei em gestão de pessoas e também quando me formei em coaching. Mas parece que tem muitas pessoas por aí querendo enquadrar seus clientes em processos de coaching engessados, como a Káritas menciona:

“Processos de Coaching de Plástico são aqueles onde o coach tem a ilusão de que muni­do de fichas com perguntas “po­derosas” pré-programadas, ou uma lista delas é possível levar um ser humano à desenvolver sua potência, atingir sua meta e transformar-se. Tudo isso em no máximo 10 encontros”.

Outra questão que me chama atenção é a procura por coaching apenas por que “está na moda”. Coaching é para quem quer crescer. É para quem está disposto a despir-se de máscaras, a abrir-se, a rever-se, a quebrar velhos paradigmas e assim seguir em busca daquilo que faz sentido para si mesmo. Coaching não é coach pergunta, coachee responde. Coaching não é uma fôrma, onde se coloca todo tipo de pessoas. Há que se preservar e respeitar a individualidade de cada um. O coach não é um sabe tudo, que traz respostas. Ele é um provocador. Mas até mesmo para provocar é preciso cuidado, conhecimento. Entender o tempo de cada um. Lançar mão de recursos (não apenas ferramentas modelo) que façam sentido para o coachee.


O coaching é uma das abordagens mais interessantes que eu já conheci e tenho tido a alegria e o prazer de ouvir coisas maravilhosas de meus clientes ao longo de seus processos e após viverem esta experiência.  E tenho plena consciência de que esse é um trabalho de parceria: minha formação e meu comprometimento são fundamentais, mas os resultados obtidos são fruto do empenho do coachee.  

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...