Li um livro recentemente que se chama O Ponto da Virada. Ele trata da questão de como pequenas coisas podem fazer uma grande diferença. O Ponto da virada é aquele ponto em que um produto ou questão social vira uma epidemia. Segundo o autor Malcom Gladwell, existem três regras que regem as epidemias, são eles: A Regra dos Eleitos, O Fator de Fixação e o Poder do Contexto.
Gostaria de compartilhar com vocês um pensamento que me ocorreu ao ler sobre sobre a ideia do "Poder do Contexto". Gladwell acredita que o contexto exerce mais influência sobre nós do que podemos imaginar. Para exemplificar, menciona a "Teoria das Janelas Quebradas", cunhada pelos criminologistas James Q Wilson e George Kelling, argumentando que se uma janela está quebrada e não é consertada, quem passa por ali conclui que ninguém importa com aquilo e que não há ninguém no controle. De acordo com eles, em uma cidade, problemas relativamente insignificantes, como pichação, desordem em locais públicos e mendicância agressiva, são o equivalente das janelas quabradas - convites para crimes mais graves.
Fazendo um comparativo com BH, lembrei-me da Praça da Liberdade, da Praça Raul Soares e da Praça da Estação antes da revitalização. Sobre a primeira, lembro-me da minha infância - para passear lá à noite era necessária uma boa dose de coragem, pois era muito escura, um tanto quanto suja e cheia de ratos. Hoje, as pessoas levam suas famílias e animais de estimação para passear e sempre há um evento cultural no espaço. Quanto à Praça Raul Soares, lembro-me bem que eu não passava no meio daquela praça por nada nesse mundo... tinha muito medo de ser abordada por um assaltante lá no meio e não ter como fugir. Hoje, esse sentimento já não me acompanha. No caso da Praça da Estação, "rezava" pra eu não ter que ir ou passar por lá. Hoje dá gosto ver a limpeza e a beleza daquele lugar. Contudo, não quero "dar uma de Poliana" e dizer que depois do processo de revitalização não há mais crime em BH e que é totalmente seguro andar por estas praças, mas estou convicta de que a incidência de eventos desconfortáveis, certamente caiu. E aqui, gostaria de dar luz ao Poder da Beleza! Estou falando do sentido mais puro da palavra Beleza, e não de qualquer futilidade que possa estar associada a esta palavra. Falo da beleza das flores, das árvores, do cuidado, da preservação e do amor. Beleza: Coisa Bela, muito agradável ou muito gostosa. (Aurélio).
Concluo meu pensamento com a ideia de que "O Poder do Contexto" mencionado por Malcom nos faz refletir então sobre o poder da Beleza e sobre o poder das ações virtuosas que acabam gerando a beleza nas relações e no mundo...
sexta-feira, 25 de abril de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
Sobre os destinos da humanidade e a responsabilidade de cada um
“Seja você a mudança que quer ver no mundo”.
Dalai Lama
As pessoas que acreditam que “a
humanidade está condenada” são a meu ver , as que estão menos dispostas a
promover alguma mudança por meio de suas próprias ações. Ou ainda que se
proponham a fazer algo, não acreditam no próprio poder.
Daniel Golemann em seu livro “Foco”, diz que o “foco triplo”
(foco no interior, no outro e no exterior), pode nos ajudar a nos tornarmos bem-sucedidos,
mas com que objetivo? Devemos perguntar a nós mesmos: à serviço do que
exatamente estamos usando quaisquer que sejam nossos talentos? Se nosso foco
serve apenas para nossos objetivos pessoais – interesse próprio, recompensa
imediata e o nosso pequeno grupo - , no longo prazo, todos nós, como espécie,
estamos condenados.
Posto isto, devo dizer: a humanidade
está condenada? Sim e não. Sim se continuarmos agindo de forma egoísta e indiferente.
Aqueles que não querem ou não
acreditam que podem fazer algo pela humanidade, podem ajudar muito se pelo
menos não praticarem o mal. É como disse o Dalai Lama: Sejam boas pessoas, não
sejam pessoas más; façam o que é favorável, não façam o que é desfavorável”.
Acredito profundamente na “Corrente do Bem” e amo aquele filme com este título.
O bem que se faz aqui, chegará onde menos se espera se a corrente não for
quebrada.
segunda-feira, 17 de março de 2014
Sobre as mudanças
As mudanças são constantes na
vida – é fato. Viver é estar sempre preparado para passar por processos de
mudança do meio em que vivemos e em nós mesmos. Todavia é necessário muito cuidado com a mudança interna ou pessoal. Esta deve
acontecer quando se desenvolveu satisfatoriamente o autoconhecimento e a
autoestima. Caso contrário, corre-se o risco de ficar a mercê daqueles que
acham que você deve ser assim ou assado, perdendo sua identidade, para agradar
a um ou outro. Desta forma, é imperioso em minha opinião, saber aonde se quer
chegar e quem você é!
Você já pensou sobre seus
valores? Sobre os valores que governam a sua vida?
Anthony Robbins, autor do livro “Desperte
o gigante interior” diz que algumas pessoas são acometidas pela Síndrome do Niágara: “Acredito que a
vida é como um rio e que a maioria das pessoas salta no rio da vida sem ter
decido aonde quer chegar. Assim, logo são apanhadas pela correnteza: dos
acontecimentos, dos medos, dos desafios. Quando chegam a bifurcações, não
decidem conscientemente para onde querem ir, ou qual a direção certa em seu
caso. Apenas seguem o fluxo. Tornam-se uma parte da massa de gente que se deixa
dirigir pelo ambiente, e não por seus próprios valores. Como resultado, sentem
que perderam o controle”.
Desta forma, refletir sobre os nossos valores, sobre os papéis
que assumimos em nossas vidas e nossa missão pessoal, é importantíssimo para
que possamos viver com integridade. Certos do que somos e do que almejamos,
teremos força para continuarmos sendo aquilo que somos e coragem para mudar
quando for preciso.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Dar uma lição ou aprender uma lição?
... “Ao não tomar algo como pessoal –
mesmo que isso o afete e seja o propósito do outro -, mais conscientes e
lúcidas serão sua posição e ações”.
Louis
Burlamaqui
Estive pensando que eu sempre
fui cheia de certezas sobre como agir quando alguém era grosseiro comigo ou
se comportava de maneira contrária ao que eu esperava. Sentia que eu não deveria
“deixar barato”... Aquela ideia de não levar desaforo pra casa ou coisa que o
valha...
Mas tenho tido muitas
experiências interessantes, entre elas a leitura de alguns livros. Um deles é o
Flua cujo autor é o Louis Burlamaqui. Neste livro ele diz que uma das posturas
que devemos assumir é a de “não tomar nada
como pessoal”. Isto me tocou profundamente e tenho certeza de que é um dos
maiores desafios que coloquei pra mim.
Sabe aquelas horas que a gente se
sente ofendido, agredido, com palavras ou gestos de outros? Não foi pessoal. Só
se torna pessoal se a gente deixar. Tenho lido muito sobre a ideia de que
criamos o mundo, de que o pensamento e o que escolhemos sentir diz muito mais
do que a situação em si. E isso é a mais pura verdade. Ocorre que acreditar
nisso e tomar consciência disso é um grande desafio! É uma total quebra de
paradigma!
Um exemplo muito simples
aconteceu esta semana comigo. Eu estava sendo atendida por uma pessoa que começou
o atendimento de forma muito agressiva. Imediatamente eu comecei a sentir
aquele impulso de “não vou aceitar que ela me maltrate, ou que me desrespeite”!
Mas desta vez, ao mesmo tempo eu pensei: isso é dela, que fique com ela. Então o
atendimento transcorreu sem maiores dificuldades e eu me senti ótima!
Tudo bem, você pode pensar: “Não
é simples assim, existem situações mais complexas”. Ok, mas a situação será o
que você deixar que ela seja! Não é mágica, não é milagre. Tente e veja como é
possível!
Além disso, tenho pensado que
aprender uma lição, pode ser muito melhor que “dar uma lição”. Aliás, se for pra
dar uma lição, que seja de serenidade e compaixão! Sendo assim, quando eu estiver
vivendo uma situação em que a atitude de outra pessoa me levar a sentir emoções
negativas, farei o exercício de “não tomar como pessoal” lembrando que não
tomar como pessoal não quer dizer ser passivo.
Sugiro que experimente também!
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Quem você é?
Seu valor está associado algo que
você tem ou a algo que você é? Quem é você? Do que você gosta? Qual é a sua
missão neste mundo? Você tem sido quem você é, ou quem os outros querem que você
seja? Já parou para pensar que o melhor que você tem a fazer a si mesmo(a) e
pelas pessoas que ama, é ser você mesmo(a)? Você se perdoa pelos seus erros e se
parabeniza pelos seus acertos? Você se aceita quando sente medo e reconhece
quando tem coragem para superar esses medos? Você respeita seus sentimentos? Quanto
tempo do seu dia é dedicado para fazer aquilo que você gosta e que lhe faz bem?
Você é real?
De acordo com E. E. Cummings, ser
ninguém a não ser você mesmo em um mundo que faz o possível noite e dia, para
fazer de você qualquer um, menos você mesmo, significa travar uma das batalhas
mais duras que qualquer ser humano já travou, e nunca para de lutar.
Tudo isso porque quando se assume
quem se é, muitos estranham e acham que isso é loucura, ou perda de juízo...
mas esteja certo de que vale a pena: mergulhe o mais fundo que puder dentro de
você, reconheça-se e ocupe-se em ser autenticamente você! Fácil não será, mas como
disse Brené Brown, será muito mais difícil se você não tentar: “Expor seu
verdadeiro eu para o mundo envolve riscos. Mas acredito que ainda há mais
riscos em esconder você mesmo e seus dons do mundo”.
Sombra e luz estão aí dentro esperando
sua acolhida, para juntas expressarem quem você é!
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
O que você faria se não fosse o medo?
“A escuridão não destrói a luz, mas a
define. É nosso medo do escuro que lança nossa alegria na sombra”.
Brené Brown
Eu estava lendo um livro muito
bom da Brené Brown que me foi indicado por uma amiga: A Arte da Imperfeição. A
autora nos desafia a compreender e aceitar nossa imperfeição e ter a coragem de
ser quem somos. Esta leitura me suscitou muitas reflexões. E a que eu compartilho
com vocês agora, diz daquelas situações em que o medo nos paralisa e nos impede
de buscar aquilo que desejamos. Quando o medo de sentir tristeza, nos impede de
sentir alegria.
Alguns evitam se envolver com
outras pessoas porque têm medo de se decepcionar, ou porque noutra situação não
foram felizes com alguém; outros temem dar o primeiro passo na realização de um
projeto, porque podem fracassar; e ainda temos outra situação muito grave que é
aquela: “Se eu fizer isso, o que o fulano ou a fulana vão pensar?”.
Na verdade, importa verdadeiramente, se temos
nos comprometido diariamente em sermos autênticos, íntegros e honestos conosco
mesmos. Porque somente poderemos viver de forma plena, respeitando os outros, construindo
e colaborando com os demais, quando pudermos nos conhecer, aceitar quem somos:
nossa sombra e nossa luz.
Brené me fez lembrar muitas vezes
alguns pressupostos do Coaching, uma das disciplinas que utilizo para trabalhar
com desenvolvimento de pessoas – às vezes gastamos tanta energia pensando no
que não queremos, temendo o que não queremos, que perdemos o foco sobre o que é
realmente importante e que desejamos realizar/alcançar.
“Não pergunte do que o mundo precisa.
Pergunte-se o que faz você despertar para a vida e faça isso. Porque o mundo
precisa é de gente que despertou para a vida”.
Por tanto medo do escuro, do
fracasso, do erro, por tanta negação ao sofrimento e a recusa por mergulhos no
ser, acabamos perdendo a oportunidade de vivermos alegrias e situações que nos
permitirão o crescimento e o alcance de metas e objetivos.
Desta forma, fica o desafio: o
que você faria se não fosse o medo?
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Quem respeita a diversidade?
“O respeito à diversidade é a capacidade de afastar a tolice
arrogante que supõe ser o único modo correto de existir e ao mesmo tempo,
indica inteligência estratégica de aprender como diverso e, portanto, com
aquilo que comporta outro olhar e alternativas de percepção e ação”.
Estive pensando sobre o quanto estou (ou me acho) preparada
para lidar com a diversidade, com as diferenças... Diferença de ideias, de
comportamentos, de convicções, de crenças, de cor, de gênero, de valores e etc...
Pensei sobre o quanto na verdade digo aceitar e respeitar algo, quando no fundo estou aqui
e ali, querendo imprimir minhas verdades.
Pensei sobre o fato de dizermos que aceitamos/respeitamos
isso ou aquilo, quando intimamente, nos colocando como “melhores”, como “os corretos”,
ou “normais”, sendo que isso não passa de uma falsa compreensão sobre o que é
respeitar a diversidade. A falta de humildade e a não suspensão do julgamento,
nos coloca como superiores ou mais esclarecidos do que os outros e nesse exato
momento deixamos de aprender inúmeras coisas que aquele outro diferente (e não
errado) poderia nos ensinar.
Assim, eu posso dizer: eu almejo atingir o patamar daqueles que
efetivamente aceitam, acolhem, respeitam e aprendem o que a Diversidade tem a
nos ensinar.
Termino aqui com mais umas palavras do Cortella: “Há um
passo essencial: lembrar sempre que reconhecer as Diferenças não implica
exaltar as Desigualdades. Homens e mulheres são diferentes, não são desiguais.
Negros e brancos são diferentes, não são desiguais”.
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