quinta-feira, 21 de março de 2024

A Inteligência Artificial pode se tornar um canal para a Intimidade Artificial?

 

 


"When we begin to make do with a simulation of reality we have been talking a lot about artificial intelligence but what about the other AI to what extent is artificial intelligence a conduit for artificial intimacy." Esther Perel

 

Então você sente aquele cansaço no fim do dia e tudo o que deseja é concluir o dia de trabalho para descansar. Quando enfim se encerra o dia, você liga a TV ou fica no celular, nas redes sociais, com a sua mente ocupada em algo que ao contrário do que se espera, gera mais desgaste e cansaço.

Além disso, você perde a preciosa possibilidade (se você não mora sozinho), de se conectar com as pessoas da sua família. Ou simplesmente – não que isso seja pouco, se conectar consigo mesmo, com a natureza, fazer atividades ao ar livre, uma simples caminhada, uma volta no quarteirão que seja, ou uma leitura valiosa...

Temos experimentado curiosidade e em muitos casos até mesmo receio diante dos avanços da Inteligência Artificial. Mas temos outro movimento sobre o qual poucos estão conscientes que é o da Intimidade Artificial. Você já ouviu falar sobre isso?  É um conceito trabalhado pela Esther Perel, que indica a falta de presença emocional e psicológica. Para estimular sua reflexão sobre o tema vou lhe fazer algumas perguntas:

Qual foi a última vez que você se conectou com as suas próprias emoções e sentimentos?

Qual foi a última conversa significativa, de conexão real no trabalho, com amigos ou em casa?

Quanto tempo do seu dia você tem se dedicado à reflexão sobre a sua vida, sobre você, para ouvir e conversar com as pessoas que você ama?

"De-risking and automating life is turning intimacy into a flat commercialized process that eliminates errors and it simultaneously is also atrophying the social muscles that we need to have successful relationships." Esther Perel

Avalie de forma muito honesta se você tem criado e permitido a intimidade real com as pessoas que são importantes para você. Você sente saudades da pessoa com quem você “divide a vida” mesmo morando na mesma casa e dormindo na mesma cama? Você tem conversado com seus filhos, pais, amigos, você sabe como realmente eles se sentem agora?

Talvez você tenha notado que algum colega no trabalho está diferente, com um comportamento incomum. Que tal convidá-lo para almoçar e perguntar como ele está? Que tal observar se você vem recusando a intimidade real, por medo de precisar se haver com tudo aquilo que te faz humano e também frágil, muitas vezes?

Parafraseando a brilhante Esther Perel, é preciso desautomatizar alguns processos nas nossas vidas, sob pena de perdermos a capacidade de desenvolver os músculos que precisamos para o sucesso nos relacionamentos!

 Faz sentido para você? Deixe seu comentário! 

Obrigada por estar aqui!

 

quarta-feira, 6 de março de 2024

Como está a sua capacidade crítica?

 

Temos acesso à informação como nunca, conteúdos de qualidade inestimável e também de qualidade duvidosa. As redes sociais deram voz a “influencers” de todo tipo, dos bons e úteis para a nossa sociedade a outros que sequer sabem sobre o que estão falando. (E esses últimos ainda tem milhares de seguidores.)

A capacidade de discernimento e crítica sempre foi importante, é claro. Mas se torna urgente no presente contexto.

Comece pela autocrítica: quanto você sabe sobre si mesmo? Quanto você é capaz de criticar sua conduta, suas escolhas, sua presença no mundo? Que tipo de ser humano você tem sido para si mesmo e para o seu entorno? Quanta maturidade e sagacidade você tem para avaliar os feedbacks que recebe? O que é importante observar e investir para a sua contínua evolução? Para que você não se torne obsoleto, desnecessário ou pior: uma influência nefasta para o mundo?

Quanto ao pensamento crítico: você é capaz de desenvolver suas próprias ideias sobre as questões centrais à sua volta? Ou tem apenas compartilhado, propagado as ideias de outros? Quanto você é capaz de criticar os pensamentos ou asserções das pessoas que você admira? Quem são as pessoas que você segue e por quê? Você tem o hábito de ler, ouvir podcasts ou assistir vídeos? Você consome conteúdo de fontes diversas?  Quanto você é capaz de se aprofundar nas suas pesquisas, discussões e interações em geral?

Perceba que a autocrítica e o pensamento crítico só podem existir na profundidade. E a superfície é um lugar muito inseguro e perigoso para se viver.

Não há nada mais terrível que a Ignorância” Goethe (1749-1832)

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...