"When we begin to make do with a simulation of reality we have been talking a lot about artificial intelligence but what about the other AI to what extent is artificial intelligence a conduit for artificial intimacy." Esther Perel
Então você sente aquele cansaço no fim do dia e tudo o que
deseja é concluir o dia de trabalho para descansar. Quando enfim se encerra o
dia, você liga a TV ou fica no celular, nas redes sociais, com a sua mente ocupada
em algo que ao contrário do que se espera, gera mais desgaste e cansaço.
Além disso, você perde a preciosa possibilidade (se você não
mora sozinho), de se conectar com as pessoas da sua família. Ou simplesmente –
não que isso seja pouco, se conectar consigo mesmo, com a natureza, fazer
atividades ao ar livre, uma simples caminhada, uma volta no quarteirão que
seja, ou uma leitura valiosa...
Temos experimentado curiosidade e em muitos casos até mesmo
receio diante dos avanços da Inteligência Artificial. Mas temos outro movimento
sobre o qual poucos estão conscientes que é o da Intimidade Artificial. Você já
ouviu falar sobre isso? É um conceito trabalhado
pela Esther Perel, que indica a falta de presença emocional e psicológica. Para
estimular sua reflexão sobre o tema vou lhe fazer algumas perguntas:
Qual foi a última vez que você se conectou com as suas
próprias emoções e sentimentos?
Qual foi a última conversa significativa, de conexão real no
trabalho, com amigos ou em casa?
Quanto tempo do seu dia você tem se dedicado à reflexão
sobre a sua vida, sobre você, para ouvir e conversar com as pessoas que você
ama?
"De-risking and automating life is turning intimacy into a flat commercialized process that eliminates errors and it simultaneously is also atrophying the social muscles that we need to have successful relationships." Esther Perel
Avalie de forma muito honesta se você tem criado e permitido
a intimidade real com as pessoas que são importantes para você. Você sente
saudades da pessoa com quem você “divide a vida” mesmo morando na mesma casa e
dormindo na mesma cama? Você tem conversado com seus filhos, pais, amigos, você
sabe como realmente eles se sentem agora?
Talvez você tenha notado que algum colega no trabalho está diferente,
com um comportamento incomum. Que tal convidá-lo para almoçar e perguntar como
ele está? Que tal observar se você vem recusando a intimidade real, por medo de
precisar se haver com tudo aquilo que te faz humano e também frágil, muitas
vezes?
Parafraseando a brilhante Esther Perel, é preciso desautomatizar
alguns processos nas nossas vidas, sob pena de perdermos a capacidade de
desenvolver os músculos que precisamos para o sucesso nos relacionamentos!