domingo, 31 de março de 2019

Conversas no Uber e Prazer no Trabalho




Numa madrugada de sábado, voltando para casa sozinha, chamei um Uber pensando no recurso importante de compartilhamento da viagem, especialmente em casos como esse. Quando alguém aceitou minha chamada, qual não foi minha surpresa, por ver que era uma moça que viria me pegar. 

Já no carro, como sempre faço, conversei bastante com ela – tenho conversas incríveis com os(as) motoristas da Uber! Bom, eu estava curiosa quanto ao fato de ela trabalhar naquele horário. Ela não sentia medo?

Primeiro ela me contou que gosta bastante de ser motorista – percebi, ela dirige muito bem! E que se sente segura trabalhando com a Uber. Contou-me também que sua família não vê com bons olhos o fato dela trabalhar nesse negócio e também por preferir o período noturno. Mas ela própria concluiu: ”sabe Cynara, eu acho que a gente tem que fazer o que gosta, mesmo que as outras pessoas não compreendam ou concordem.”

Gente, isso é lindo! E sério!

Lembro-me que quando escolhi a psicologia, há mais de 15 anos atrás, até minha psicóloga queria me convencer a fazer outra coisa. Sua sugestão era medicina. Talvez eu fosse uma ótima médica, mas ter insistido na psicologia foi o melhor que eu pude fazer por mim. Tenho um orgulho enorme da minha profissão e um grande prazer pelo seu exercício.

Outro fato interessante a considerar aqui, são as habilidades que a gente tem e que podem ser canalizadas para aquilo que queremos e não para o que os outros querem. Eu pessoalmente tenho fortes competências relacionais e comerciais. E por isso, já recebi muitas propostas para esta área. Algumas eu inclusive aceitei. Mas com o tempo, vi que a área comercial não era minha praia. Mesmo que eu continue utilizando esta habilidade na vida e na minha atividade atual.

Isso faz com que eventualmente, os mais atentos, ainda me façam propostas desta natureza. Mas, tendo clareza sobre o que eu quero, fica muito mais fácil negar. A última inclusive, deixou o empreendedor que me convidou muito decepcionado, porque ele não entendia que não importava para mim quanto eu pudesse ganhar com a atividade, ela simplesmente não fazia sentido para mim. Acho que ele não entendeu até hoje. ; (

Bom, escrevi esse texto para te convidar a refletir se você faz o que faz sentido para você. Se o seu trabalho lhe dá prazer. Isso não é conversa de psicóloga J. É conversa de alguém que teve a sorte de conversar com muita gente feliz em sua atividade profissional. E os benefícios são imensuráveis. 

Então, #ficaadica: esqueça um pouco o que os outros pensam e responda a duas perguntas:

1) Quem você seria se não estivesse sendo quem os outros querem que você fosse?
2) O que você faria se não fosse o medo?

Tenha a coragem de ser quem você quer ser e esteja disposto(a) a pagar o preço pelas suas escolhas. Esse é o caminho para uma vida mais plena. J
  

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