“Talvez
a razão mais profunda de termos medo da morte é que não sabemos quem somos. Acreditamos
numa identidade pessoal única e separada, mas se ousarmos examiná-la,
descobriremos que essa identidade depende inteiramente de uma série infindável
de coisas que a sustentam: nosso nome, nossa ‘biografia’, nossos companheiros,
família, lar, emprego, amigos, cartões de crédito... É nesse suporte provisório
e frágil que apoiamos nossa segurança. Assim, quando isso tudo nos é retirado,
será que sabemos de fato quem somos?”
Sogyal
Rinpoche
Compreendo. À princípio soa estranho, dói e pode até nos fazer pensar que era melhor não
saber de nada ou não ter buscado a “verdade”.
Mas
algo muito importante está realmente acontecendo: Desde que nascemos, começamos
a morrer.
Sendo
assim, tenho pensado: o que fazer da vida despois que se constata que a morte
virá um dia? E se o meu coração parar de bater amanhã? Ou agora?
Pensando
sobre tudo o que tenho lido no último ano e agora, sobre o Livro Tibetano do
Viver e do Morrer, me ocorreu então que eu devo continuar escrevendo até o meu
último dia; que devo compartilhar com as pessoas tudo o que aprendo diariamente
e que minha vida somente fará sentido se eu puder contribuir diariamente para o
meu crescimento e o crescimento de todos que passarem pelo meu caminho.
Eu
duvido que qualquer um de nós tenha vindo a este mundo apenas para viver medianamente. Ninguém veio a esse mundo para
ser sombra e nem para fazer sombra na vida dos outros.
Falar
sobre a morte pode parecer funesto, assustador e triste. Mas na minha leitura,
compreender a morte como algo que virá queiramos ou não, pode na verdade ser muito
libertador. Imagine que experiência maravilhosa se ao acordar todos os dias,
passássemos a viver como se fosse o último de nossas vidas?
Realizando
sonhos, dizendo para as pessoas queridas que nós as amamos, perdoando aqueles
que nos feriram e trabalhando para construir coisas perenes, não essas que
podemos comprar ou vender...
Trabalhar
para o desenvolvimento de todos os seres, para o nosso próprio desenvolvimento
e para atingirmos a ampliação da nossa consciência?
E
se a partir de hoje começássemos com uma ação simples, mas que exige muita coragem?
Olhar para dentro de nós mesmos e assumirmos o compromisso de sermos pessoas melhores
a cada dia?
Talvez
o grande segredo da vida seja: “aprender a nadar antes de cair no rio”.
De
repente compreendi que a consciência da morte nos faz mais conscientes da
necessidade de se levar uma vida com significado.
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