Dias atrás, começou a circular na internet, um vídeo no qual uma moça agride cruelmente um cãozinho na frente de uma criança ao que tudo indica, de uns três anos. Uma ira coletiva tomou conta dos internautas e fiquei pensando: noutros tempos, eu estaria também irada, desejando intimamente que esta moça sofresse algo parecido ou pior do que o cachorrinho que ela matou.
Entretanto, algo muito mais sério está acontecendo em nossa sociedade e muito maior do que o fato acima relatado. É certo que se trata de uma crueldade sem tamanho, de uma tremenda covardia e o que é pior, fere os direitos da criança enquanto uma pessoa em desenvolvimento, que deveria ser protegida e orientada. A moça em questão feriu os direitos dos animais e dos seres humanos, e da própria filha, assegurados pelo ECA. Mas ocorre que também recentemente um motorista que passou mal e bateu o ônibus que dirigia, foi violentamente e covardemente agredido e morto por um grupo de pessoas. Ouvi dizer que o fizeram porque acharam que ele estivesse bêbado.
Na internet, pessoas falam em justiça pelas próprias mãos e o que houve com esse motorista foi uma pretensa justiça pelo juízo de valor do grupo que o agrediu. E isso é muito sério. Na minha opinião, isso denota que nossa sociedade está desacreditada do Estado, da Justiça, e acha que a solução para os problemas que vimos enfrentando é fazer “justiça” baseado naquilo que um grupo ou outro considera como certo ou errado. Sendo assim, as pessoas que erram também perdem o direito de rever suas ações e modificar seus comportamentos e as que se dizem isentas de pecado, viram verdadeiros inquisidores.
Nesse momento, eu penso: dadas as devidas proporções, quantos de nós já cometeram falhas com suas famílias, com seus animais de estimação, com amigos, colegas de trabalho etc? E o que faz de nós pessoas aptas a julgar e condenar alguém?
Um cachorro foi arrastado por seu “dono”, depois outro, um motorista de ônibus foi espancado por outros humanos, um cachorrinho foi morto por sua “dona”. Isso para falar de notícias recentes. Vocês conseguem perceber que a coisa é muito mais grave do que parece? Eu como ser humano, como alguém que acredita na mudança e nos outro seres humanos, espero poder trabalhar para que sejamos curados e que possamos construir uma sociedade mais justa.
Termino esse texto com uma breve fala de Sua Santidade o Dalai Lama: “Sejam boas pessoas, não sejam pessoas más; façam o que é favorável não façam o que é desfavorável”.
Linda reflexão Cy! Lembrei do capítulo do livro "A vida em Cristo" do Frei Raniero Cantalamessa em que ele faz uma reflexão sobre justiça. Para nós justiça é o que você bem escreveu, julgar como uma punição, querer o mal para o outro, como forma de pagamento de uma dívida. O Frei reflete sobre a justiça de Deus, que é a de TORNAR O HOMEM JUSTO, amando-o e corrigindo-o. E olha que muitas vezes "colocamos palavras na boca de Deus" ao dizermos com raiva no coração que: "Deus fará justiça!" Bjos! Mateus
ResponderExcluirEi Tecão! Obrigada por sua visita e por compartilhar seus pensamentos. Perfeito essa fala do Frei sobre "Tornar o homem justo amando-o e corrigindo-o". É fácil julgar e condenar, difícil é perdoar não? Que possamos exercitar mais o perdão! Beijos, com carinho, Cy
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