“Zeus abriu aos homens as vias da prudência dando-lhes como lei: [pathes mathos]. Quando no meio do sono, sob o olhar do corpo, o doloroso remorso retorna, a sabedoria neles, apesar deles, penetra. E eis aí, creio a violência benfazeja dos deuses sentados no Olimpo".
Quantos de nós já ouviram a frase: Fulano está sofrendo tanto... quem sabe assim ele aprende! Pois então, é certo que viver envolve muitas aventuras e desventuras e nosso grande desafio é seguir em frente não é mesmo? Apesar dos pesares, apesar da dor e do sofrimento. Alguns, não entendendo “o recado” continuam batendo na mesma tecla, incorrendo nos mesmos erros e sofrendo um pouco mais.
O trecho citado no início do texto fala sobre o que realmente acredito “a Lei dos deuses é a de que os homens padeçam das conseqüências de seus próprios atos, até que possam aprender com o sofrimento que eles próprios engendraram”.
Eu acredito num Deus justo e bom e acredito também que tudo o que acontece em nossas vidas é fruto de nossas escolhas e ações. Não poderei responder por que alguns sofrem tanto, outros pouco, porque uns nascem sofrendo, outros morrem assim. Acredito apenas que nós somos os únicos e principais responsáveis por tudo o que acontece conosco.
Acreditando ou não em Deus, cada um de nós é responsável por suas escolhas e por sua própria vida. Estava lendo um artigo do Luiz Felipe Pondé na Folha e fiquei muito bem impressionada com a lucidez com que ele fala da melancolia. Nós pouco nos atemos à bela frase do Guimarães Rosa: “Felicidade só em raros momentos de distração”. Vivemos procurando a felicidade aqui e ali e sempre com a ilusão de que se era feliz e não sabia. “Se eu pudesse voltar àquele tempo eu seria mais feliz”, ou “voltaria a ser feliz”... E é como se naquele tempo não houvesse tristeza ou problemas.
Neste artigo, Pondé cita um livro da Virginia Wolf que infelizmente ainda não li, chamado Mrs. Dalloway e comenta sobre o esforço descomunal da protagonista da história de “erguer uma festa quando ela se sente vazia e sem razões para festejar”. Em seguida ele nos faz pensar sobre as inúmeras pessoas que se levantam pela manhã assim “como quem carrega um corpo que não é seu”. E penso: quantos de nós fazem festas externamente, quando na verdade mal conseguem lidar com a angústia e o grande vazio que no fundo também nos assola?
Então eu me convenço de que a “vida é bela”, mas às vezes é muito feia. Mas a despeito disso, temos muitas coisas para descobrir, pessoas para conhecer, lugares a visitar, e sentimentos mil para nos fazer crescer e amadurecer. Assim lembro de outra frase, esta do Giannetti que deixo para vocês: “muita vida nos seus anos ou muitos anos em sua vida?”
É Cynara.. como já dizia o velho Drummond "a dor é inevitável, o sofrimento opcional".
ResponderExcluirBom texto!
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Carol Bessa
Olá Carol! Só vi seu comentário hoje! Mas obrigada por sua ilustre presença! Beijos!
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