Alguns adaptaram suas casas ao
Home office que não era Home Office, outros não puderam se adaptar, mas foram
confinados mesmos assim. Muitos continuam indo trabalhar, por que não têm a
opção do #fiquemecasa.
Todas as vezes que penso nos
confinados e nos não confinados eu me lembro do Mito da Caverna de Platão.
Quando saio do meu confinamento com meu cachorrinho, fico pensando qual é a realidade de quem está
do lado de fora da minha caverna. E eu tenho vontade de conversar com essas
pessoas e saber como está sendo a vida delas.
Ainda farei isso, quero
conversar com muitas pessoas que estão vivendo esta fase de forma bem
diferentes da que estou. Mas só queria ressaltar que a gente tem, ou deveria lembrar
de ser sensível sempre aos que vivem a vida de forma diferente de nós, seja por
escolha, por falta ou por excesso de recursos. Cada um enxerga através da sua
perspectiva, até que decide tirar os óculos ou sair da caverna e assim
compreender a perspectiva do outro.
Agora, tenha em mente uma outra
coisa importante: embora haja sim muito sofrimento no mundo e muitas outras
perspectivas, você é você vivendo a sua vida e suas questões. Não seja o
árbitro avaliador do menor ou do maior sofrimento. Olhe e aja de forma
compassiva para os outros, mas olhe dessa mesma forma, para você também.
As coisas sempre foram diferentes
para todos. Agora algumas questões se tornaram mais evidentes. Talvez porque
tenhamos nos sensibilizado com algumas situações, talvez porque tenhamos nos atentado
para benefícios que não percebíamos que tínhamos. Ou talvez por termos nos
deparado com faltas que nem sabíamos que poderiam se tornar uma questão.
Talvez simplesmente tenhamos passado
a ter mais tempo diante do silêncio, do distanciamento e de súbito, nossa
consciência aumentou.
Mas é importante ainda lembrar
que, a quarentena, o COVID e seus efeitos, não serão transformadores para quem
não quiser sair do casulo. Alguns sairão como entraram nessa situação, como
sonâmbulos, prisioneiros ou como zumbis. E isso é uma escolha.