quarta-feira, 29 de abril de 2020

A quarentena de cada um



Alguns adaptaram suas casas ao Home office que não era Home Office, outros não puderam se adaptar, mas foram confinados mesmos assim. Muitos continuam indo trabalhar, por que não têm a opção do #fiquemecasa.

Todas as vezes que penso nos confinados e nos não confinados eu me lembro do Mito da Caverna de Platão. Quando saio do meu confinamento com meu cachorrinho,  fico pensando qual é a realidade de quem está do lado de fora da minha caverna. E eu tenho vontade de conversar com essas pessoas e saber como está sendo a vida delas.

Ainda farei isso, quero conversar com muitas pessoas que estão vivendo esta fase de forma bem diferentes da que estou. Mas só queria ressaltar que a gente tem, ou deveria lembrar de ser sensível sempre aos que vivem a vida de forma diferente de nós, seja por escolha, por falta ou por excesso de recursos. Cada um enxerga através da sua perspectiva, até que decide tirar os óculos ou sair da caverna e assim compreender a perspectiva do outro.

Agora, tenha em mente uma outra coisa importante: embora haja sim muito sofrimento no mundo e muitas outras perspectivas, você é você vivendo a sua vida e suas questões. Não seja o árbitro avaliador do menor ou do maior sofrimento. Olhe e aja de forma compassiva para os outros, mas olhe dessa mesma forma, para você também.

As coisas sempre foram diferentes para todos. Agora algumas questões se tornaram mais evidentes. Talvez porque tenhamos nos sensibilizado com algumas situações, talvez porque tenhamos nos atentado para benefícios que não percebíamos que tínhamos. Ou talvez por termos nos deparado com faltas que nem sabíamos que poderiam se tornar uma questão.

Talvez simplesmente tenhamos passado a ter mais tempo diante do silêncio, do distanciamento e de súbito, nossa consciência aumentou.

Mas é importante ainda lembrar que, a quarentena, o COVID e seus efeitos, não serão transformadores para quem não quiser sair do casulo. Alguns sairão como entraram nessa situação, como sonâmbulos, prisioneiros ou como zumbis. E isso é uma escolha.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

O céu e o mar dentro de mim



Dois mistérios que me seduzem muito. 
O céu e o mar me maravilham pela imensidão, beleza e mistério. 
O céu representa a falta de limites, os riscos de se viver sem disciplina e ao mesmo tempo, necessidade de romper barreiras e de voar rumo ao desconhecido, superando medos e o impossível. 
O mar representa a profundidade, o inconsciente, a força e ao mesmo tempo a calma que se pode experimentar em um mar aberto e sereno. 
E esses dois mistérios representam a minha essência: as vezes voo, as vezes mergulho. As vezes sou pássaro, as vezes sou peixe. 
E eles convivem bem dentro de mim.

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...