Ontem assisti a um filme que me chamou muita atenção. Sensibilizou-me
tanto que imediatamente após terminar, escrevi este texto.
É uma história de uma mulher e um homem que se encontram
quando ambos estão feridos, machucados pelos caminhos que as escolhas que
fizeram os levaram. Ele, um médico que procurou ser um excelente profissional,
mas abdicou de outras coisas importantes como o fato de também ser marido e
pai. Ela uma mãe amorosa, que abdicou de sua paixão pela arte e até mesmo da
possibilidade de também ser amada e cuidada. Ambos se encontram quando estão
separados. E repito: feridos pelas escolhas que fizeram outrora. Uma história
bonita de amor, de superação. Mas também de dor. Forte e também triste.
Quando percebi que o filme estava para acabar, me ocorreu que
ele não acabaria bem, não como eu gostaria. Talvez fosse simplesmente a minha
frequência. Mas eis que a mulher é surpreendida com uma notícia muito triste. E
isso me fez pensar sobre o fato de que a vida não é nada linear e que não temos
controle sobre absolutamente nada. O que nós temos de absolutamente precioso, é
a nossa capacidade de fazer escolhas. Mas às vezes traímos a nós mesmos,
fazendo escolhas que não condizem exatamente com o que somos e queremos. Talvez
por medo, ou por desconhecermos aquilo que verdadeiramente faz nossos corações
vibrarem.
Esse homem e essa mulher no filme tornam-se um casal que se
amou de verdade, com toda a entrega necessária para se viver um amor. E como
não podia deixar de ser, essa experiência maravilhosa experimentada por eles,
culminou com o despertar de cada um, para o seu melhor. Sim, é apenas um filme.
Mas “que” filme. Que experiência extraordinária eu tive ao assisti-lo.
Reforçando minha crença de que a vida é maravilhosa e ao mesmo tempo muito
breve, para que a desperdicemos vivendo “mais ou menos”, sobrevivendo, ao invés
de viver.
Quantos de nós abrimos mão da possibilidade de viver uma
vida plena? Quantos de nós se escondem atrás de relacionamentos infrutíferos,
atrás de uma posição profissional que não traz satisfação, sobrevivendo de migalhas,
quando se pode ter e ser muito mais?
A propósito, o filme se chama Noites de Tormenta (Nights in
Rodanthe), com Richard Gere e Diane Lane. Recomendo!