sábado, 14 de julho de 2012

Toda potência


“Você é filho de Deus. Viver de modo pequeno não serve ao mundo. Não há nada de iluminado em se esconder para que as pessoas não se sintam inseguras ao seu redor. Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças. Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus que está dentro de nós. Não apenas de algumas pessoas, mas de todas. Quando deixamos a nossa luz brilhar, inconscientemente damos permissão aos outros para fazerem o mesmo. No momento e que nos libertamos do nosso próprio medo, a nossa presença liberta automaticamente outras pessoas.”
Mariane Williamson

A história parece fácil: Você tem potencial. Use-o! Ocorre que usar ou não “todo o nosso potencial”, normalmente pode nos levar – ou leva, a lugares inimagináveis. Lugares aos quais talvez não estivéssemos preparados para chegar. Não usar esse potencial, pode por outro lado, trazer um sentimento de inutilidade, de fracasso, ou de “falsa calmaria”. Usá-lo pode trazer muitas situações e resultados que não esperávamos. O mais importante ao meu ver, é pensarmos o que é mais importante, o que almejamos, onde desejamos chegar. Chegando lá, o que faremos depois? Deixar o barco correr pode ser muito perigoso. Já vi tantas pessoas atingirem sucesso e se perderem depois, tantas pessoas com um mundo de possibilidades pela frente chegando ao extremo da tentativa do autoextermínio ou situações menos graves, mas dolorosas.

Pensando nisso, me veio outra vez à mente, a importância do autoconhecimento e da descoberta dos nossos valores e da vida que queremos ter, desde a nossa profissão até a as pessoas que queremos por perto. Aquilo que traz satisfação para alguns, não traz para outros. Atingir um determinado cargo, ou posição social, pode ser o desejo de alguns, mas não de todos. Nesse sentido, é preciso se conhecer, conhecer o que existe dentro de você, seu potencial realizador e o que você deseja fazer com essa força. E uma coisa é certa: todos tem a sua caixinha de múltiplas possibilidades e forças, mas usá-la sem planejamento, sem foco e sem objetivos pré-determinados, pode ser muito perigoso.

De uma forma ou de outra, convido a todos a fazerem uma viagem para dentro de si mesmos, fazendo-se algumas perguntas: O que eu mais desejo hoje? O que é mais importante nesse momento da minha vida? O que eu posso fazer que ainda não fiz? O que eu quero alcançar e ainda não alcancei? O que preciso fazer para chegar aonde eu quero? Quais são os recursos que eu preciso? Onde conseguirei os outros recursos necessários que eu não possuo? E quando eu chegar lá, o que farei depois?

O que eu mais desejo é que todos possam encontrar a sua “voz interior” e que possam contribuir uns com os outros e com o mundo em que vivemos! 

sábado, 7 de julho de 2012

Segregação e Violência


Estava lendo uma entrevista com o presidente do IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil. Ele dizia que a separação gera violência e achei essa ideia muito coerente. O arquiteto comenta sobre as construções dos condomínios fechados. Em suma, na leitura que eu fiz de suas colocações, ele diz que quando nos fechamos num espaço, excluindo outros, impedindo que outras pessoas tenham livre acesso ao local, estamos criando uma situação que cria condições propícias à violência.
   
Lembrei-me então de uma pessoa com quem eu trabalhei que dizia que “pobre tem que morar perto de rico” para que o rico possa ajudá-lo. Ele, pessoa bem sucedida hoje, contava sua própria experiência, nos tempos antigos, de família de poucos recursos financeiros. Roupas, comida, eram coisas que ele e sua família recebiam dos vizinhos “mais abastados”. Esse pode parecer um pensamento simplista e assistencialista, mas tenho para mim, que não há mal algum no pensamento de que, quem tem uma condição um pouco melhor, possa contribuir um pouco mais com os menos favorecidos. Entendo que esses, atingindo uma condição um pouco mais favorável, possam ajudar outros e assim, a “corrente do bem” ou da contribuição – como preferirem, se estabelece.  

O presidente do IAB não estava falando exatamente disso, mas sua entrevista me fez pensar sobre essas coisas, sobre por que a separação, o distanciamento entre os “diferentes” não é legal.
Se tem algo que vem me causando estranheza e desconforto é a segregação. Será que as pessoas que vivem exclusivamente com outras do mesmo meio, seja intelectual, econômico, ou de qualquer outra ordem, vivem conscientes de nossa responsabilidade com os demais e com o mundo? Conscientes de que talvez nos seja permitido ter mais recursos financeiros e condições de geração de riqueza para ajudarmos os outros? Será que acumular conhecimento e riqueza faz algum sentido, senão o de contribuir para o bem do maior número de pessoas e outros seres?

Entendam-me, não quero tirar a responsabilidade do Estado em garantir a segurança e outroas direitos aos cidadãos. Não estou falando de abnegação total dos benefícios que uma condição social favorável nos proporciona. Estou apenas convidando a todos a pensar: Como eu – enquanto cidadão da cidade, do estado, do país no qual eu vivo, posso contribuir para que o mundo em que vivemos seja melhor? 

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...