quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Sobre a importância do autoconhecimento para a tomada de decisão - Os jovens e o vestibular


Encontrar a carreira dos sonhos está diretamente relacionado a fazer aquilo que o mundo precisa/demanda de você. Trabalhar com o que se ama não é poesia, fantasia ou ilusão... é se sentir pleno fazendo aquilo que você nasceu para fazer.

Fui convidada recentemente a falar sobre o resultado de uma pesquisa recente no estado do Paraná referente às dúvidas dos alunos do ensino médio referente à carreira que desejam seguir. Esta pesquisa indica que 30% dos alunos do ensino médio daquele estado ainda não sabem o curso que farão na faculdade.

Como falei apenas brevemente, gostaria de levantar outras questões importantes que podem ser úteis para todas as pessoas e não só aos alunos do ensino médio.

Atribuo essa dúvida principalmente à falta de autoconhecimento e de apoio por parte da sociedade (pais, escolas e etc), a esse exercício importantíssimo.  Pouco temos levado os jovens a reflexão sobre seus valores, talentos  e necessidades como indivíduos. A educação vigente procura transformar os alunos em iguais – pensar igual, estudar igual, escolher carreiras iguais, ou parecidas. E esse modelo educacional massifica ao invés de valorizar as singularidades, as idiossincrasias de cada um.
Se eu não sei quais são meus talentos, meus valores e minhas necessidades, se me faltam informações tão importantes, como poderei tomar uma decisão assertiva? Como terei segurança para escolher caminhos?

Além disso, a vida dos jovens estudantes, também tem sido bastante atribulada e quando veem, o tempo passou e já é hora de tomar uma das decisões mais importantes de suas vidas. Junte-se a isso, o medo de decepcionar os pais e de escolher uma carreira que não lhes traga satisfação e prosperidade financeira.

Seria muito interessante se as escolas e as famílias investissem em programas de autoconhecimento para proporcionar aos jovens a possibilidade de fazerem escolhas conscientes, baseadas em seus valores, talentos e sonhos.    E aqui não estou falando apenas do Enem e do Vestibular.
Em minha atividade profissional, conheci muitos adultos que nunca tiveram oportunidades como essa e de repente, se pegam insatisfeitos com o trabalho, infelizes com o rumo que suas vidas tomaram. E podem estar muito bem financeiramente, mas ainda sim, estarem infelizes. Pois como já sabemos, não existe algo mais importante na vida do ser humano do que ver sentido e significado naquilo que se faz.  


Posto isso, não posso deixar de mencionar ainda, que se o adolescente não teve a possibilidade ao longo de sua experiência escolar, de fazer esse tipo de reflexão, será que deveríamos forçar a barra para que tome a decisão a qualquer custo? Não seria mais interessante permitir que ele viva antes disso, experiências que possam lhe ajudar a tomar um decisão de forma mais confiante e assertiva? 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O que é o "sequestro emocional" e porque devemos desenvolver nossa Inteligência emocional





A amígdala cortical é uma região do cérebro onde ficam nossos registros emocionais. Ela funciona como um depósito de nossa memória emocional. Para se ter um exemplo do que essa região significa, basta dizer que os animais que tem a amígdala seccionada ou retirada não  são capazes de sentir medo nem raiva, perdem o impulso de competir ou cooperar. Estudos mostram que o funcionamento desta estrutura e sua interação com o neocórtex estão no centro da inteligência emocional.

Você provavelmente já viveu uma situação em que teve uma reação exagerada a um determinado acontecimento e depois pensou: “Não sei o que deu em mim”! Por que fiz aquilo? Ou... “Eu não queria fazer aquilo, quando vi já tinha feito”, “Me arrependo por ter agido daquela forma.”

Nas palavras de Goleman, a amígdala é um verdadeiro alarme do seu cérebro. Assim como um alarme de uma empresa soa quando há perigo, a amígdala reconhece as situações – medo, perigo, raiva – e envia mensagens instantâneas às principais áreas do cérebro. Uma importante pesquisa de LeDoux, revela que embora o neocórtex (aquela parte pensante do nosso cérebro)costume receber os sinais sensoriais em primeira mão, para analisá-los e enviá-los as outras regiões como a amígdala, existem alguns caminhos neurais de sentimentos que o contornam, e tomam o caminho direto da amígdala. Esses são os nossos sinais mais primitivos e poderosos. E esta estrutura, de posse desse sinais que podem chegar diretamente dos nossos sentidos, dá uma resposta antes que eles sejam plenamente registrados e analisados pelo neocórtex.

Essas respostas emocionais de emergência dadas pela amígdala são o que se denomina “Sequestros Emocionais”. Quando ela dá a resposta sem a “razão” do neocórtex, corremos grande risco de termos reações exageradas, até porque as fortes lembranças emocionais registradas datam  de nossos primeiros anos de vida.
“Como essas primeiras lembranças emocionais se estabelecem numa época anterior àquela em que as crianças podem verbalizar sua experiência, quando essas lembranças são disparadas na vida posterior não há um conjunto adequado de pensamentos articulados sobre a resposta que se apodera de nós.” Um dos motivos pelos quais ficamos tão aturdidos com nossas explosões emocionais, portanto, é que elas muitas vezes remontam a um tempo inicial em nossas vidas, quando tudo era desconcertante e ainda não tínhamos palavras para compreender os fatos. Temos os sentimentos caóticos, mas não as palavras para as lembranças que os formaram.”


Em meu trabalho como psicóloga e coach, tenho recebido recorrentes demandas sobre desenvolver o equilíbrio emocional. E isso me deixa muito satisfeita, pelo genuíno interesse das pessoas pelo assunto e a possibilidade de trabalhar esse aspecto tão importante do desenvolvimento humano, junto às pessoas que me procuram. O sequestro emocional é uma das maiores queixas que ouço. Pessoas que desejam agir de forma equilibrada, que almejam se conscientizar de seus sentimentos e adquirir mais recursos para lidar com as vicissitudes da vida. Para isso, o desenvolvimento da inteligência emocional é fundamental. E esse exercício começa por reconhecer os nossos sentimentos, aceitá-los, compreendê-los e aprendermos a dar repostas mais equilibradas que nos permitem atingir uma comunicação eficaz, relacionamentos mais respeitosos e férteis, e a paz de espírito, sabendo que estamos agindo conscientes sobre os nossos sentimentos e com a serenidade necessária para os nossos desafios diários e para o alcance de melhores resultados em todas as áreas de nossas vidas. 


terça-feira, 9 de junho de 2015

160º



Hoje é o dia 160º do ano de 2015. O que quer dizer que ainda temos mais 205 dias para realizarmos o que imaginamos/sonhamos para nós este ano.

Posto isto, gostaria de lhe fazer algumas perguntas: de tudo o que você planejou até hoje, quanto realizou? O que está para ser realizado? Quanto você se comprometeu com aquilo que decidiu que era importante este ano? Por o que você merece os parabéns?

O que ainda não aconteceu? Caso não esteja obtendo êxito, ou caso as coisas não estejam saindo como gostaria, sugiro o seguinte: faça uma lista com tudo o que havia planejado/sonhado para este ano. Depois faça uma lista com os valores que são mais importantes pra você. Aqueles que você segue, que são a sua bússola neste mundo, que pautam suas ações. 

Em seguida, reflita: em que medida aquilo que você planejou para este ano está alinhado a esses valores? Se você tem uma missão pessoal, se já está claro para você como seus valores, talentos e objetivos se agrupam e formam o seu senso de missão pessoal, verifique também em que medida o que você quer realizar este ano se alinha a ela. Se estiver tudo ok. Prossiga!

Se, mesmo estando tudo alinhado, você ainda não estiver conseguindo alcançar suas metas, pense em tudo o que poderia fazer para atingi-las e que ainda não foi feito. Verifique onde está o seu foco e procure perceber se está investindo energia no lugar onde deveria. E como eu já disse noutro post mais antigo, não há problema algum em rever seus planos e mudar o rumo! É possível e necessário rever constantemente os planos e a rota, verificando se tudo continua fazendo sentido. 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Quando as mudanças mudam a gente



Tenho me ocupado um pouco com estudos no campo da Psicologia Positiva. Já falei sobre ela aqui no blog noutros posts – que se preocupa em estudar o que causa a felicidade e o bem-estar, como viver com mais qualidade de vida.

A leitura que estou fazendo atualmente é “O jeito Harvard de ser feliz” livro do Shawn Achor. Esta leitura tem me suscitado muitos pensamentos e como sempre, compartilho aqui com vocês.

Hoje li um texto de uma ex-executiva de uma grande editora, que me fez pensar mil coisas associadas à Psicologia Positiva. Esta mulher passou por um grande desafio que foi sua demissão depois de mais de 20 anos numa mesma empresa. Era uma grande executiva desta organização. O que me chamou atenção sobre a história dela, foi como ela reagiu. Com positividade, enxergando possibilidades. Um pouco antes do acontecido ela teve um insight e se pôs a pensar sobre o que faria se fosse demitida (o que aconteceu 12 dias depois). É claro que houve sofrimento. Mas ela fez algo importantíssimo: parou para pensar e revisar sua vida, em seguida resolveu dar vida a um grande sonho seu. E não é que deu certo? Hoje é dona de uma pousada no Nordeste do país e está superfeliz com os resultados que vem obtendo.

O fato é que mesmo quando parece que as coisas estão péssimas e que não há mais nada a ser feito, existem possibilidades de superação da adversidade. E a forma como você enxerga a situação faz toda a diferença.

Dou-lhes um exemplo em minha vida: lembro-me de uma vez quando estudante, depois de vivenciar uma situação bastante desconfortável, de minha psicóloga me perguntar sobre coisas significativas que haviam acontecido em minha vida entre os meus 0 e 7 anos. Conversei sobre isso com minha mãe, já que não era possível que eu me lembrasse de tudo. Nessa conversa eu fiquei sabendo de coisas que me deixaram muito triste. Falei sobre isso com pessoas de confiança, além de minha psicóloga. Com o tempo, processei o ocorrido e DECIDI que eu não iria PERMITIR que o fato de eu ter vivido algumas coisas tristes em minha infância me fizessem viver como uma vítima da vida. Então, eu passei a experimentar uma série de coisas maravilhosas. Aquilo que acontece quando você assume o protagonismo da sua jornada e adota uma postura positiva diante da vida!


O estudo sobre a Psicologia Positiva vem confirmar algo que tenho experimentado em minha vida: a felicidade é um exercício! Pratique! E veja que ela pode e deve existir antes do tal “sucesso” e não depois!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Sobre nossas declarações cotidianas

Diariamente, sem que possamos perceber, nós emitimos mensagens ao mundo. Ao acordar, por exemplo, você pode pensar: “Ah! Estou morrendo de sono... queria dormir mais um pouco”... e pronto! Mensagem entregue! Você terá um dia de muito desânimo e bocejos. Então você se levanta, vai tomar banho e lembra: “nossa, tenho uma reunião em um lugar péssimo para estacionar, e não vou achar vaga”. Mensagem entregue! Você dará mil voltas procurando uma vaga e vai acabar parando no estacionamento mais caro da região.  

Diariamente, a cada pensamento, você emite uma mensagem ao mundo. Isso serve para o que você pensa sobre si mesmo, sobre os outros, sobre os acontecimentos e todas as outras coisas. Já reparou como algumas pessoas esbanjam confiança, costumam ter muita “sorte” atingindo todos os seus objetivos, ou pelo menos a maioria?

Essas pessoas certamente têm uma imagem positiva de si mesmas e são otimistas em relação ao futuro.  Pensamento positivo? Isso mesmo. Mas não é só pensamento. É uma forte crença em si mesmo e na sua capacidade de realizar aquilo que almeja. Trata-se de um trabalho diário de perseverança e de foco naquilo que é mais importante.

Vamos pensar noutra situação: você vai apresentar um projeto no qual vem trabalhando há algum tempo. Então, às vésperas do grande dia, você se pega pensando: “acho que não estou preparado, eu nem sou tão bom assim, não conseguirei vendê-lo”... Qual a chance de dar certo? Mas se ao contrário, você prova a si mesmo que está preparado e que tem condição de fazer uma excelente apresentação, eu duvido que você não obtenha êxito.

Esta ideia pode parecer simplista, mas é real e funciona. Para o bem e para o mal. Posto isso, sugiro que você faça uma reflexão profunda sobre quem é você e sobre o que tem dito ao mundo sobre si mesmo. Em seguida, comece a dizer ao mundo objetivamente o que você quer e por que merece receber o que almeja. Experimente! 




quarta-feira, 25 de março de 2015

A Execução de intenções pela utilização do Escudo de intenções

Recentemente incluí em meu trabalho em desenvolvimento humano, uma ferramenta bastante interessante chamada “Escudo de intenções”. Trata-se de uma grande aliada para o autogerenciamento e consequente execução de nossas intenções.

Todos nós temos nossas intenções (vontade, desejo, propósito). No início do ano, por exemplo, estamos normalmente cheios de intenções motivadas pelos mais diversos temas: saúde, prosperidade, amor, etc..

Ocorre que para garantirmos a execução de nossas intenções é preciso planejar: como, quando, onde e os recursos necessários para o êxito.  Isso basta? Não! É necessário ter em mente por que você tem essa intenção e a quais valores seus esse objetivo está associado. E pasmem! Isso também não basta... sabem por quê? Porque ao longo do caminho, obstáculos aparecerão. Coisa bem natural em qualquer percurso. Antever esses obstáculos é utilizar o Escudo de intenções.  

Quando você decide emagrecer, ou adotar uma alimentação mais saudável, você pode se deparar com várias situações que podem lhe atrapalhar. Estudos indicam que se você adota uma postura positiva diante desses desafios, pode ser muito útil. Por exemplo: Você tem uma reunião num restaurante onde você sabe que terá muitas opções inadequadas ao seu intento. Assim, você pensa: “Vou fazer um bom prato de salada para começar” ao invés de: “Não poderei comer o que eu gosto”! Alguém pode lhe oferecer uma sobremesa... então, você responde: “Não como sobremesa”. Ao invés de “Não posso comer sobremesa”, o que evocaria uma ideia de privação.

Para a execução de sua intenção, é necessário que você se proteja de situações que podem lhe atrapalhar. E com o Escudo de intenções você protege sua intenção dos possíveis boicotes ou obstáculos. Pense no seu maior objetivo hoje. O que pode acontecer e lhe impedir ou atrasar o cumprimento de sua meta? O que você pode fazer em relação a isso? Esse será seu escudo!


Quer saber mais? Entre em contato! 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Legado ou Herança?


Herança: aquilo que se transmite por hereditariedade”.
“Legado: Dádiva deixada em testamento / Aquilo que alguém transmite a outrem”.


A primeira vez que pus a pensar sobre isso, foi através de uma provocação de uma pessoa a quem sou muito grata pelos ensinamentos transmitidos... Desde então, tenho vivido para deixar um legado. Qual a diferença entre legado e herança?

A ideia principal é a seguinte: “deixar um legado” é como deixar um exemplo, é ser lembrado pela sua integridade, por sua contribuição ao mundo. Quanto mais íntegra eu for, quanto mais eu contribuir para o mundo, para os outros, quanto mais eu realizar, aprender e ensinar o que eu tenho aprendido, mais útil ou benéfico será o meu legado. Deixar uma herança seria deixar bens materiais. Nada contra deixar uma herança. Apenas acredito que um legado tem um valor que não se pode medir e que nunca será perdido.  Inclusive, ouso dizer que se deixarmos uma herança e também um legado (tal como estou dizendo aqui) a possibilidade de se perder os bens materiais pode ser bem menor.

Algumas pessoas em minha história de vida me deixaram muitos legados... Minha avó materna, D. Nenzinha, era uma guerreira, trabalhou incansavelmente para criar 4 filhas e 4 filhos dignamente e deixar uma sementinha de amor em cada um deles. Um das filhas é minha mãe, que nos ensina muitas coisas diariamente, mas fundamentalmente a sermos honestos e íntegros e a amarmos uns aos outros, a sermos boas pessoas para nós e para os outros. Minha avó paterna, D. Dilma, era outra guerreira, que superou muitos desafios, mantendo sua integridade, amou incondicionalmente seu filho, netos e netas e ajudou muitas pessoas.

Podemos deixar um legado por onde quer que passemos, através do nosso trabalho, das relações que estabelecemos e em todo e qualquer lugar. Ao que parece, quanto mais sintonizados com nossos valores e propósitos de vida, maior a possibilidade de deixarmos exemplos positivos para as próximas gerações. Acredito fortemente que uma vida pautada em valores e propósito é a construção de um legado que perdurará por muitos e muitos anos depois que não estivermos mais nesse mundo.

É fato que não faz mal receber uma herança, bens materiais... Mas um legado é algo que não se esgota, pelo contrário, faz multiplicar ações virtuosas pelo mundo.  

Cicatrizes e Kintsugi: Como aprender com as dores sem se identificar com elas

  Esses dias relendo meus escritos não publicados, refleti sobre a importância das cicatrizes, mas também sobre outro fato igualmente impo...